“Tudo é saudade. Foi o tempo que vivi.
Me apeguei fiquei aqui, hoje sou apaixonado “
Romilton Teles Santos
Itabuna centenária receba o carinho de um ser que te amou à primeira vista e te aceitou como és, ao ponto de te garantir que seria, como é, teu “LEAL MENESTREL”
Varei as madrugadas infindas, quando não freqüentando tua “Zona Boêmia”, cantava serestas para as moças bonitas da rua do Berilo e da Mangabinha, que diziam gostar de me ouvir cantar e naqueles tempos a recompensa que recebia era a amizade delas e de rapazes bem intencionados que assistiam àqueles momentos e deliciavam se com músicas de um passado não muito distante que aprendi a cantar ouvindo dos discos de setenta e oito rotações (desconhecidos desta recente geração que conhece outros sistemas de reprodução de músicas gravadas) .Imitei o cantor Orlando Silva, interpretando ROSA de Pixinguinha e João de Barros, CARINHOSO, POR TI e tantos outros sucessos da época passada de meus pais, mas que ainda eram apreciadíssimas pela minha geração, isso porque o progresso andava mais devagar, não se tinha tanta competição, nem tantos meios de produção. Adorava cantar as músicas de Vicente Celestino, cujo repertório era enorme com páginas musicais teatrais, como O ÉBRIO, CORAÇÃO MATERNO e tantas outras; Silvio Caldas, uma das maiores expressões da nossa música que cantava “Minha vida era um palco iluminado; eu vivia vestido de dourado palhaço das perdidas ilusões; cheio dos risos falsos da alegria, andei cantando a minha fantasia entre as cordas febris dos corações...)Mirava me em composições como esta, ou em muitas do Nelson Gonçalves, a voz mais bonita do nosso cancioneiro popular que cantava: (Violão, pare um pouco as tuas cordas, pois assim tu me recordas, uma aventura de amor...) ou então: Violão eu estou tão sozinho, sem amor sem carinho solitário na dor; violão, já chorei tanto, tanto que não tenho mais pranto pra chorar por meu amor...) Isso sem querer tomar muito tempo e lembrar tantos outros cantores que meus pais ouviram e aplaudiram, como, Gilberto Milfon, Blecaute,Carlos Galhardo, Francisco Alves, Gilberto Alves, Mario Lago, autor de “É Sempre Hora de Amar” uma mensagem nunca esquecida, Francisco Carlos, Jorge Veiga e as lindas cantoras, Emilinha Borba, Ângela Maria, Nora Ney, Martinha, Marlene, Linda Batista, Dircinha Batista, etc. Naquele tempo, em respeito a nossa cultura quando se gravava uma música estrangeira, traduzia se o conteúdo, daí cantávamos muitas músicas argentinas, italianas não obstante muitos estrangeiros possuírem as originais e usarem em suas residências, más, respeitava se a cultura nacional! Tínhamos aqui, poucos que faziam serestas, daí, o prestígio que angariei, junto a uma porção de amigos, como o inesquecível “LUBIÃO”, músico baterista que animava festas de aniversário em casas de família, que tive oportunidade de assistir. “LUBIÃO”, um negro magro, alto de voz igual ou mais alta que a de JAMELÃO, este um dos maiores intérpretes do Brasil que deixou marcas no nosso Cenário Musical. “LUBIÂO”era baterista e cantor, ficou lembrado por conseguir todo ano, no dia treze(l3) de maio , proceder um desfile que vinha do bairro São Caetano, antigo “Fuminho” em direção ao centro, com tambores, negros amarrados de correntes, cantando: “Salve a Princesa Izabel deu liberdade a cor foi no dia l3 de maio, negro não é mais lacáio, negro não tem mais senhor..” Uma carroça enfeitada com palhas de dendê no meio do desfile trazia uma mulher branca, com coroa representando a Princesa Izabel, fazia se acompanhar de outros negros como HERMÍNIO cabelereiro, SURURU, empregado de Nicodemus Barreto que era puxador de escolas de samba, nos nossos carnavais, juntamente com COSME bom sambista, além de LANE que não era negro e sim caboclo, músico do bairro Conceição. “CABEÇA” era um tocador de trombone espetacular que vivia no bairro Conceição, juntamente com PATUCA que dirigia um grupo carnavalesco daquele bairro, chamado OS CORSÁRIOS, uma das grandes atrações dos nossos carnavais, juntamente com o Cordão GAROTOS DO SAMBA, este era do Lava Pés, ensaiado e dirigido por JOSÉ DO TIMBUÍBA como ficou conhecido e VALDEMAR DOS GAROTOS DO SAMBA, o cordão era misto e as moças que se apresentavam agradavam à vista os espectadores. Nossos carnavais atraíam a Região e nossas Praças e Avenidas ficavam repletas do povo que prestigiava até altas madrugadas nos bailes, realizados nos armazéns de cacau que sempre estavam vazios , pois sempre no período não tínhamos cacau para estocar, então eram alugados pelos cordões e batucadas, além dos AFOXÉS( conjunto de caboclos, com lanças, tambores, pandeiros, tamborins, vestídos de pano simples, enfeitados de fitas ou as vezes de samambaias,penas, pedras semipreciosas e as músicas que cantavam era de origem africanas, muitas usadas nos candombléis. Foi esta a felicidade que vivi. Eu era o apresentador de tudo isto, num palco armado às vésperas, na Praça principal (Praça Adami), onde todas as atrações, entravam no grande palco de madeira, com duas rampas, para entrar e sair e em meio ao bloco, cordão batucada ou afouxé, lá estava eu para cumprir a minha missão de locutor apresentador, durante muito tempo através da Rádio Clube de Itabuna, hoje Rádio Nacional Itabuna e depois através da Rádio Difusora Sul da Bahia, as vezes acompanhado pelo falecido Hercílio Nunes ou Titio Brandão.Antonio Brandão de Jesus. Tudo era coordenado pelo nosso Diretor maior LOURIVAL DE JESUS FERREIRA. Éramos uma família. Todos preocupados em fazer o melhor em nome de Itabuna que era ouvida em toda Região, graças ao prestígio de nossa cidade. As cantoras NEIDE PRADO, NORMA DE ASSIS, LOURDES RODRIGUES, GLORINHA DE OLIVEIRA, LÍDIA DE OLIVEIRA,VALDELICE SANTOS, ELIZABETE SANTOS, RITA CEZIMBRA, NEIDE CEZIMBRA MARCIA TEREZA e outras davam um brilho muito grande aos nossos programas de estúdios ou de auditório aos domingos e feriados. Muitas dessas cantoras tinham patrocinadores certos. NEIDE PRADO, cantava para a Loja Sales, NORMA DE ASSIS, para a Casa Luna, se não me engano, pois o cunhado dela Titio Brandão era quem conseguia os patrocínios no comercio local e sem ele o chamado CORRETOR, nada se podia fazer, conseguir prêmios para os calouros nos programas de auditórios e pagamento dos músicos, JOEL CARLOS, Maurílio do bongõ, Manoel trombone, Amorzinho do cavaquinho, Mimide do Violão e tantos outros. Os cantores, José Moreira, Abdiel Cofran, Raimundo Copista, Edvard Xavier GERMANO DA SILVA Edvaldo Morais,Valquirio Machado, Marizel Ferreira, Antonio Silva. Enock Silva, Augusto Alves, Benedito Dias, preenchiam a lacuna masculina do canto, naqueles idos. Outros nomes existiram, mas o Grande Tempo tem por ofício apagar muita coisa da nossa mente, por isso peço perdão por não mencionar outros nomes que existiram, tenho certeza. Rádio Clube de Itabuna, hoje Rádio Nacional Itabuna, foi inaugurado em 20 de outubro de 1956. Uma obra idealizada por Lourival de Jesús Ferreira, com o apoio econômico do jornalista Otonni José da Silva, Zildo Pedro Guimarães, Gerson Souza e outros. Tinha um quadro de locutores composto de José Timóteo, Eurípedes Lopes da Silva, José Neme, a quem subistituí, Glorinha de Oliveira, o próprio Lourival Ferreira, uma turma que transmitia os esportes cujos nomes e porque não participava da área esportiva não me lembro os nomes, mas transmitiam todos os jogos diretamente do campo da LIDA(Liga Itabunense de Desportos Atléticos) onde hoje se encontra o Centro Cultural Adonias Filho, este, grande escritor itabunense, verdadeiro destaque da nossa cultura, ao lado de Telmo Padilha, nosso segundo poeta maior, já que o primeiro é o inesquecível FIRMINO ROCHA, que marcou nossa cultura com o poema “Deram Um Fuzil ao Menino” uma jóia que se encontra para nossa felicidade, exposto num mural do prédio da Organização das Nações Unidas, em Nova York-Estados Unidos da América do Norte. Na verdade a nossa primeira emissora de rádio, procurava fazer tudo que as grandes estações do Rio de Janeiro faziam e nos servia de padrão.Em 1960, exatamente no dia 21 de abril, o espírito empreendedor de Paulo da Silva Nunes, grande pecuarista da Região, inaugurava-se a Radio Difusora Sul da Bahia da qual participei e fui seu primeiro locutor, desde o dia 15 de março daquele ano, quando iniciamos as transmissões experimentais. A Rádio Difusôra, foi instalada por Lourival de Jesús Ferreira, concorrendo com a Rádio Clube.de Itabuna que ele também instalara. Muitos cantores, cantoras, locutores, operadores de som, que já eram ligados ao Lourival Ferreira, passaram a compor o quadro da nova emissora, que possuía auditório próprio, o palco do Cine Teatro Catalunha, de saudosa memória pois por ali, passaram grandes artistas nacionais e estrangeiros. Eu era o locutor apresentador, mas a produção era o Titio Brandão que na qualidade de corretor de publicidade, era responsável pelos contratos dos artistas locais, abrindo as portas da radiofonia para muita gente. Uma terceira emissora foi instalada por Lourival Ferreira, esta para atender ao espírito empresarial de José Oduque Teixeira que tinha visão política e chegou a conquistar a Prefeitura Municipal, tornando-se um dos maiores prefeitos da cidade. Hoje, Bacharel em Direito pela UESC, José Oduque Teixeira sempre foi um sergipano de visão espetacular, tendo começado sua vida comercial num pequeno arraial de nome ESTIVA no interior do hoje município de Itapé, tornando-se com o seu tirocínio, um dos mais bem sucedidos empresários da Região. A rádio Jornal de Itabuna, apresentava uma programação idêntica às emissoras de Frequência Modulada, tendo no seu quadro de locutores, vozes padronizadas, como Spinola, Valdeny Andrade, Villy Modesto e tantos outros. Esta nova emissora transmitia também muitas notícias., as emissoras de Freqüência Modulada, como a FM Morena e FM Sul, vieram depois, a esta altura sem a participação do instalador das três de “Alto Modulação” (AM) Lourival Ferreira. Todo esse progresso nas comunicações, juntamente com a instalação da TELESUL, empresa telefônica nossa, depois absolvida pela TELEBAHIA que em seguida cedeu suas ações para a TELENORTE-LESTE S/A que nos liga ao mundo. É bom lembrar que a iniciativa privada em nossa cidade, foi e ainda é a responsável pelos grandes empreendimentos. O poder Público vem em segundo lugar, porque aqui existiu e ainda existem empresários que arriscam tudo acreditando em nosso progresso e a resposta sempre foi positiva. Desde antes mesmo da nossa independência, o nosso comercio já concorria com o da Capital, daí, ter atraído compradores de toda a Região e a propaganda foi tão consistente que até hoje, a Região compra em Itabuna. O maior pólo comercial da Região do cacau. Nos idos de 1958, possuíamos dentre outras, as casas comerciais, Loja Sales, Casa Luna, Casas Arnaldo, Loja Os Gonçalves, a Imperatriz, loja A Gaúcha Loja a Invencível, Casas Pernambucanas, Loja Popular, O Camiseiro as que mais se destacavam; Os bares El Dourado, Bar Avenida, Sport Bar, barbearia de Álvaro, onde a freguesia era selecionada, inclusive era ponto de prosa de muitos ricos e prefeitos, como Alcântara, Fernando Cordier. Álvaro era torcedor do Fluminense e quando o time perdia, o chamavam de “Pó de Arroz”. Casas Bancárias, além do Banco do Brasil, tínhamos o Banco de Crédito, Popular da Bahia, depois Baneb, hoje, absolvido pelo Bradesco; tínhamos o Banco da Bahia, Banco de Ilhéus, Banco de Fomento da Bahia, só muito depois surgiram Banco Itaú, Banco Real, Banco Bamerindus, Caixa Econômica Federal, tínhamos a Caixa Econômica da Bahia, que ficava nas proximidades do consultório dentário do Dr. Galvão, defronte do Raio de Sol, uma pequena loja que ficava junto à Farmácia Globo. E a Cooperativa Banco Rural de Itabuna, que era dirigida pelo saudoso JOSÉ DANTAS DE ANDRADE, o inesquecível “Dantinhas”que escreveu muita coisa de Itabuna assim como através de livretos; que contou muitas”Troças da Roça”. É bom lembrarmos também de Paulo Fogueira que muito escreveu sobre nossa cidade. A sorveteria Danúbio Azul, nunca mudou de endereço, surgiram depois filiais dela., mas a filosofia de trabalho sempre foi a mesma, já há três gerações como informa o Benedito Soussa, que sempre teve tempo de comentar assuntos de Itabuna. Falar de empresários de Itabuna não podemos esquecer de JOSÉ SOARES PINHEIRO, ANTONIO SOARES PINHEIRO(TOTE) MANOEL JOSÉ MASCARENHAS FONTES ‘LITINHO’ que foi candidato de FERNANDO CORDIER a prefeito, NICODEMOS BARRETO, CARLITO BARRETO, FERNANDO BARRETO, ANTONINHO QUEIROZ, HERMENEGILDO, CARLITO SANTOS ‘ALEMÃO’pessoa a quem Itabuna deve a construção do edifício União Comercial e outro prédio junto ao Residencial Teodoro Ribeiro Guimarães, na Avenida Fernando Cordier, parece que também é obra de “Carlito Alemão”o edifício TARIK,
Ele foi proprietário de uma casa comercial que revendia as eletrolas de alta fidelidade sonora e que ficava na esquina da Praça Olinto Leoni com o rua Adolfo Maron. Era um sonhador pelas boas coisas de Itabuna foi também responsável por um conjunto residencial na Avenida Kennedy, fundos para o bairro Fernando Cordier, com quatro pavimentos. Queria ter bom espaço para exaltar tantos nomes de homens e mulheres que mourejaram aqui, grapiunas e itabunenses; todos que amaram de verdade este pedaço de chão e demonstraram muito apego por este chão de cacau. Daí ter cantado algumas dessas pessoas nos versos do samba VERDADE GRAPIUNA : “Um dia Eliés a um, falou: falou e disse que está faltando honra, nos negócios, no convívio, no labor; que se luta sempre porá limpar o nome para que o homem possa sempre ser senhor; que não importa se o futuro seja incerto, mas que o presente seja o grande cabedal; do conceito que se tem entre os amigos, e a certeza de não praticar o mal; Um dia Eliés a um, falou: A miséria é conseqüência da ganância, de alguns que vão morrer sem entender; que o dinheiro para conseguir bonança, tem que primeiro ao pequeno proteger; que a vida nossa só é bela em momentos, que conseguimos ajudar o nosso irmão; que adianta abarcar o mundo inteiro, se no final todos ficamos no chão.Um dia Eliés a um falou; Itabuna precisa exaltar; pessoas que só lhe deram exemplo; de bondade, de honradez e de lutar; enalteceu o Henrique Alves dos Reis, Firmino Alves e o Olinto Leoni; Miguel Moreira, Nestor Passos Pinheirinho, Manoel Chaves, o Valtério e o Otonni; Raimundo Lima, Zildo Pedro Guimarães, o Pedro Marques e o Justo Calazans, João Paixão, Paulo Nunes e Nicodemos, pessoas que não esquecemos. Um dia Eliés a um falou; Amélia Amado, Lindaura Brandão, Maria Pinheiro, Laura Conceição; Otaciana, um mãe pra todos nós, Carlito Barreto e o Antoninho Queiroz; Fernando Barreto com Alberto seu irmão, Doutor Gervásio, Dr.Ubaldino Brandão, Gileno Amado Gerson Souza e o Dantinhas, Oscar Marinho, Felix do Brejo e Mangabinha; Um dia Eliés a um, falou;Felix Mendonça e Fernando Cordier, José Oduque e o Prefeito Simão; foram espelhos de José de Almeida Alcântara que conduzia sempre grande multidão; Calixto Midlej, um conceito de hospital, Wilson Maron, o seu grande escudeiro;Antonio Fontana, Benedito Wenceslau, Paulo de Souza, um exemplo de moral; Um dia Eliés a um, falou;’Fernando Gomes tomou as rédeas do Poder e nos fez bem com a sua energia; mudou a face de Itabuna pra valer, a colocando em destaque na Bahia;Nilo Santana, Plínio de Almeida, Aziz Maron, Everaldo Cardoso, Elzo Pinho e o Mimia, Washington Setenta, Mario Padre Telmo Padilha; A. Raiol dos Santos, Adélcio Benício uma família; Chiquito Ribeiro, Renato Costa, Ubaldo Dantas, Dr, Edson Dantas e o João Xavier; Sandoval Muniz, Orlando Lopes, Antonio Calazans, Valdelice Pinheiro, todos nós somos seus fãs; Zélia Lessa, Maria Olívia Cavalcante, beleza fulgurante que foi a Miss Brasil;Irmã Dalvani, Leonor Pacheco, Juliana Larché; que educaram, a mim e a você. Geny Xavier, José Albuquerque Amorim, Duda do Poli-Rodas, Dr. Jairo Xavier, Josué Brandão, Maria Palma de Andrade, Dr. José Henrique, de grande capacidade; Paulo Nunes o filho do que o deputado, Alda Pacheco, seu amor eternizado, Gabriel Nunes, Professor Flávio Simões; Cleonice Almeida, José Adervan, informações; Um dia Eliés a um, falou: Jorge Ribeiro Carrilho Benedito Sousa, Balduino Azevedo, Dr. José Pinto Dr. Eugênio Brandão, Mário Cezar, João Ribeiro, Hermenegildo, Maxuel Fotógrafo, João Morais, nunca esquecido;Júlio Brito Antonio Lisboa, Aristarco Almeida, Fernando Minelvino que caiu com o avião, Vicente da Luz, Perivaldo Teixeira e o grande Salume, Renan Silvio Santos e o Prefeito Ferreirão; Oscar Jesuíno, Bionor Rebouças Brandão, Potomiano, fundador do São Caetano, Capitão Paulo, Tomassete e Frei Jovino, Firmino Rocha, deram um fuzil ao menino. Lourival Ferreira grande comunicação, lembra também do Martinho Conceição; do Cedar Fontes e o amigo Hercílio Nunes, Pedro Fontes e tem tantos outros nomes. Um dia Éliés a um, falou!!!! Aqui eu canto a terra que abracei que a fiz minha; canto as pessoas que lhe deram o vigor que ela possui. o progresso que nela impera a sapiência e destemor dos povos mesclados, que atraídos pelo sucesso do cacau, aventuraram-se adentrando matas virgens, tendo plantado nas grotas e nas serras a cultura que nos distingue dentre as outras Regiões. Quando tudo neste chão para mim era magia, compus o que chamei de Fantasia do Cacau, assim expressada: “O que eu vou lhe contar, Bahia, prá você decorar, Bahia, é o segredo da riqueza, que lhe deu a natureza...........Cacau!!! Ó fruta mimosa, cheirosa e gostosa, que ´é riqueza do Brasil! Tão saborosa!!! É tão grande a sua fama, a sua historia é gloriosa...(pam pam pam pam, pam pam pam. Cacau!!! Nosso grande e inseparável companheiro! Meu mulato altaneiro, lhe quero bem não quero mal: ô ô ô , ô ô ô .Ouro roxo é cacau, Bahia, riqueza, nacional, Bahia. Com sangue foi lavrado. Hoje é tão abençoado. Nas grotas aqui do sul, nasceu, vendo as tocaias cresceu, vive ainda em vexames, epopéia de fortes e dos heróis sem nomes...Cacau, ó fruta mimosa, bondosa e gostosa, que é riqueza do Brasil, tão saborosa....” Faltou-me as condições para grava-la com a orquestração desejada. Nossa história é muito bonita, tirando-se algumas maldades executadas por alguns coronéis de índole perversa e que graças a Deus eram poucos, muita coisa divertida chegou ao nosso conhecimento, dai ser esta Região, riquíssima em histórias de grande jaez.
Procurarei sem mencionar nomes, contar algumas passagens jocosas que ouvi de pessoas que aqui viveram àqueles tempos, os idos de 1930, 1935, período de grande progresso do nosso principal produto. Devemos nesta oportunidade elogiar os grandes homens desbravadores desta Região por se preocuparam com a instrução dos seus filhos e descendentes, para que não fossem como eles, homens de grande sabedoria, mas que não alisaram os bancos escolares. Assim que sentiram ter uma situação econômica estável, preocuparam-se com o futuro cultural da prole. Todos desejavam que seus filhos fossem doutores, e muitos conseguiram o intento. Era comum se ouvir de um desbravador: ”Meu filho é Doutor”, estudou na Capital. Já com as mulheres o ciúme na maioria das vezes não permitia que elas também fossem para a Capital,estudar, contentando-se o Chefe de Família em que elas fossem professoras, estudando aqui mesmo. Comenta-se que os coronéis simpatizavam o trabalho da primeira professora Lourdes Gravatá que o Coronel José Firmino Alves mandou vir de Sergipe e promoveu a instalação da primeira escola, na rua da Burundanga , onde ele mantinha também uma grande casa comercial.. Conta-se que um certo homem de posses quando da inauguração de uma grande ponte que ligava a rua do Cajueiro à Santos Dumont, por sinal uma grande obra para a época, teria usado do seguinte artifício, mandou que uma grande quantidade de pessoas ficasse de um lado e outra quantidade ficasse do outro. Filarmônica presente, várias autoridade da Região e da Capital e ele seria a pessoa mais importante na inauguração da ponte e saiu-se com esta: Os que estão do lado de cá que passem para o lado de lá. Os que estão do lado de lá, passem para o lado de cá e está feita a inauguração ! A filarmônica em seguida tocou um forte dobrado militar e todos bateram palmas. Ninguém ousou falar mais, pois, o Coronel já tinha feito a inauguração. Um outro grande coronel necessitou levar a esposa ao médico, pois esta se queixava de fortes dores, no anus. Naqueles tempos, mulher casada não podia entrar num consultório médico sem a presença da marido, principalmente se fosse a esposa dum coronel do cacau. Enquanto ele falava em voz alta da preocupação que tinha com a referida doença , falava do anus, vulgarmente, sendo então chamado a atenção por alguns dos filhos, doutores que lhes disseram que não usasse o termo comum quando o médico perguntasse onde era as dores que sua esposa estava sentindo. Os meninos repetiram várias vezes, para o velho decorar assim procedendo: papai, o nome é anus, decore por favor, o nome é anus e não vulgarmente como o senhor está chamando. Tudo aconteceu da seguinte forma: Ao chegar no consultório e depois do médico ter interrogado, onde a mulher sentia dores, o velho coronel, tendo esquecido o nome, abriu a porta do consultório chamou alguns filhos que lhe acompanharam e que estavam na sala de espera e perguntou em voz alta: ô meninos, como é aquele apelido que vocês botaram no de sua mãe? Daí os filhos responderam: anus, papai, anus papai e ele disse para o médico: é isso aí doutor é como eles estão dizendo. Não obstante serem de parcos conhecimentos escolares, tinham espírito crítico, fabuloso. A filosofia aprendida nos caminhos do mundo, transformou um homem de tal maneira, a ponto de depois de conquistar grande fortuna, correr várias partes do mundo, já que seu dinheiro podia comprar quase tudo, limitou-se a viver, vestido num terno branco, em plena Avenida Cinqüentenário, apoiado numa bengala e calçado numa alpercata, admirado por todos, alguns interessados em lhe tomar dinheiro emprestado, outros por odiá-lo simplesmente e sem motivo. Ele tinha sempre frases filosóficas que aprendeu ou que criava para encher a sua verve, já que passara por vários fatos na vida, alguns devido sua ótima condição econômica que lhe gerava problemas insolúveis. Pessoas da própria família tentara lhe matar; familiar íntimo foi vítima de acidente de automóvel e morrera, sem que tanto dinheiro pudesse evitar; outro familiar sofrera perseguição da Guarda Aérea e o avião no qual viajava, fora abatido e ele morrera. Descobriu-se apenas uma aliança de ouro em parte de corpo encontrado no local onde o avião caíra segundo comentários populares na época, já que tudo permaneceu sob segredo familiar, sem haver até hoje uma nota pública que esclarecesse os fatos. Este parente teria tentado contra a vida do próprio milionário, e era tido como poderoso.
É dele, que se conta, que ao ser instado por um pobre a dar-lhe uma esmola e como o mendigo já tivesse um saco que trazia à vista, saiu-se com essa: ” você já tem um saco e pede esmola? E eu que nem saco tenho?
Senhor Gerente,: quando houver outro incêndio desse, deixe queimar tudo, mas não me traga mais um despesa desta. Isto foi dito depois de ouvir de um a um em numero de mais de trinta pessoas que apagaram um incêndio em três fazendas de cacau. Mas, de um a um pagou a todos.
Em viagem ao Rio de Janeiro, acostumado a hospedar-se em pensões daqui do interior, à porta de um hotel altamente luxuoso, perguntou ao atendente, se ali tinha um quarto
Para dormir. O carioca glosador e debochado, teria respondido: Aqui não tem esse negócio de quarto não, seu caipira. O grande homem, com toda altivez, falou alto: Quem é o gerente desta espelunca? Nesse momento, criada a discussão, o gerente apareceu à sala da recepção e se apresentou: “pronto cavalheiro, o que deseja? e o grande homem respondeu: quero comprar essa espelunca com esse sujeito dentro, para que eu tenha o prazer de bota-lo pra fora. Eu sou o maior produtor de cacau individual do mundo e o senhor diga em que banco quer tirar o meu dinheiro. Nesse momento o porteiro, passou a tremer como uma vara verde, receiôso de perder o emprego. O gerente tratou o grande homem muito bem e cedeu-lhe um apartamento para dormir, sem maiores problemas. A força do cacau era respeitada e conhecida !
O grande homem era sempre solicitado a emprestar dinheiro. Algum que desejasse instalar uma casa comercial, e sabendo que ele era um simpatizante pelo progresso de Itabuna, sempre dirigia-se a ele, por ser a maior força econômica da cidade, quiçá da Região. Mas ele sempre perguntava a quem lhe solicitava empréstimo: “para que você quer este dinheiro meu filho?” Certo cidadão respondeu que era para instalar um bar. Ele respondeu, bar já tem muitos, você não vai ter boa renda, não vai poder pagar o meu dinheiro. Não empresto não.
Um soldado motorista de viatura policial devido a aproximação que teve algumas vezes com o Grande homem, isto devido as visitas que o delegado fazia na residência do milionário, o que era motivo de prestígio o Delegado estar na referida residência, achou por bem o motorista de pedir-lhe um dinheiro emprestado, com a alegação de que desejava comprar um carro usado. O grande homem prometeu ao soldado que passasse lá depois para conversar sobre o assunto. Três ou quatro dias depois , o soldado teve a coragem de aproximar-se, desta vez, sozinho e cobrou-lhe o empréstimo. O grande homem gostava mesmo era de ter com quem conversar para matar o tempo e antes de responder se emprestava o dinheiro ou não, perguntou primeiro tudo que se passava na Delegacia , como estava o movimento; se estava ocorrendo muitos roubos na cidade, etc.e como demorasse muito, o motorista disse que estava com um pouco de pressa para atender o horário do expediente policial, ouvindo o Grande Homem: você me acha com cara de besta? Você acha que eu vou emprestar dinheiro a soldado de polícia que ganha pouco e não vai poder nunca me pagar? Passar bem. O policial sem dizer mais nada deixou a companhia do homem que gostava mesmo era de matar o tempo com uma longa prosa.
Ninguém pode dizer que o Grande Homem não fosse de boa índole. Quando a Sociedade reclamava uma ajuda ele sempre participava, hora doando terrenos para tenha construção de escolas, hora atendendo a falta de dinheiro de um asilo ou uma ajuda a igreja, mas tudo sob boa contabilidade. Nunca desperdiçou dinheiro.
Não fizemos roteiro das matérias aqui expostas para que o leitor, sem perceber leia todo conteúdo. Nossa preocupação é citar pessoas e fatos comuns, além de mencionar os atos das autoridades que chamaram a atenção. Que tivemos Delegado de Polícia que fazia com que o ladrão apanhado em flagrante fosse obrigado a beber óleo lubrificante queimado, como castigo, ouvi comentários; ladrão que insistia em permanecer roubando, receber um injeção de água na veia e ficar com seus movimentos corporais comprometidos, tendo de andar bem devagarzinho, isso, desde quando aqui cheguei ouvia de populares.Tudo servia para chamar a atenção do vadio e fizesse com que ele não cometesse o delito de furto ou de roubo. Que por aqui existiu um ex-militar que serviu ao País na guerra do Paraguai e tinha por costume fazer xixi nos bolsos dos políticos e poderosos, também ouvi contar. E este ex-militar se valia de uma força que se dizia satânica, ele invultava (desaparecia quando queria) fenômeno que não sabemos explicar até hoje, mas na verdade, pelo que se conta, ele não era alcançado pela Polícia e fugia montado numa mula pequena, como ele, e por mais que os policiais tentassem atingi-lo com balas de fuzil, não conseguiam.Ele tinha por feitio, chamar a atenção, postando-se em frente às mansões onde ocorriam as festa glamurosas e ao chegar políticos ou gente rica importante, aproximava-se e dizia simplesmente que queria fazer xixi e pedia que abrisse o bolso. Satisfeito ele saia do local sem ser perturbado e o ofendido negava que o fato aconteceu, mas, tinha que retornar a residência para trocar de roupas, dando uma desculpas qualquer. Que vários jagunços desses ricos ofendidos, procuravam o escuro-baixinho-mijador para matar, é verdade, mas, quando atiravam nele, não acertavam e se preciso fosse, ele desapareceria. Durante muito tempo, foi este individuo motivo de muita chacota. As notícias corriam de boca em boca, quando o mijador desmoralizava este, ou aquele coronel do cacau, ou certas autoridades. Sua morte, se deu, estupidamente, depois de o terem ferido de todas as maneiras, e somente com o punhal dele, foi possível silencia-lo. Ele mesmo ensinou como o matariam, mandando que o ferissem com o seu próprio punhal. Existem controvérsias quanto ao local onde o mataram. Ele teria contado seu segredo para uma mulher-dama, (como se denominavam as mulheres livres, que recebiam qualquer homem em sua residência em troca de algum pagamento) e esta mulher que era “xodó” (amante) de um soldado, teria dado o serviço (passado a informação). O fazedor de xixi teria sido apanhado de surpresa e recebido golpe forte que não teve como reagir, senão aceitando o sacrifício da morte., Isto segundo alguns, aconteceu no lugar onde hoje é a av. Aziz Maron, próximo à margem do Rio Cachoeira, numa pastagem ali existente, na época. Outros comentam que o sacrifício se deu nas proximidades de uma barcaça de cacau, numa fazenda próxima a Coaraci. Outros dizem que foi no interior de um quarto de alcova, no então distrito de Barro Preto, quando ele embriagado contou certo segredo para uma mulher e esta com uma mão de pilão(instrumento pesado de madeira que servia para moer café) aplicou-lhe um golpe na cabeça sobre a cama onde ele estava embriagado. Em seguida ela chamou a Polícia e ele meio morto meio vivo, ensinou que deviam feri-lo com o próprio punhal e assim se deu sua morte No fundo no fundo se comenta que a presença desse maníaco em nosso meio, teria quebrado a clina pomposa de muitos dos nossos coronéis, que não levavam desaforo pra casa, mas com o fazedor de xixi, não tinha jeito; nem a Polícia nem os capangas evitavam o problema. Muitos dos coronéis o tratavam com cordialidade, demonstrando ser pessoa íntima desse Caboclo raquítico que teve patente de militar na guerra do Paraguai. Quando este individuo chegava montado em sua mula, na rua do Quartel-velho, era um desespero, todos os homens começavam a fechar seus bolsos de palito, muito usado na época, uns, por graça e outros, prevenindo-se mesmo de passar por momento tão angustiante, quando ele dizia: “me dá o bolso aí que eu quero mijar. Certa feita ele criou uma situação tão vexatória no “Buraco da Gia”, simplesmente quando tentou entrar na referida avenida, com a sua inseparável mula. O Buraco da Gia, era uma grande casa de cômodos, que nesta Região chamam de Avenida e naquela acomodação, moravam as mulheres de vida fácil, que eu acho vida difícil. Ao saberem que o fazedor de xixi ia entrar na avenida, foi um corre, corre terrível, ocorrendo muitas mulheres com ferimentos leves, tamanha a confusão. Mas este desordeiro, como intitulam, tinha também momentos de reflexão e em outras oportunidades, apoiava e defendia pessoas idosas, crianças ele respeitava e tinha por costume interferir na administração de propriedades agrícolas quando os pagamentos estavam atrasados, ele, acostumava mandar matar algumas cabeças de gado para alimentar os trabalhadores e em seguida ficava esperando o proprietário para reclamar em nome dos mesmos. Todo patrão tinha medo e muitos o mandaram matar e não conseguiam porque “Zé Ninck era “mandingueiro’, isto é, tinha certos poderes inexplicáveis e ninguém o conseguia mata-lo a tiros, fosse de revolver , de fuzil, de parabelo, clavinote, arma muito potente da época. Tinha costume de fazer desordens e sair do local montado em sua mula, embriagado, e nenhum tiro lhe atingia. Um fazendeiro teria sido obrigado a pisar cinqüenta arrobas de cacau, calçado numa bota e em seguida, estando embriagado, Zé Ninck encostara, bêbado no corrumão da escada de uma barcaça e dormiu, daí, o fazendeiro que estava pisando o cacau-mole, aproveitou-se e deu-lhe golpes de machado, na cabeça e ele, pediu que lhe ferissem com um punhal que conduzia à cinta. Esta versão me parece a mais certa.
Nossa cidade, por ser o centro da Região, recebia gente de toda espécie. Pistoleiros vinham da Paraíba, de Sergipe ou mesmo do norte da Bahia e aqui, se instalavam, porque tinham notícias de que havia campo de trabalho Muitos Coronéis os tinham como segurança e na verdade, precisavam de homens destemidos para suprir à falta da Força Pública que era pequena demais, daí chamar-se esses seguranças particulares de jagunços. Ocorre que tais seguranças fugiam do controle dos patrões e cometiam muitos impropérios, alguns até conseguindo depois se transformar em autoridade, isto por imposição deles mesmos e os coronéis para não ter um inimigo, accediam e usavam da influência que tinham junto aos políticos da Capital e conseguiam a nomeação. Eles, transformados em autoridade, faziam o que os coronéis pedissem. A força do coronel do cacau estava em poder nomear autoridade policial, para sua segurança e dos seus amigos e de manter muitas mulheres por conta, na rua do Quartel Velho. Sempre quem tinha mais mulheres por conta era tido e havido como coronel forte, rico Várias mulheres viviam como rainhas, bem vestidas, tinham damas de companhia quando saíam para comprar nas lojas da rua da Lama (hoje Cinqüentenário) Essas mulheres, não obstante terem decaído da posição social ao se desvirginarem, eram respeitadas por serem mulheres do coronel tal. Ele pagava tudo e a maioria deles, os momentos de prazer que tinham com elas era apenas de abraços e beijos, já eram decrépitos, apenas mantinham a pompa. Sabe-se demais dos amantes dessas mulheres que se aproveitavam da ausência dos coronéis para atende-las sexualmente, correndo risco de um olheiro ver ou tomar conhecimento e depois contar ao coronel dono dela. Falam-se de muitos que morreram por causa dessas mulheres. Quase toda rua da Lama tinha mulheres, porém a maioria estava na rua do Quartel Velho.Hoje, Ruy Barbosa. Posteriormente, resumiu-se num trecho da Av. Sete de Setembro, antiga rua da Lama, conhecido por ESPORTE BAR, porque havia um bar ali com este nome. O meretrício, nome jurídico desse ajuntamento de mulheres de vida fácil, estendeu-se até a avenida Garcia, Rua São Paulo, hoje Dalila Paganelli, proximidades da Praça Prefeito José de Almeida Alcântara , conhecida por JARDIM DO “O”. Na verdade o meretrício se espalhava por toda cidade. O bairro Mangabinha, tinha um prédio de dois pavimentos no lado da feira livre, onde no primeiro andar, as mundanas, como também eram chamadas, moravam e exerciam a profissão mais velha do mundo; no bairro Conceição havia uma casa muita conhecida, nas proximidades da cabeceira da ponte Góes Calmon, a que foi construída com óleo de baleia, no lugar do cimento. Ali também existiu o Bar Menino de Deus, muito conhecido por Bar de Afonso, onde elas se reuniam e dançavam aos sábados e domingos. Sempre ocorriam alguns tapas, bofetadas, porque havia ciumes por parte de ambos os sexos. Neste bar, existiu um serviço de alto falantes, onde muitos locutores famosos daqui começaram a usar o microfone (comentaremos adiante).Era o Serviço de Alto Falantes SABU.Nome este que teria sido inspirado num personagem do cinema “SABÚ”, muito querido pelo público da época. SABU deslocava-se sobre um tapete voador e chamava a atenção da gurizada da época. A verdade é que o bairro da Conceição era o point da cidade, já que o Pontalzinho, era um bairro “muito lorde” e a vida boêmia não existia, daí, os jovens do Pontalzinho, tinham dificuldade de participar de festas no bairro da Conceição, pois, grupos antagônicos, achavam que eles queriam badernar, com a desculpa de serem bacanas, ricos. Os jagunços, ou pistoleiros, hospedavam-se naquele bairro, deles surgiram as casas de jogos de azar, brigas de galo, numa rinha de nome Galo Preto, perto do bar de Afonso; surgiu o COENTRO, um cabaré, no lugar chamado CANCELÃO, no alto do bairro, onde as chamadas mulheres livres, freqüentavam e atraíam muitos endinheirados, alguns, transformavam-se com capotes colonial, chapéu sobre os olhos, para não serem reconhecidos, antes de entrarem na festa. Aí as vezes, alguns coronéis, encontravam suas amantes que também foram pra festa com roupas que não deixavam ser reconhecidas e aí, ocorriam alguns tapões, puchões pelos cabelos, nada que depois de ser conduzida a força do cabaré até em casa, não temperasse mais o acasalamento daquela noite. A vida da cidade estava no bairro da Conceição, onde a influência africana sempre foi muito grande, daí existirem as festa de marujadas, os blocos de caboclo com lanças, afouxés, cordões, batucadas, grandes festas de largo, principalmente capoeiras que em todos os fins de semana, na frente da igreja ocorriam.A Igreja era um barracão de tábuas, em frente ao largo, e ali, estavam residências, do Cel. Felix do Brejo, de Antonio Santana, conhecido por “Marinheiro”, fazendeiro de posses, Os parques menores armavam-se naquele bairro, já que os maiores se instalavam no Largo onde hoje é a Praça Otávio Mangabeira(ou camacan) Por ser tão destacado e por ter uma população na maioria negra, passaram a chamar o bairro de ABISSÍNIA, Ocorriam muitos homicídios e o policiamento era pequeno.. Todo movimento passava pela Ponte Góes Calmon, e na rua principal , Avenida Buerarema. Não existia outra ponte, senão a que ligava ao bairro da Conceição . A Ponte dos Velhacos, era apenas uma passagem, que encurtava s viagem, e ficava nos fundos da casa de Godofredo Almeida e saía nas proximidades da casa de João Morais que era chefe da guarda municipal. Depois surgiu a ponte
Engenheiro Antonio Lacerda, o mesmo que construiu o Elevador Lacerda em Salvador. Esta Ponte foi inaugurada no período da Segunda Guerra Mundial e teve o seu centro, móvel, para em caso de necessidade, parte dela pudesse ser retirado para evitar-se uma invasão inimiga. Somente depois de l950 foi que novo impulso gerou melhora na pista que ligava parte da hoje Av, Princesa Izabel com o centro da cidade. Em 1947, tivemos a maior enchente conhecida até então. Os prejuízos foram grandes e provou o que um engenheiro havia previsto quando da abertura da Avenida Cinqüentenário, naquele tempo, rua da Lama, de que, tinha que haver, um aterro de três(3) metros de altura. Este fato só foi bem provado na enchente de 1967 quando atingiu o rio dois metros e oitenta centímetros, na nossa principal artéria, assunto. Do qual merece maior espaço e comentaremos mais adiante. O bairro da Conceição vivia seus dias de alvoroço, quando o gado das boiadas que vinham do sertão, para o matadouro era provocado, normalmente pelos desocupados que ficavam sobre a ponte, atiçando pedaços de pau e o gado passava por debaixo da velha ponte,espalhando-se, invadindo o bairro e parte do centro da cidade, chegando até ao comercio, onde quebrava vitrines, como aconteceu vários vezes. Era um grande corre, corre que agradava às crianças e assustava os pais delas, preocupados com suas segurança o gado descia pela margem direita que desce o rio e ali, na velha ponte, atravessava pelo sequeiro e alcançava o outro lado para atingir o matadouro que ficava onde hoje se encontra o prédio do colégio IMEAM.( Instituo Municipal de Educação Aziz Maron) Quase que toda semana havia um corre corre de vaqueiros perseguindo algumas vacas que fugiam.Dizia-se até que algumas mulheres tinham por costume colocar sal, no fogo, o que provocava a fúria do gado segundo acreditava-se. Muitos tangedores do gado criavam fama de bom vaqueiro, pois, costumavam imolar o animal fujão, no meio da rua mesmo, principalmente quando o animal demonstrava querer entrar em alguma casa ou subir em algum barranco, para atingir quem estava em cima provocando-o. Gostoso eram os comentários depois da refrega: a vaca entrou na casa de Dona Maria, outros diziam o dono da casa, golpeou a vaca etc etc..Era uma diversão para os que assistiam, em segurança e prejuízo para o dono do gado. Na época muitos se consagraram como homens valentes e da sua rudez de tangedor de gado, passava as vezes a ajudar a Polícia, como inspetor . Como recompensa passavam a ter uma casa de jogos de azar (CAFUA) onde jogavam com vários viciados e cobravam o “Barato”(pagamento por cada mão jogada) Os jogos eram VINTE E UM, PIF-PAF e outras modalidades. Em muitas dessas “CAFUAS”, ficava-se sabendo de vários crimes confessados por indivíduos que bebendo estavam jogando. Quando o álcool lhe atingia o cérebro, começavam certos indivíduos a contar seus atos passados, principalmente, se havia matado ou se roubado e daí a para chegar aos ouvidos de algum policial era um pulo. O próprio dono da “CAFUA” era valorizado por contar à Polícia que passaria a investigar o fato e por isso a Cafua servia de ponto de informação para a Polícia. Naquele ambiente, sempre em ponta das ruas, se ficava sabendo de tudo e um fugitivo que retornasse à cidade, era denunciado facilmente. Com isso, troca de favores, a Polícia ficava sabendo que o candidato tal estava na cidade e sabendo onde ele morava, ficava fácil, detê-lo e interroga-lo.
OS GRANDES NOMES ARTÍSTICOS DA CONCEIÇÃO
Além de PATUCA, grande sambista e responsável pelo cordão OS CORSÁRIOS, conheci LANE, um musico-baterista, CABEÇA , tocava trombone e tinha costume de tocar em cordões carnavalescos, principalmente no cordão Estrelas Dalva da Caixa Dagua, também no cordão Garotos do Samba, de Valdemar e Zé Timbuíba mas sei da existência de SURURÚ, CAIDÕ sambista de primeira qualidade e puxador de escola de samba, capoeirista e trabalhava no armazém de ferragens de Nicodemos Barreto. Existia outro sabista famoso e também capoeirista COSME PRETO, José Inácio, capoeirista. O bairro produziu duas cantoras que foram muito aplaudidas por quem ouvia a Rádio Clube e depois a Rádio Difusora Sul da Bahia, VALDELICE SANTOS a ceguinha como era carinhosamente chamada, tinha uma linda voz, mas faltava-lhe a visão e a menina ainda de quinze anos NEIDE PRADO, a cantora das pessoas mais idosas que lhe pediam para cantar o tango “Lençinho Querido”, sucesso na época, de Dalva de Oliveira. !Música Argentina, vertida para o Português) Em todos os programas que a Neide Prado cantava, tinha que atender pedidos para interpretar, o referido tango. O bairro Conceição, era também o lugar de Lourival de Jesus Ferreira, o criador de todas as rádios de Freqüência Modulada de Itabuna. Um professor de um voz forte e belíssima. Era pau pra toda obra, no rádio, mas destacou-se como comentarista, principalmente com um programa de nome PONTA DE LANÇA, mas fazia noticiário, fazia propaganda comercial e tinha comando sobre seus subordinados, inclusive seu criado, escritor destas linhas.
Poucos sabem que O Cel. Henrique Alves dos Reis era opositor político do nosso fundador Firmino Alves e ao contrário dos que afirmam ter sido Firmino Alves, um sergipano desminto, pois fontes fidedignas dizem claramente que ele nasceu no interior do município de Ilhéus, onde hoje se encontram as instalações da Ceplac, na BR 415. A mãe do Cel José Firmino Alves teria vindo, grávida do lugar Cristinópolis, antiga Tomas do Girú, no vizinho Estado de Sergipe, mas ele 0 José Firmino Alves, nasceu no interior do município de Ilhéus próximo à cidade que haveria de fundar- a nossa Itabuna. Tantos outros escritores já falaram demais desta figura impoluta que emancipou o nosso Torrão; todos já disseram que ele veio para estas Plagas porque um seu parente, convenceu sua família, e esta teria vindo num dos velhos navios da Companhia Baiana de Navegação, já que era na época o meio mais eficiente de transporte, o marítimo. Felix do Amor DivinoTeria sido o primeiro a instalar-se no lugar Marimbêta (bairro da Conceição) e o que mandou contar as maravilhas do lugar a família do Firmino Alves, que encantou-se, com razão.. Mas a minha intenção é lembrar fatos e pessoas que as grandes obras sobre o assunto, não comentam..
Quando aqui aportei, me encantei com as avenidas e praças, modernas, um comércio fervilhante, veículos para todos os lados, trem de ferro, no qual cheguei vindo da cidade de Uruçuca, onde fui aventurar emprego de locutor, pois soubera que ali existiam dois estúdios de alto falantes comerciais. Para isso, vindo de JITAUNA, onde servi como locutor ao político URBANO DE ALMEIDA NETO, conhecido por URBANO CEM CONTOS, saltei do ônibus no pequeno lugarejo conhecido como PONTE DE ZINCO, peguei um caminhão Studebake, de cor, verde, único meio de transporte do referido lugarejo até Água Preta, hoje Uruçuca, e ali, chegando já tarde da noite, hospedei-me na Pensão MAIA e no mesmo cômodo para repouso ali estava um amigo do lugar de onde eu vinha Jitaúna, de nome AGAMENON, com quem eu tinha costume de jogar sinuca num bar ESTRELA, de um Cabo da Polícia, pessoa que era prestigiada por Urbano Cem Contos, lá em Jitaúna. Sabendo da perícia do Agamenon no jogo de sinuca, lhe emprestei algum dinheiro e ele perdeu em disputa com outro cidadão a quem eu não conhecia, num bar em Água Preta. Passei dois dias no lugar, aguardando um chance de trabalhar em um dos serviços de alto falantes e não consegui, pois, os stúdios não abriam e soube depois de que alardearam que um grande locutor estava na Praça, por isso me deu a entender que ali eu não teria chance de trabalho
pois, os que ganhavam seu pão, não queriam concorrência. Com muito pouco dinheiro no bolso, cinco ou seis mil réis, resolvi seguir viagem, cujo destino era Ilhéus, mas, tinha que passar em Itabuna, saltar na Estação do Trem de Ferro, pegar uma marinete que tinha o nome Mangabinha e saltar na rua do Berilo, para entregar uma carta do motorista de Urbano, conhecido por NETO, para algum parente deste. Foi quando eu ouvi um serviço de alto falantes, na rua do Berilo e um cidadão que usava o microfone, demonstrava não entender muito da matéria, daí me aproximei e perguntei se estavam precisando de locutor. O cidadão que vim saber atender pelo vulgo de CALAMBAU, era um tipo branco, baixo, ligeiramente sarará, com feições nordestinas, perguntou-me se eu queria fazer um teste, no que aceitei e quando li um texto de publicidade, ele saiu correndo, deixando-me a sós. Teria ido chamar o irmão Sr. VENTURA que era o dono do serviço de publicidade. Este, somente mais de uma hora apareceu, de braços dado com sua noiva, um senhorita muito elegante que vim saber ser filha do dono do BOM MARCHÉ, uma casa comercial que existia na Avenida Garcia, perto de dona CUSTÓDIA CARTOMANTE, mãe de NENGA, um motorista até hoje ali residente, casado com dona “ROSA “. Ele foi fundador da empresa de transportes São Jorge, juntamente com WLISSES, hoje, Bacharel em Direito, residente nesta cidade. Ventura, preocupava-se muito com a elegância e cumprimentou-me cavalheIrescamente, mas, me disse logo das dificuldades, da pouca renda do Serviço de Alto Falantes, mas, me garantiu pagar Mil e Oitocentos Reis, no que aceitei, pois, estava precisando. Fui convidado em seguida a repousar na residência dele,Ventura, que ficava numa rua sem saída, subindo em direção a hoje Igreja Santa Maria Goretti, no bairro Berilo. Com as desculpas, desnecessárias, armaram uma rede nordestina, na sala principal da casa simples, onde eu dormi. No outro dia muita gente queria me conhecer, logo eu comecei a trabalhar e fiz boas amizades, com as aproximações, uma que não esqueço foi a amizade de NENGA de dona CUSTÓDIA . Este rapaz, que posteriormente fez uma propaganda a meu respeito, nos Stúdios da Rádio Cultura de Ilhéus, provocou que eu fosse convidado a fazer um teste, na referida emissora de rádio, onde fui aprovado, passando a ganhar Um Mil e Duzentos Reis, oportunidade em que o salário dos demais era de quatrocentos e sessenta. Tive a oportunidade trabalhar ao lado de Adocival Araújo Odraude Silva, Mhirtes Pititinga, Alfa Santos, Robert Assef, que era o Diretor,Luiz Prisco Viana(posteriormente eleito Deputado Federal duas vezes) Paulo Souto, que fazia partebda equipe esportiva da rádio eleito duas vezes Governador do nosso Estado da Baia tentando a Terceira vez, nestes dias, Celso Gomes Rocha, Milton do Rosário , NILCE, com quem contracenava nas novelas, Gutembergue, discotecário, Titio Brandão(Antonio Brandão de Jesús), além de algumas cantoras, uma parente de Odraude Silva. Os fatos que marcaram minha passagem na Rádio Cultura de Ilhéus.Fui detido por soldados da Força Pública da Bahia, que na época não era Polícia Militar, situação que só veio ocorrer, depois que surgiu o Movimento Militar de Mil Novecentos e Sessenta e Quatro e todas as Polícias estaduais passaram a ser chamadas de reserva do Exército. Naquela oportunidade, surgiam os chamados COSME E DAMIÃO, um policiamento ostensivo de dois em dois policiais, nas esquinas da cidade, ou patrulhamento Ostensivo. Ocorre que vários fatos ocorreram envolvendo tais policiais e na condição de repórter eu era obrigado e noticiar o fato e fazer algum comentário. Isso não agradava o Grupo Policial e eu fiquei na mira de alguns. Certa noite por volta de dezenove e trinta, quando me deslocava de bicicleta para cegar na Av. Soares Lopes, residência da Vereadora Conceição Lopes, onde ensaiava uma peça Teatral, perto do Posto de gasolina de Herval Soledade, eu numa bicicleta, parei junto aos trilhos da Estrada de Ferro que passava ali, para atender ao colega Alfa Santos, que me anunciava uma festa naquela noite, no bairro do Malhado, enquanto eu lhe dizia que não podia comparecer, pois ia para a casa da Vereadora Conceição Lopes, na avenida Soares Lopes, onde estava a ensaiar uma peça teatral de nome CHUVAS DE VERÃO de Luiz Iglesias que apresentamos no Cine Teatro Ilhéus, em prol da Maternidade Santa Izabel das Senhoras de Caridade de Ilhéus. Eu fazia o papel de um velho servente doméstico numa residência nobre. Me saí tão bem que levei mais de quarenta minutos para deixar o cine teatro, após a apresentação, pois o grande público queria de alguma forma me parabenisar. Recebi depois um cartão de agradecimento da presidente “Pacheco” que guardo até hoje, com carinho. Eu era muito querido pela Vereadora Conceição Lopes. Quando eu atendia a Alfa Santos, ainda sobre a bicicleta, fui empurrado por um grupo de militares, que patrulhavam a Praça Cairú e um disse: sái da frente. Eu caí com a bicicleta e quando perguntei o que estava ocorrendo, ouvi a seguinte expressão:”´é para ter respeito nesta....”sujei o meu terno azul com gravata, como gostava de me vestir e fui conduzido por dois policiais até a Casa de Detenção, defronte onde hoje está instalada a CEPLAC em Ilhéus. Eu já era muito conhecido e uma procissão me acompanhou naquele momento e toda vez que perguntava por que estava me prendendo, a resposta era sempre a mesma:”é pra ter respeito nesta P....”Fui entregue ao carcereiro, um outro soldado que estava de fuzil na mão, de cor negra e que me recebeu e não me recolheu, alegando que não tinha ordem e que não deram alteração. Alfa Santos que assistiu a tudo deu o alarme e foi chamar a Mirthes Pititinga, nosso Diretor de Broadcast e depois foi procurar o Capitão Delegado que demorou um pouco mas, mandou uma ordem escrita para o plantonista carcereiro. Antes da minha soltura, chegou o Diretor Mirthis na cadeia pública e falava alto dizendo que ia comunicar a arbitrariedade ao Governador e ao Presidente da República, oportunidade em que o plantonista militar dizendo não ter nenhuma responsabilidade, colocou o fuzil sobre um móvel que servia para colocação de revistas ou jornais, no meio do grande salão. Mirthis pegou o fuzil e continuou falando alto e dizendo que ia comunicar ao governador e ao Presidente da República, enquanto os presos que estavam nos cubículos com grades, gritavam: isso aqui é uma injustiça, comunique ao Governador mesmo!!! Até que a ordem legal chegou, eu fui liberado e aí, grande multidão nos acompanhou até o prédio da rádio, onde os discursos inflamados de vários oradores se fizeram ouvir, dentre tantos, Luiz Viana, locutor, Rubens Correia, jornalista conhecido, Mirthis Pititinga, Robert Assef o Diretor-Chefe e todos os componentes da rádio que quiseram dizer alguma coisa. Colocou-se dois grandes alto-falantes na sacada do prédio para o povo que rapidamente formou grande multidão na Praça Cairú e adjacências ouvisse melhor os pronunciamento . Cada frase repudiando o trabalho do novo policiamento era aplaudida pelo povo que pedia a saída da Polícia. Até que naquela noite, o Comandante e o Vice, estavam retornando de Itabuna, onde vieram apurar uma acusação contra um policial e quando ligaram o rádio do carro, segundo disseram, passaram a ouvir palavras inflamadas contra o policiamento, daí dirigiram-se diretamente para o local, onde tiveram dificuldade de entrar de carro na Praça Cairú e quando saltaram do carro, dificuldade para passar no meio do povo e subir a escadaria da rádio pois o povo não deixava, sendo preciso que os Diretores da Rádio fossem ao meio do povo para conduzir os militares ao Stúdio onde eles garantiram que as providências seriam tomadas, o que acalmou a multidão. Além da divulgação que por força do ofício eu fazia, denunciando os fatos policiais, eu soube depois que o comandante do pelotão que me derrubou da bicicleta era namorado de uma enfermeira do Hospital São José, onde eu fazia reportagem diária, era bem tratado com lanches, e em compensação divulgava os nomes do corpo de enfermagem do referido hospital, dedicava músicas a pedido delas para seus amigos e colhia as informações que precisava para os jornais falados da emissora, o mesmo que fazia na Maternidade Santa Izabel e na Capitania dos Portos, onde eu tinha por obrigação diariamente de informar o movimento do porto, quais os navios que chegavam e que saíam, quais as cargas que conduziam, etc. Este trabalho eu fazia, porque cada vez que pedia um aumento, o Sr. Robert Assef. Me dava o aumento, e mais trabalho. Começava as sete horas da manhã com o Jornal da Manhã, na maioria das vezes fazendo dupla com Adocival Araújo, um gordinho engraçado e sempre quando um errava o texto, o operador de som tinha que levantar um fundo musical para esperar a gargalhada passar. De hora em hora, cinco minutos chamado de o Noticiarista
As catorze horas, obrigatoriamente o programa AS SUAS ORDENS, quando as pessoas dedicavam músicas a outras, principalmente pela passagem de aniversário, ou motivo de viagem despedindo-se.Era um programa que rendia dinheiro pois casa música solicitada para a dedicatória, custava dois mil reis e muitas eram solicitadas com antecedência. A Região toda ouvia este programa. A rádio Cultura de Ilhéus foi a prima AM da Região.Eu fazia as chamadas propagandas comerciais, durante duas horas, fazia o programa caipira juntamente com Alfa Santos e aos sábados era o apresentador do Titio Brandão, programa de auditório transmitido do Cine Teatro Ilheis. Havia uma parte de crianças e outra de adultos, o mesmo programa que posteriormente passamos a apresentar em Itabuna com a inauguração da Rádio Clube e minha chegada em abril l957 nesta emissora. Com o programa caipira , eu e Alfa Santos, fomos os primeiros nesta Região a divulgar o que era o Bujão de Gás Engarrafado e a ensinar ao povo, em tom caipira como era que se acendia o fogão a gás e só a Loja GENY tinha o produto para vender, era a dupla TIMBIRA E ENGOLE SAPO eu era este último.Eu fui o repórter que noticiou em primeira mão o desastre, na boca da barra de Ilhéus do Navio Nossa Senhora de Lourdes, que eu sabia ter saído do Porto com mais de quinhentas cabeças de gado com destino a Recife, por volta das dez horas da manhã, e as dezenove horas, quando eu estava nas proximidades da Catedral de São Sebastião, que estava sendo construída, ouvi gritos de socorro que vinha da boca da barra e reconheci em meio a neblina de que se tratava do referido navio, daí, corri da beira do cais até à Praça Cairú, subi, mais de vinte degraus, entrei no estúdio e pedi que se me abrisse o microfone, no que fui atendido, mas , quando comecei a dar a notícia, cansado e emocionado, faltou-me o fôlego e parei. As pessoas que estavam escutando a rádio naquele momento acorreram até a emissora e muitos me socorreram com água e ventilação para que eu pudesse dizer o que queria. Ilhéus durante uns quatro meses, era uma fedentina só, pois todo gado que estava no navio apodreceu e o mau cheio tomou conta da cidade. Até hoje se vê do lado do bairro Pontal, parte da estrutura do referido navio. Naquele desastre não houve perda de vidas humanas.
Doutra feita, um avião à noite começou a voar baixo em Ilhéus, isto, depois de vinte horas, insistentemente em rodava, parecendo que queria descer. O aeroporto não possuía sistema de iluminação, apenas no Pontal havia um só veículo, que depressa correu para a cabeçeira da pista e ligou os faróis , tentando ajudar a aeronove , Naquele tempo não havia ponte e somente umas canoas motorizadas que chamávamos de “bisouro”.Eu estava no microfone da rádio e tive a idéia de insistentemente divulgar a posição geográfica de Ilhéus, pois toda manhã quando abríamos a rádio divulgávamos o posição geográfica e toda noite quando encerrávamos os trabalhos, também procedíamos assim: “aqui Ilhéus, tantos graus de latitude, norte, tantos graus de lungitude, Sul etc, etc . O piloto teria traçado novo rumo e descido no aeroporto de Salvado com 49 passageiros, pelo que se comentou na época.
Quando da vinda de uma Comissão de Africanos da Costa do Marfim, homens ricos, cheios de correntes de ouro que vieram conhecer a nossa lavoura e foram homenageados no Clube Social de Ilhéus, eu seria o apresentador, mas a transmissão não foi feita por defeito na linha transmissora, na época instalada por NIVALDO FIGUEIREDO, nosso operador de som externo, filho de um operário que se acidentou na construção da Ponte Lomanto Junior. Foi a única vez que deu defeito e ficamos satisfeito, porque, o que aconteceu nas apresentações dos referidos senhores estrangeiros, foi de tirar o fôlego. O apresentador dos visitantes que sabia traduzir o inglês que os visitantes falavam, era um estrangeiro que morava no Pontal e a comitiva era composta de um médico, um botânico e um cômico ao que se informava. Estes, eram os chamados a usar da palavra. Ocorre que o nosso tradutor não era bom no nosso idioma, não obstante arranhar bem e tinha costume de flexionar a última silaba das palavras, médico, botânico e Cômico, daí, os senhores podem entender o que culminou com a saída do publico que estava no auditório. O fato foi muito comentado, porque o que devia traduzir, teve muita dificuldade. Se é que não foi brincadeira criada por alguém, quando o estrangeiro que morava no Pontal, divulgou a profissão do último, o cômico, ninguém ficou no ambiente, entendam.
BRASÍLIA
Em 1957, o País passava por uma prova de fogo que era a construção da Capital Federal-Brasília e todo artista que lá chegava, era bem recebido pelo então presidente Juscelino. Possuidor de uma bicicleta, Guliver, aro 28, faixa branca, cores vermelha e verde, resolvi, deixar o rádio de Ilhéus e tentar Brasília, para isso coloquei uma placa na bicicleta anunciando ;ILHEUS BRASÍLIA EM l8. Dais. Todo mundo me perguntava por onde eu passaria, se ia sozinho; e me empolguei, coloquei a mala com os quase nada e botei o pé na estrada. Os primeiros trinta kilômetros eu já tinha costume de percorrer, pois toda semana no dia de quinta feira, meu dia de folga na rádio, eu vinha de bicicleta para Itabuna, onde encontrava com os amigos, catava serenata e só voltava à noite seguinte. Ocorre que ao chegar no dia l7 de abril de l957, a caminho de Brasília, o Titio Brandão que já conhecia meu trabalho em Ilhéus e que havia saído de lá para trabalhar na nova Rádio que surgiu e esta em Itabuna, me convidou para que eu ficasse aqui pois ganharia três mil cruzeiros por três horas de locução e teria o resto do dia folgado. Aceitei e esperei que surgisse uma vaga, a de Jorge Neme, a quem subistituí. Encontrei terreno fértil e me expandi lançando vários programas, além dos programas que me foram dados para cumprir horários. Ainda no mês de abril de l957, Lancei o programa matinal “ALVORADA DO SUL” que apresentei apenas quinze dias, passando-o para o saudoso Pedro Lemos, que seguiu as mesmas características, o mesmo formato, até sua morte, depois de ser eleito vereador pela segunda vez. Lancei o programa ARRAIÁ DA BURUNDANGA, onde os caipiras compadres, MARTELO E MARTELIN, discutiam os problemas da Região, quer social quer político, sendo que o Martelo era o que demonstrava saber tudo e o Martelin, ignorava tudo. Desse desencontro surgiam piadas de todos os gostos e o programa que era apresentado as nove horas da manhã de segunda a sexta, teve que ter o horário mudado para as seis horas da manhã a pedido de um grupo de fazendeiros que procurou o Diretor Geral da Rádio Sr. Otonni Silva(ainda vivendo em nosso meio) e pediram que mudasse o horário, pois em suas fazendas, o pessoal abandonava o trabalho as nove da manhã para dirigirem-se à sede da propriedade a fim de ouvir o programa caipira,o que dava prejuízos. Na época nem todos possuiam rádio portátil e se valiam do rádio existente na sede da fazenda. Pedro Lemos passou a apresentar o Alvorada do Sul, as cinco horas, oportunidade em que mudou o nome do programa. O Programa Arraia da Burundanga, era uma homenagem gostosa ao bairro Mangabinha, onde me enturmei, desde que aqui cheguei, muito antes de ir trabalhar em Ilhéus. Depois porque achei o nome engraçado e diferente. Fiquei sabendo que era o nome de uma árvore existente na Região. O dicionário diz tratar-se de coisa de pequeno valor, quinquilharia etc., mas era o nome da Fazenda do Coronel Tertuliano Guedes de Pinho, de onde dezesseis hectares da área foi vendida a João Mangabinha Filho, que a transformou no bairro Mangabinha, desde trinta de junho de 1948. O primeiro que ouvi falar que construía casas simples para vender a trabalhadores, a prestação!!! Já que o programa do Governo Federal nesse sentido é posterior ao Movimento Revolucionário de 1964. As grandes festas que realizamos no bairro eram muito comentadas e eu possuía o rádio à disposição para anunciar tudo a respeito do bairro, nomes de muitas pessoas que residiam no mesmo, as festas de São João , na rua São José, principalmente e depois disseminadas para as outras e a Praça principal, que por sinal já teve muitos nomes, fruto da estupidez de alguns vereadores da época. O dono do bairro, colocou uma placa com o nome de Praça Getúlio Vargas, de quem era simpatizante e no seu escritório havia um retrato do grande líder político, mas deu o nome de Getúlio Vargas também à Avenida Principal do bairro, que até hoje se mantém. Depois substituíram o nome por Praça Antonio Lemos, pai do vereador da época, Orlando Lemos; depois colocou-se a placa com nome Praça Heitor Farias, que foi fundador de uma empresa de ônibus que servia ao bairro. Ultimamente a chamam de Praça Principal da Mangabinha. Porque era fácil comprar uma casa na Mangabinha, muita gente simples, passou a morar no bairro. Trabalhadores de um modo geral aqui se assentava com suas famílias e muito deles não conseguiam trabalho para que sobrasse dinheiro para pagar as prestações e reclamavam que Mangabinha acrescentava os juros, o que era normal, mas eles não aceitavam e muitos não concluíram os pagamentos. Além do mais, Mangabinha não vendia os terrenos dos quais cobrava o Aforamento anual dos mesmos. Mangabinha morreu pobre, em conseqüência da falta dos pagamentos das prestações de seus imóveis, daí seu filho João Dantas Carvalho, ter se informado com o Advogado Dr. Ubaldino Brandão que encontrou a fórmula de transformar tais aforamentos em lotes individuais e a vende-los aos próprios ocupantes das áreas, normalizando a situação. Muitas invasões ocorreram no morro da Mangabinha que compreende as ruas Senhor do Bomfim, Rua Pernambuco, Rua Ana Nery, Rua Santa Clara, Rua do Socorro e a rua Santa Maria Goretti, além da rua Central e Santa Luzia etc, nestas partes sempre alguém contruía um barraco e Mangabinha ficava esperançoso que algum pagasse o aforamento´, daí não retirava o barraco do lugar, não usava da força . E o bairro foi crescendo. Muitos elementos deixaram seus nomes na história do morro da Mangabinha, como Eduardo Cotó,
Hermínio Barbeiro, “Doxa” etc. Muitos batuqueiros que se destacaram nos carnavais de nossa cidade, ou eram da Mangabinha ou do bairro Conceição. VALDECI, que ao contrário é da baixa da Mangabinha, na divisa com a rua Tertuliano Guedes de Pinho, fazia imitações das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro, com carros alegóricos e muitos componentes em sua Escola de Samba quando desfilava nos nossos carnavais. Mas sentiu-se desprestigiado pelos Poderes Públicos que não contribuíam para que despesas maiores fossem feitas. ´É bom lembrar que a Caixa Dágua também tinha participação dos nossos carnavais, além dos afouxés Rey do Congo de Jardilino e outro que era dirigido por Amorzinho É bom lembrar de LÍDIA da Caixa Dágua e seu cordão ESTRELA DALVA , composto por mocinhas da época. O velho “DÔ” da Caixa D´dagua, matava boi e vendia carne na feira, patrocinava algumas atrações do carnaval
Dali. Era respeitado e não levava desaforo para casa. O filho “ZÉ de DÔ”, também foi muito ativo, mas, teve um problema de homicídio contra um compadre de nome Roque e fugiu para Aracaju, onde ficou rico e depois teve problema psicológicos, vindo a morrer, muito pobre e abandonado.(fonte de informação desses fatos- Ailton José do Prado, parente.)
Voltando a falar do Morro da Mangabinha, registro aqui, alguns sambas que tive a oportunidade de fazer para homenagear os bambas de então. Em 1958 o samba mais cantado foi este:
DESCEU O MANGABINHA NO.l
Romilton Teles Santos
Depois do anoitecer
O morro vai descer BIS
Desceu o Mangabinha falado
O morro onde eu me criei
No morro eu sou respeitado
No morro morrerei (coro) No morro morrerei !
DESCEU O MANGABINHA NO.02
Romilton Teles Santos
O Mangabinha está mudado
Ta mudado sim senhor BIS
Já derrubaram barracos
E construíram bangalô
O Mangabinha ta mudado
Ta mudado sim senhor
Cadê a Terezinha
Flor que do morro brotou
Quero viver esta saudade
Que o morro em mim deixou (coro)Que o morro em mim deixou
DESCEU O MANGABINHA NO.03
Omilton Teles Santois
Desceu, desceu o Mangabinha
A minha cidade.
Desceu, desceu o Mangabinha
Morro da saudade
Eu sou lá do morro e tenho orgulho em ser
No morro hei de morrer BIS
DESCEU O MANGABINHA NO.04
Romilton Teles Santos
Quando o Mangabinha desceu
Um grande e velho sambista chorou
E com lágrimas nos olhos
Todo seu velho tempo lembrou
Lembrou LANE e Caídô
Cosme. Hermínio e ganchinho
E fez uma homenagem
A todo sambista que o carnaval já brincou
Antonio Lemos, Sururu e Lubião
Ainda vivem sambando na recordação
DESCEU O MANGABINHA NO 05
Romilton Teles Santos
Lá vem ! O Eduardo Cotó
Ele tem um braço só
Mas faz coisa de arripiar
Lá vem, o Eduardo da bomba
Eduardo da Moamba
Eduardo do Bozó
Viveu, no morro da Mangabinha
Eduardo e farinha
São conhecidos de todos nós
Brigou, e quase acaba com o morro
Não deu ouvidos pra socorro
Eduardo não voltou atrás
Num samba que a velha Silvina fez\ no morro
Eduardo apareceu para acabar
Foi logo quebrando a pobre lamparina
No escuro ele dançou com a Silvina
Daí a Polícia apareceu
E o Eduardo sem dá até logo, correu. FIM
Sempre cantei a Mangabinha. Quando do falecimento de Orlando Lemos que foi vereador eleito pelo bairro, tive a honra de prestar esta homenagem:
Rendemos homenagem a Orlado Lemos
Ao povo nós tiramos o chapéu
Orlando era Casado I responsável
E hoje, está sambando lá no céu (é a nossa homenagem)
Nunca um ensaio perdeu
Sempre a turma agradou
Político da Mangabinha
Foi grande vereador
Mas era no futebol
Que ele deixava cair
Torcendo pelo Itabuna e seu glorioso porvir.
No bairro que escolhi para viver, nasceram todos os meus filhos e de Neide Prado. José Marcionílio, Denébola Maria, Romilton Nonato e Alobêned Airam. Muitos dos netos e bisnetos, também nasceram na Mangabinha, Vanessa Belane, Nayara Sheling, Lorena Ingrid, Romilton Morais Neto. Bisnetos; Luiz Felipe, CauãRichards, Ranna Vitória. O neto Shauam, nasceu na Travessa Moura Teixeira, no centro, a neta Bárbara, na rua José Bonifácio, no mesmo endereço a bisneta Maria Eduarda , no bairro Conceição, o neto João Pedro, nasceu em Salvador, o mesmo ocorrendo com a neta Franesis Fran , ainda falta lembrar da minha primeira bisneta Nicole, que nasceu no centro, Avenida Garcia. Daí a importância que a Mangabinha tem para mim.
Procurei sempre conviver bem com os meus vizinhos e amigos que aqui criei, daí, fundei a Socidade Amigos da Mangabinha, com a participação de uma porção de pessoas, João Dantas Carvalho “Zito Mangabinha” e outros que conseguir atraí para a idéia. Esta Sociedade era responsável para tratar dos assuntos ligados ao bairro, junto ao Poder Público, reclamando melhorias, denunciando fatos etc.Em 1975, antes do Dr. Ubaldo, o Prefeito lançar as Associações de Moradores de bairros, a Mangabinha já possuía uma Sociedade organizada para tratar dos mesmos assuntos. Procurando juntar mais os amigos e suas famílias,consegui emprestado do amigo Zito Mangabinha, um terreno de seus parentes, sito à Rua João Mangabinha Filho, onde ele havia construído uma lage de concreto armado, com 170 metros quadrados e ali procedi um alargamento, todo de tábuas, com estrutura de madeira pesada e iniciamos o Clube Líder Social, clube social ligado à Sociedade Amigos da Mangabinha, que desde a primeira festa, dava lucro, mas, só tínhamos mesmo, sete sócios que atenderam ao primeiro chamamento, pagando Vinte Cruzeiros, para acudir algumas despesas, o restante saiu do meu bolso e do amigo Zito Mangabinha. Com o sucesso da primeira festa, muitos passaram a acreditar e tornaram-se sócios para as festas que eram sempre realizadas aos sábados e as vezes aos domingos. Passou a ser o point da cidade, nos fins de semana e então, depois de empatar algum capital, Três Mil e Oitocentos cruzeiros, vendi uma camionete rural que tinha , para investir no negócio. A esta altura, devido sugestão de alguns passei a acreditar que poderia ser Vereador para reclamar as coisas do bairro e daí, procurei me juntar com “DE AÇO”,que era dono do bar Gogó da Ema e mantinha ao seu redor,jogadores de um time de futebol que ele liderava. Eu precisava de quem pudesse me ajudar na administração do clube social, daí, investi no referido cidadão e seus amigos, dentre eles, o barbeiro Baiáco, Dílson Dias Costa, Raimundo Bomfim, barbeiro, “RÊ”, Edson Baixinho, Romildo eletricista, Amadeu José de Morais, vendedor ambulante, homem de família que muito me ajudou, inclusive emprestando algum dinheiro, quando necessário, Foi um braço forte, enquanto Romildo Eletricista, a quem nomeei Relações Publicas, foi de grande vali, sendo dele a idéia de que construíssemos o Posto Médico para atender aos carentes do bairro, além das cestas básicas que eu já conseguia e distribuía em nome da Sociedade Amigos da Mangabinha, reconhecida de utilidade pública pela nossa Egrégia Câmara Municipal. Por muitas vezes para completar as cestas alimentares, me valia da ajuda do Superintendente da CEPLC, na época Dr,José Albuquerque Amorim, e conseguia vários frangos da granja da referida Instituição , para complemento da cesta alimentar. Em verdade, a maioria das pessoas vinham da rua da Bananeira onde à falta de assistência era maior. Chegamos a comprar medicamentos populares, principalmente de vermes, a nossa pior epidemia, para distribuição. Tínhamos a colaboração de vários médicos, como o Dr. Alberto Lessa, Dr. Renato Costa, outros que no momento não me lembro os seus nomes e por último temos a colaboração do Dr. Edson Dantas, que atende todas as quartas feiras às sete horas da manhã, de trinta a quarenta pessoas, que mesmo existindo ultimamente um posto médico da Prefeitura, no bairro preferem o nosso humilde posto. Ultimamente deixamos de fazer as festas que mantínhamos aos sábados, devido a violência, devido o abuso de tóxico faz com que muitos violentos participem das festas.Alias, já havíamos terceirizado as festas de sábado e um comerciante de nome SELMA, vinha requerendo aos meios legais a realização das festas e explorando o serviço. Ultimamente temos que manter o Posto Médico, com esforço próprio e a bondade do médico Dr. Edson Dantas.
Em reunião com alguns amigos, esclarecidos, disse -lhes da minha vontade de reunir ex-colegas de universidade ou pessoas esclarecidas que gostassem de discutir vários temos, principalmente assuntos de nossa cidade e Região, daí, criei A academia de pensadores de Itabuna, para que vários assuntos fossem apreciados, votados e se aprovados pela maioria simples, fosse o assunto divulgado num periódico que criei com o nome de “O BACURAU”, impresso em copiadora do computador particular nosso e distribuído semanalmente em vários pontos da cidade. Depois de três reuniões e querendo que a ACADEMIA crescesse procedi uma eleição entre os membros e votamos em Paulo Lima, conhecido por Paulo Índio, que dentre a ajuda que deu, foi de interferir junto ao Poder Público Municipal, nos últimos meses da última Administração do Sr. Fernando Gomes e este prometeu e colocou uma placa, no antigo prédio das Bandeirantes, na Avenida Amélia Amado, no centro, dizendo que ali será instalada a nossa Academia de Pensadores, juntamente com o Clube do Poeta do Sul da Bahia e as Bandeirantes que tantos serviços já prestaram à nossa mocidade.Aos setenta e cinco anos, ainda tenho vontade de servir, dentro das minhas possibilidades, aos itabunenses que tão bem me acolheram.
O PREÇO DE QUERER SER SIMPATICO
Voltando a falar do Líder Social da Mangabinha , confesso que não soube escolher os companheiros para caminhar juntos naquela grande empreita. Todos diziam me apoiar para à Câmara de Vereadores e acreditei. Demonstrava ser bem democrata e fazia reuniões para falar dos resultados de cada festa; do terreno para construir a sede própria que eu já havia conseguido com o Sr. Elzo Pinho que seguindo os passos do seu genitor Cel. Tertuliano Guedes de Pinho mostrava-se um benemérito de Itabuna. O pai dele, doou o terreno que é o nosso aeroporto, na oportunidade para servir ao Aéro-Clube de Itabuna, daí tínhamos como certa a doação e sobre o terreno chegamos a construir um pequeno barracão de madeira coberto com telhas de cimento amianto, onde chegamos a colocar brita, ferros e areia, para começo da construção que não ocorreu, devido ter surgido na direção do Líder Social, a competição política, já que vários grupos surgiram e cada um demonstrava maior agressividade. A verdade é que a referida direção a quem eu entreguei o clube, já que estava influenciado, para ser candidato a vereador, não correspondeu a minha expectativa “DE AÇO” à frente, passou a usar o clube como se fosse uma casa comercial sua e justificava que não ia deixar seu bar para vender cervejas no clube e perder o lucro. Muitos o apoiavam e minha voz não se fazia ouvir, já que o novo presidente teria fornecido, gratuitamente, cento e vinte carteiras de sócios, a moças e rapazes que freqüentavam o Clube. Passei a ser antipatizado e o grupo da Direção votou contra mim e eu perdi por oito votos, para Silvio Sepúlveda que era da ARENA UM. Eu era da ARENA DOIS, do lado de Mário Cezar que perdeu para Prefeito. Perdi a campanha política, perdi a direção do clube e ainda era obrigado a dar satisfação de débitos que contrair na Praça, daí, sempre estava presente para lavratura de ata, fazer comunicações de festas etc. sempre bancando o bom mocinho, sem nunca mais ter controle da situação. Por força dos estatutos, outros foram candidatos e assumiram a direção e nada fizeram. Todos queriam e conseguiam eleger-se presidente. Eu não encontrei mais ambiente Fui eu o primeiro a trazer um artista de fora para cantar no Líder Social. Foi o FERNANDO MENDES que estava na mídia. Em seguida trouxe ANTONIO MARCOS, duas vezes e um quarto cantor, que não lembro mais. O “DE AÇO” seguiu este projeto e trouxe muitos outros cantores e cantoras e todas as festas davam lucro, mas eu nem era chamado para prestação de contas e os que assim procediam nada me comunicavam. Interessante é que ao me afastar da direção mais de três mil cruzeiros meus ficaram de me ser devolvido para que gastasse com despesas de campanha, mas, não consegui receber naquele período e somente depois, aos pedaços.
O MANGABINHA SOCIAL CLUBE
Dispondo de uma área de mais de trezentos metros quadrados, na rua Ubaldino Brandão esquina com a rua Ana Nery, cerquei de tábuas e cobrir com telhas de cimento amianto, criando um novo clube, com uma equipe nova, com pessoas que entenderam a traição que sofri. De início todos da redondeza gostavam e não se incomodavam muito com o ruído. Um ano depois, comecei a construir de blocos cerâmicos com espigões de concreto armado. Me apareceu um soldado militar que dava plantão no Hospital Santa Maria Goretti e resolveu disparar duas vezes seu revolver numa das estruturas de cimento armado, provocando o esvaziamento da casa e daí para diante, o público passou a ser menor, mas mesmo assim consegui bater um laje em toda a área, abafando assim o som, mas muitos dos freqüentadores quando saiam da festa, batiam nas portas das residências e muita reclamação passei a receber, daí, transformei a parte superior do prédio num bar e restaurante dançante, que estava agradando mas ocorreu uma mudança da moeda e os operários que freqüentavam com suas famílias deixaram de comparecer. Daí partir para alugar a parte baixa para garagem coletiva e posteriormente aluguei para o Colégio Pequeno Polegar que até hoje, usa nossas dependencias.
NOVAMENTE A SOCIEDADE AMIGOS DA MANGABINHA
Em 1997, “DE AÇO” já havia se mudado para São Paulo e outros
Metidos a líder e entender do assunto, abandonaram a parte festiva que começou a dar prejuízo e só se manteve o Posto Médico, graças a assistência que o sócio Romildo Fernandes de Freitas conhecido por Romildo Eletricista dava sempre com a participação espontânea de algum médico. parte humana da nossa Sociedade. Ele conseguia com prefeitos, alguns comerciantes a manter o Posto. Falecendo Romildo eletricista, fui obrigado a administrar o posto, deixando claro que não queria nenhuma ajuda de Poder Público e que faríamos festas para manter a obra. Mais uma vez, convidei ZITO MANGABINHA, o dono da laje sobre a qual existia o salão do Clube que desde 1975 ele havia me cedido para que eu fizesse o clube que por falta de condições fiz de madeira, e lhe mostrei que o abandono do grande salão e quase todas as tábuas estavam podres, podiam acidentalmente matar alguém já que o Romildo eletricista deixou que algumas famílias pobres passassem a residir embaixo da laje e as tábuas estavam caindo e pedaços das telhas também. Concordamos retirar o telhado e as tábuas e construirmos sobre a laje, paredes, de blocos cerâmicos, para comercialmente fazermos festas, alugando o salão para eventos, contanto que conseguíssemos com a renda manter o Posto Médico, enquanto médico humanitário tivéssemos. De acordo, assim procedemos. Ocorre que os tempos são outros e o miserável do CRAK, a droga mais perniciosa que existe, passou a ser destaque dentre os jovens que freqüentavam nossas dependências e o ambiente não ficou muito saudável. Mesmo assim alugamos por um ano o salão de festa para a comerciante Selma Barbosa, mas esta também teve dificuldade em manter a ordem interna do salão de dança terceirizado e depois de cumpri o contrato de um ano, o uso do tóxico aumentou, culminando com violência maior que nos obrigou não alugar mais o salão de festas e manter o posto médico, com os gestos humanitários do Dr. Edson Dantas e pagarmos do bolso, a energia elétrica, para atendimento às quarentas pessoas que ali comparecem todas as quartas feiras, por volta de seis horas da manhã, esperando o médico que chega depois das sete horas, demorando hora e meia, no atendimento
ACADEMIA DE PENSADORES DE ITABUNA.
Graças possuirmos as dependências do salão onde mantínhamos o Líder Social da Mangabinha, tive a idéia de reunir ali, sempre em dias da semana que não houvesse festa, alguns doutos em várias áreas do saber e até alguns que não tivessem nível superior, para pensarmos os problemas da cidade, da Região, discutirmos e aprovarmos algumas sugestões que seriam publicadas em nosso pequeno jornal O BACURAU, semanário que com sacrifício eu escrevia imprimia e distribuía na cidade, a reduzido numero de pessoas e casas comerciais. Além desses assuntos da Academia vários outros eram divulgados pelo “BACURAU”. Criada a Academia, divulgada através dos meios de comunicação; com Livros para Registros dos assuntos e para lavragem de atas, desde a fundação e comparecimento mensais dos componentes, resolvemos reformar o estatuto que criei e nomeamos algum tempo depois o jornalista PAULO LIMA, conhecido por Paulo Índio,para presidir a referida academia. Ele, Paulo Índio, divulgou bastante em vaias oportunidades a existência da Academia, encaminhou à Justiça, segundo ele, a reforma dos Estatutos, conseguiu a promessa do Prefeito Fernando Gomes de instalar a Academia dos Pensadores de Itabuna, juntamente com o Clube dos Poetas do Sul da Bahia e as “Bandeirantes”, no prédio antes destinado somente para as “Bandeirantes, que existe no início da Av. Amélia Amado defronte do Hotel Imperial, junto ao Canal Lava-Pés”, chegando a colocar uma placa ali anunciando nossa futura sede. Mas ainda estamos esperando novas providenciais do Poder |Público e nos reunimos sempre no Centro de Cultura Adonias Filho, assim como o Clube do Poeta do Sul da Bahia . Orgulho-me de ter contribuído culturalmente e socialmente com a Terra que gosto de viver, com as criações e fundações da SOCIEDADE AMIGOS DA MANGABINHA, LIDER SOCIAL DA MANGABINHA, do MANGABINHA SOCIAL CLUBE, do pequeno jornal O BACURAU, da ACEDEMIA DOS PENSADORES DE ITABUNA; DA construção da ESTRADA RURAL ITABUNA JAPÚ, consegui reunir alguns amigos para manualmente e com a compra de dois velhos caminhões, realizarmos o intento, o que provocou uma disputa do então prefeito de Ilhéus Henrique Cardoso. Que divulgou que todo município de Ilhéus tinha que se comunicar com a sede e por isso conseguiu com a CEPLAC, construir uma passagem num sequeiro existente nas proximidades do SALOBRINHO DENTRO DO RIO CACHOEIRA fazendo um ramal para ligar a sede ao Distrito do Japú, que também foi beneficiado com energia elétrica logo após .Hoje, o Japú e o CERRADO possuem linhas regulares de ônibus, graças a estes ramais. Posso dizer que marquei minha presença nesta Região e se muito mais não fiz, porque não consegui eleger-me para nenhum cargo eletivo, mas, tentei sendo candidato a Vereador, Prefeito, Deputado Federal etc.
ESPERO QUE MEU CORPO FIQUE AQUI!
Este pedido eu fiz a Itabuna, numa das minhas composições, esta de nome EU CANTEI ITABUNA, na qual, em rítimo de samba, eu menciono todos os seus bairros, fazendo apologias a algumas singularidades dos mesmos.
CALAMBAUS, MAÇAMBÉS E PLATIBUS, estes nomes seriam usados pelos primitivos caboclos que viviam nestas paragens, antes de nossa “civilização sertaneja”chegar e tudo destruir. Calambaus, um camarão graúdo, com poãs compridas, aparentando ser pitu mas de cor diferente ; Maçambés era um tipo de piaba, mais larga e mais comprida, de bom sabor e fácil de ser capturada. PLATIBUL, é a tainha, que ao crescer chama-se CURIMÃ e em algumas partes do litoral, CANGA NO AR, (canavieiras, Belmonte etc) e ainda passei a conhecer o “BERÉ” peixe conhecido em toda parte por ACARÁ. Estas coisas diferentes das que eu conhecia, chamaram-me à atenção e curiosamente eu fui me infiltrando na cultura desta Região.
AS GRAÚNAS
Já naqueles tempos não existiam, idos de 1955. Esta denominação também cabocla, referia-se a um pássaro, de cor, preta, que era grande e parecia uma galinha, fácil de ser capturado, e que vivia à beira do rio, daí ter servido de alimentos para os desbravadores, que impiedosamente os extinguiram. Em alguma parte da nossa mata atlântica ainda deve existir alguns exemplares, mas, não nesta Região.
GRAPIÚNA
Ao que ouvi dizer, os caboclos (descendentes dos índios que aqui existiam) assim chamavam as pessoas que vinham de outras plagas para aqui viverem. Grapiuna, seria o mesmo que FORASTEIRO, e não os nascido aqui, como querem ultimamente se consagrar. Quem nasce aqui é itabunense. Grapiuna seria quem veio de fora.
TABOCA
Quem conhece a cana brava (“cana braba”), sabe que ela é um tipo de capím grosseiro que o gado em alguma oportunidade, ou por falta do capim natural, consegue digerir. As margens do nosso Rio Cachoeira, eram repletas deste tipo de cana que ao secar, perde depois de algum tempo, o que chamamos de miôlo, tornando-se internamente vazio. Severino do Amor Divino, que consta ter sido o primeiro morador destas plagas, teria sido um dos primeiros a dizer em Ilhéus quando dirigia-se ao grande centro que era e é aquela linda cidade das praias que morava nas TABOCAS, referindo-se à localização das terras onde se assentou com sua família. Hoje, a nossa Itabuna. O nome não demorou de pegar e todos que passavam por aqui, quer, vendendo produtos, quer tangendo gado para levar até Ilhéus, onde era comercializado, chamavam o lugar por este nome, que só veio ser mudado muito tempo depois, substituído por ITAUNA, pois aqui existem muitas “pedras pretas” este nome Itauna, teria recebido a inclusão do B, por alguns doutores da época, para diferencia-lo de Itauna que já existia na Região. Quem passou a usar este nome depois, foi o Distrito que hoje é a cidade de Itapé. Alias, vários lugarejos tinham o mesmo nome, acrescido sempre do nome de algum conhecido da maioria.
A LUTA PELA EMANCIPAÇÃO
Naquela época, idos de 1867, que a história registra a existência do povoamento ou arraial, pequenos impressos jornalísticos, se é que assim se pode chamar, já incentivava os moradores a constituírem um lugar independente da Capitania de Ilhéus , isto devido à falta de atenção dos Poderes Públicos de Ilhéus para o que aqui viviam. Era muito difícil viver distante dos meios de transporte, na época, saveiros ou para quem podia, o vapor (navio de ferro) . Tudo dependia de Ilhéus e para chegar na CABEÇA DA COMARCA ( assim chamada a cidade que possuía a Justiça instalada com autoridades) era um Deus nos acuda, pois, alem das ladeiras e serem superadas, haviam os atoleiros, charcos muito grandes pór onde as mulas, ou burros ou cavalos teriam que transpor para chegar.Se se tratasse de socorrer algum doente, se fazia no bangüê (tipo de cama de lona, ou tarimba móvel} onde o doente era colocado e levado como se num andor onde se carrega os santos em procissão. Não é necessário informar que os condutores para essa empreita tinham que ser fortes e tomar muita aguardente, mas, chegava-se até ao médico, que mormente atendia a qualquer hora\ do dia ou da madrugada, principalmente se fosse alguém da família do coronel ou este. O trabalhador comum coitado, tinha a graça de Deus e muitos curandeiros para ministrar banhos de folha ou chás já conhecidos na medicina caseira. E poucos morriam, pois os óbitos maiores estavam nos acidentes, com picadas de cobras, mordidas de onças, desentendimento com colegas de trabalho e sofriam cortes de facão que não eram estancados em tempo e perdiam muito sangue etc. etc. Devido estas dificuldades, os moradores participavam muito mais pela política, mesmo que a maioria pouco soubesse o que era isso, mas entendiam que se o coronel tal, fosse eleito, poderia melhorar um pouco a estrada, com cacetamento nos lugares onde os animais atolavam e morriam as vezes, onde a FOBICA, carro de 1922 ou 1923 que já rodava em Ilhéus e se aventurava a percorrer alguns trechos planos com a ajuda de limpeza da trilha na base da picareta, ou então nas praias para onde passava-se para os sítios ou fazendas próximas, sempre que a maré permitia. Como a sede do município não resolvesse os grandes problemas que perturbavam a todos, o meio de transporte o comercio de Itabuna, foi se alargando e muitas das coisas que se comprava em Ilhéus com sacrifício para se trazer até os nossos domicílios, passaram a ser conseguido em nossa Terra, oportunidade em que comerciantes e proprietários de fazendas, exigiam maior atenção. Ocorre que o erário público da época, impostos que se cobravam eram parcos demais e o município de Ilhéus que nos governava era muito grande, desde a Capitania, mantivera o mesmo tamanho, como pequenas variações. Pela primeira vez que Itabuna se organizou para pedir independência, a influência dos Coronéis de Ilhéus junto aos Órgãos competentes da Capital, transformou-se num rolo compressor e perdemos o primeiro pedido. O ímpeto a coragem e o destemido amor que José Firmino Alves tinha por esta Terra, foi mais forte e depois de conseguir apoio de Henrique Alves dos Reis, um dos maiores produtores de cacau da Vila; da participação de simpatizantes, alguns até doutores da Comarca de Ilhéus que foram atraídos pelos nossos líderes políticos, quer com oferta de causas que lhes rendiam dinheiro, além de ofertas de presentes, hospedagens dignas de um príncipe, alguns letradoss de prestígios de Ilhéus, passaram a compreender a nossa luta e ficaram do nososo lado, quando lado, silenciando, daí, o segundo pedido de emancipação política, encontrou guarida favorável, com garantias do Cel José Firmino Alves , de que tudo daria para que as instalações do novo Município fossem efetivadas, cedendo ele terrenos para os prédios públicos que se faziam necessários. Com a ajuda do engenheiro OLINTO BATISTA LEONI que viria a ser depois nosso primeiro ENTENDENTE ( que na ´época equivaleria ao cargo de Prefeito de hoje) os andamentos foram seguros e a independência ocorreu, em vinte e oito de julho de l910. Quando isso ocorreu a cidade já possuía sessenta (60) pontos de iluminação pública, várias Praças e ruas que já prenunciavam o nosso desenvolvimento. O mesmo OLINTO BATISTA LEONI desde 1908, já administrava nossa Vila e obras de base foram feitas com sua participação. Nomeado intendente com a nossa independência, só permaneceu dois anos à frente dos nossos destinos e veio a falecer, sendo substituído por FIRMINO RIBEIRO DE OLIVEIRA, ANTONIO GONÇALVES BRANDÃO, MANOEL DA FONSECA DOREA, BEL. ADOLFO LEITE, JOSÉ KRUSHEWISKY, GILENO AMADO, BEL. LAUDELINO LORENS, HENRIQUE ALVES DOS REIS E BENJAMIN DE ANDRADE, isto, até 1930, todos INTENDNENTES. O primeiro Prefeito eleito deu-se em 28 de outubro de 1930 GLICÉRIO ESTEVES DE LIMA, depois tivemos, o Dr. CLAUDIONOR SILVESTRE ALPOIM, JOSÉ NUNES DE AQUINO, GODOFREDO ALMEIDA DO ESPIRITO SANTO, ENGENHEIRO FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, ENGENHEIRO ARMANDO AUGUSTO DA SILVA FREIRE, Juiz de Direito JOSÉ DE SOUZA DANTAS, Promotor Público LAURO DE AZEVEDO, engenheiro ARMANDO AUGUSTO DA SILVA FREIRE, Bel.UBALDINO DE CERQUEIRA BRANDÃO, MIGUEL FERNANDES MOREIRA, Engenheiro FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, Coletor Estadual JOSÉ DE ALMEIDA ALCANTARA, engenheiro FELIX DE ALMEIDA MENDONÇA, funcionária da Prefeitura NAMIR DE OLIVEIRA M. silva .Dr. GIL NUNES MAIA, Coletor Estadual JOSÉ DE ALMEIDA ALCANTARA, Vereador RAIMUNDO DE OLIVEIRA LIMA, Presidente da Câmara de Vereadores, em conseqüência da morte do Prefeito José de Almeida Alcântara.FERNANDO ALMEIDA CORDIER, Dr.SIMÃO LECT FITERMAN, Bel. JOSÉ ODUQUE TEIXEIRA. FERNANDO GOMES OLIVEIRA, FERNANDO TEIXEIRA BARRETO, assumiu como vice Prefeito. Dr. UBALDO PORTO DANTAS. FERNANDO GOMES OLIVEIRA.GERALDO SIMÕES DE OLIVEIRA, FERNANDO GOMES OLIVEIRA, GERALDO SIMÕES DE OLIVEIRA, FERNANDO GOMES OLIVEIRA e Capitão JOSÉ NILTON AZEVEDO
IMPORTÂNCIA POLÍTICA DE ITABUNA
Por ser um forte pólo econômico e centro da Região do Cacau, nossa importância maior está voltada para a parte econômica, já que nosso povo não consegue votar em candidatos daqui para termos uma bancada política na Assembléia Legislativa Estadual. Quando muito conseguimos eleger um representante, pouco este pode falar em nome de nossa cidade e Região. Os candidatos de outras plagas aqui vêm, já sabendo da nossa desunião nesse sentido e conseguem enganar parte dos nossos eleitores com promessas vãs e nunca conseguimos nada. Mas em uma das oportunidades que foi eleito Deputado Federal, o ex-Prefeito Fernando Gomes Oliveira, conseguiu levar Ao Congresso Nacional a proposta de criação do ESTADO DE SANTA CRUZ, cuja Capital seria Ilhéus ou Itabuna, nos separando do resto do Estado da Bahia a quem esta Região chegou em certo período sustentar todo o Estado com sessenta e cinco por cento das despesas e nunca recebeu compensação. Na oportunidade a nossa lavoura de cacau estava bem e podíamos sustentar o novo estado que desejávamos criar. Hoje, ao contrário, mendigamos a construção de um Teatro e um Centro de Convenções e cinicamente não nos dão nenhuma atenção, porque a obra foi iniciada pelo Governador que antecedeu ao atual . É vergonhoso que no século 21 ainda se use desse expediente para se vingar de um povo cuja maioria votou contra. Com a proposta do Deputado Federal Fernando Gomes Oliveira, a imprensa divulgou com ênfase por toda parte e este foi o nosso maior momento Político porque a Nação nos ouviu. Desnecessário dizer que o poder da Bahia através de seus representantes no Cenário Federal, usou do seu rolo compressor e nos calou. Mas valeu a pena. Em outras oportunidades, Itabuna tem usado a pouca força política que tem para ajudar Ilhéus quando da construção da Ponte Lomanto Junior ligando a cidade ao Pontal, conseqüentemente a cidade de Uma e Canavieiras; lutamos pela construção do novo Porto de atracação de Ilhéus para receber os grandes navios; lutamos pela instalação da CEPLAC, que Ilhéus exigiu ser no seu território e dentro da cidade, existe a maior sede do Órgão na Região. Lutamos pela construção da Universidade de Santa Cruz, nos juntando com as nossas Faculdades de Economia e de Filosofia, mas, só foi possível se construída a sede dentro do Município de Ilhéus, assim foi. Ultimamente lutamos pela instalação de estudos de nível médio para profissão várias e mais uma vez teve que ser instalado no interior do Município de Ilhéus; estamos juntos com Ilhéus para construir-se o novo porto para embarque de minério de ferro que virá de Caetité, cujo projeto ainda não foi aprovado pelo IBAMA, mas o Presidente e seu respeitoso Grupo Políticop já esteve duas vezes aqui garantindo que vão construir, sendo que em junho de dois mil e oito, em memorável comício na Praça Dom Eduardo em frente a Igreja de São Sebastião, foi lançado também a construção do novo Aeroporto Internacional, que por injunção ,segundo dizem de empresários da pequena cidade de Itacaré, onde o turismo é promissor, foi escolhido um local que fica próximo a Lagoa Encantada, que teremos de desmatar para assentamento da grande obra, quando temos junto a Itabuna e Ilhéus a Chapadinha do Japú, com aproximadamente três quilômetros ou mais de pista, quase pronta, sentido Leste Oeste, distante doze quilômetros de Itabuna e vinte e seis para Ilhéus, num dos altos planos da Região, o que serviria de perto, a Buerarema, Itabuna, Ilhéus, ficaria mais perto de Ubaitaba, de Camacan e outras cidades que necessitam do transporte aéreo. Ou somos burros ou idiotas que essas autoridades, permitam usar a letra minúscula para anuncia-las, não nos dão atenção. Chego a acreditar que elas têem ciúmes de nossa Região que sempre foi altaneira, sempre teve esmolas pra dá e nunca necessitou pedir e sim exigir o que tem por direito receber.
INFLUÊNCIA DOS DESBRAVADORES?
Todos trazemos conosco, a passividade dos homens simples, trabalhadores, que desbravaram esta Região. Daí alguns sabidos, entenderem este ponto fraco nosso e nos roubam os votos e nos mantem sob seus pés, tornando-se líder de ferro com pés de barro porque nada mais são do que isso. Nos atrapalham o progresso, mas a natureza lhes tira o que fartamente nos deu.Que. Deus seja louvado!
Itabuna, dos seus 100 anos eu já vivo 55. Há 29 sou cidadão itabunense, oficialmente. Participei de muitos atos políticos partidários, atos públicos em favor do cacau, atos religiosos de muito fervor; estive ao lado e marchei com José Soares Pinheiro, Nestor Passos, Dirceu e Adélcio Benício, Washington Setenta e Weldon Setenta, Otonni Silva, jornalista de alta categoria, Mario Padre, Valdelice Pinheiro, Poetisa e política lutadora pelas coisas da Terra; Plínio de Almeida”Grapiuna” de origem Santamarense, Dona Professora Amélia Amado, responsável pela grande luta de trazer para Itabuna, os primeiros Cursos Superiores, aproveitando-se do prestígio de seu idolatrado esposo Doutor Gileno Amado, que na verdade tinha prestigio junto a todos os Governadores de sua época, chegando até ser nomeado certa feita Secretário Sem Pasta. Estes homens e mulheres nos empolgavam com seus discursos de conteúdo, com frases que lembravam os grandes nomes da cultura brasileira, Ruy Barbosa, Castro Alves, Monteiro Lobato e um punhado de grandes brasileiros que deixaram marcas indeléveis em nossas lembranças, pelo patriotismo que deixaram para toda a posteridade. Respeitei toda e qualquer oposição da época, mesmo criticando-a, apresentando meus pontos de vistas que não eram só meus e sim do grupo que eu assistia e entendia, e que apresentava a melhor ordem para o nosso povo, o futuro grandioso que esperávamos. Em verdade, a filosofia política do grupo que abracei, não foi muito feliz em várias oportunidades, pois a oposição sempre abraçada com as chamadas “Forças Populares”, conseguia através de frases de efeito de cunho populistas angariar a maioria dos votos da gente simples que, inclusive acatava usar contra a classe média e rica, a pecha de inimigos dos pobres, ganhando ressonância que sempre levava a oposição ao Poder do Município, para muito pouco realizar. Os dias atuais provam isto. Mas, nascemos para ser o Centro desta Região e sempre tivemos que lutar contrariando interesses de outros políticos de outra cidade e mantivemos o prestígio que naturalmente nos foi dado.Quando da nossa Independência em 1910, dois anos antes do nascimento do grande escritor Jorge Amado, que em conseqüência é itabunense também, não obstante ter vivido sua juventude na vizinha cidade de Ilhéus da qual Itabuna desligou-se para ser a potência econômica regional que é. Jorge Amado viveu Ilhéus no apogeu do cacau, conheceu melhor do que ninguém a vida ativa das grandes propriedades produtoras de cacau, a vida que levavam os Coronéis de patentes compradas do Exercito brasileiro que vendia patentes para comprar armas e materiais bélicos e esta forma de vender patentes, naquele período nos garantiu a existência desta Força que une todo País, respeitando e fazendo respeitar nossa fronteiras e Autoridades Constituídas.
\Jorge Amado, o itabunense que vivia em Ilhéus, na época conhecida como a cidade mais importante do cacau, se relacionou com várias culturas que aqui chegava para tentar a sorte, e foram muitos Sírios Libaneses, Árabes, Italianos, Franceses, todos atraídos pelos frutos de ouro, cuja propaganda de lavoura riquíssima corria mundo. Jorge Amado viveu este tempo e conheceu cultos e analfabetos, ouviu estórias e criou histórias que o mundo conhece, através de mais de trinta e seis línguas, ao que se diz. O bairrismo da época fazia com que muitos como ele se declarassem filhos de Ilhéus que era o grande centro, enquanto sua Terra Natal-Itabuna, ainda perseguia as veredas do progresso que um dia alcançaria, como alcançou. Daí, em seus livros Jorge Amado ter falado muito pouco da terra na qual nasceu, já que as Histórias que poderia lançar mão, era da Sociedade Ilheense, de alta mistura, desde o caboclo que assim como os SERGIPANOS, (permita-me usar de letras maiúsculas para dizer da grande importância desses nossos brasileiros que aqui viveram a saga do cacau. Nenhum outro povo teria a coragem o destemor e a certeza do sucesso da nosso lavoura, sustentáculo perpétuo desta grande Região) até muitos doutores do sul do País e estrangeiros, formaram a Nação Cacau. Mas tudo isto o itabunense já sabe, seria infadonho de minha parte, repetir o brilho de tantos outros escritores que falam de nossa Terra. Ao completarmos Cem Anos de independência, achei por bem de contar nestas linhas fatos e pessoas que passaram por nós, viveram e deixaram rastros neste chão e não quero preocupar-me com os já enumerados doutores e grandes políticos e sim de muitos populares que preencheram certos vazios da vida itabunense. Quando queremos saber das primeiras civilizações do mundo que conhecemos, temos dificuldade devido o longo período em que tais civilizações chegaram a deixar marcas de sua passagem, mas de Itabuna, podemos colher um punhado de informações, através das estórias de pessoas que ainda hoje estão entre nós e que se não presenciaram muitos fatos, ouviram de seus pais e afins que viveram ou souberam por ouvir dizer. Como testemunho dos últimos cinqüenta e cinco anos conto que pela primeira vez que vi a cidade dos meus filhos, minha mulher, meus netos e meus bisnetos, foi no dia dezoito de dezembro de mil novecentos e cinqüenta e cinco, ao saltar na gare da estrada de ferro que servia parte desta Região e que infelizmente o Movimento Revolucionário de 1964, resolveu acabar com a alegação de que dava prejuízo. O trem que saía de Ilhéus e chegava até POIRÍ, defronte de Ubaitaba, Passava antes por várias localidades como Castelo Novo, Aritaguá, Sambaituba, Urucutuca Banco do Pedro, Mutuns e Boa Lembrança; Rio do Braço, Itabuna, Pirangi (Itajuípe) Uruçuca e finalmente na hoje, Aurelino Leal. A estrada de Ferro teria sido projetada para seguir até Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, mas não sabemos porque cargas dágua não foi adiante. Alguns comentam que nossa Região não tem costume de votar nos candidatos daqui e que por isso nunca conseguimos ter uma bancada de deputados, quer estadual, quer federal e por isso tais grandes obras nunca foram realizadas e outras regiões se locupletam com os votos do nosso povo que tem um costume muito antigo de votar no candidato que o patrão, fazendeiro, indica, aponta, e como quase todos que aqui vivem, viemos de outras plagas, daí esquecermos que vivemos aqui e votamos nos candidatos de outros lugares, de onde viemos ou que alguém desses outros lugares nos pedem muito carinhosamente , daí ainda arranjamos outros votos e satisfazemos os pedidos de amigos de outras Terras e esquecemos de nós. Faltou-nos liderança política para que não se acabasse o grande meio de comunicação barata que tínhamos que era a estrada de ferro, que ao contrário de acabar, deveria multiplicar-se, atingindo outras cidades da nossa proveitosa zona do cacau de onde muitos vieram tirar proveitos até hoje O Senhor General Juarez Távora, foi o Ministro dos Transportes que ordenou a retirada dos trilhos da nossa estrada de Ferro Ilhéus Conquista e ganhou um presente de Itabuna, no bairro São Caetano existe uma rua que tem o seu nome. Por certo uma homenagem por ele ter acabado com o meio de transporte barato que possuíamos. Enquanto o General Mario Andreazza que brigou com os políticos de Minas Gerais e passou a ser criticado insistiu e construiu a BR-101 que nos trás grande progresso. Este não mereceu os cuidados que o Juarez Távora conseguiu. Um dia ainda prestigiaremos o Cel. Mário Andreazza, por nos ter dado este instrumento importante que é a BR 101. Assim como um dia teremos a Estrada norte –sul, o novo porto e um aeroporto internacional, que há dois anos o nosso eminente Presidente da República anunciou, numa pomposa festa na cidade de Ilhéus; ultimamente assinou uma ordem de serviço para inicio dos trabalhos que segundo um outro político disse através da televisão de que nem projeto aprovado existe, como poderia ter inicio as obras? Mas estamos num ano político e tudo é válido. Alias os bravos sergipanos que criaram esta grande economia do cacau, eram pessoas simples, muito nem conheciam o alfabeto e nesta área do conhecimento humano, eram ludibriados com as promessas incomensuráveis e até hoje dá pra sentir que o que possuímos, pelo tempo que existimos, se analisarmos com carinho veremos que o pouco que o Estado faz por nós é insignificante pelo quanto já o sustentamos, durante longo período com a renda do cacau que em certa oportunidade respondia por 65% das despesas do Estado da Bahia, que sempre teve uma Capital de luxo, da rua Chile, tudo imitando o viver francês daquela época, idos de 1940. Hoje, mendigamos e não somos atendidos na conclusão de um Teatro e um Centro de Convenções, necessários para atração turística e grandes eventos. Um dia um homem de visão, quando a nossa renda do cacau era alta, eleito deputado federal, tentou criar o Estado de Santa Cruz, nos separando da Capital do Estado de altos gastos e pouco sentimento. Tivemos muita oposição por causa do sentimento de ser baiano, mas não fomos ajudados quando da infestação da Vassoura de Bruxas, nas nossas plantações que desempregou nossos irmãos que cuidavam da nossa produção até então de prestígio mundial. Naquela época tínhamos condições de sucesso. Hoje, de cuia na mão, só nos resta a humilhação. Tudo porque não acertamos e só votamos em pessoas de fora da nossa área que conseqüentemente aprovam outros projetos que não o nosso. Nos chamam até de tabaréus. Que chamávamos quem não entendia nada e seguia a vida pelas cabeças dos outros. Esta é uma pagina triste de nossa vida política, irrecuperável. Deus há de nos dá juízo para que acertemos nas próximas vezes. É questão de tempo e como o grande Senador e Governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães pregava: “O erro de um dia, representa o atraso de quatro anos” temos que tirar o chapéu àquela figura importante que tanto nos governou e cujas obras deixadas aqui, marcam o seu dinamismo que sempre representou no Governo do Estado. A intenção deste pequeno histórico é deixar para a posteridade, nomes de populares que passaram nesta Terra e deixaram marcas. Fatos que são do conhecimento de muitos que estão desaparecendo e conseqüentemente desaparecerão, já que não constam dos anais oficiais. O que o povo guardou de longos tempos passados, glosaram com atos de vários coronéis que tinham dinheiro, tinham até sabedoria, mas não eram cultos, capazes de acompanharem o desenvolvimento de então.. Louve-se que eram na sua maioria homens simples, de poucas letras, como dizemos, más preocupavam-se com o futuro dos filhos e por isso quase todos fizeram questão de que seus descendentes fossem formados, doutores, professores, pois não admitiam que filhos de coronel não tivessem um anel no dedo. Cometeram o erro de não influenciarem nos seus filhos, que se doutorassem para o cultivo da terra, a fim de que os pudessem substituí-los na velhice com muito mais competência, administrando a grande riqueza que souberam com muito sacrifício formarem no umbérrimo seio das terras
desta Região bendita. Ocorre que de onde provinham os nossos desbravadores, a admiração recaía sobre o doutor advogado, por isso quase todos formaram-se em Direito e a quantidade foi tão grande que um celeiro destes honrados profissionais se criou por aqui, sendo que muitos chamados “caxixeiros”, desonraram o juramento que fizeram quando da diplomação e enveredaram pelo lado criminoso, com conhecimento de causa, alguns até levando de roldão homens honestos a cometerem crimes, com a assistência de que tinha obrigação de orienta-los para o bem da convivência honesta e pacífica. É daí que se alastra em toda Região, o sindicato do crime. Qualquer autoridade policial nomeada para servir em várias cidades, tinham que compartilhar com os erros dos chamados coronéis, que davam as cartas e mantinham sob seu jugo a tantos que não rezavam em suas cartilhas. Que desde o início da implantação das nossas roças de cacau, havia violência, quebra de direito alheio, todos sabemos que sim; dos contratos que só davam direito ao patrão e quando chegava ao fim o trabalhador era convidado e receber o dinheiro dependurado na boca de uma espingarda, ou por muitas das vezes, recebia o dinheiro e era expulso da fazenda imediatamente, sendo que na estrada era assaltado e perdia a quantia recebida que tornava ao bolso do patrão, tudo isso se sabe, porque foram muitos que se queixaram, quando não eram mortos e sepultados debaixo dos cacaueiros. Ocorre que a nova violência com o apoio do doutor advogado foi mais cruel ainda, porque na maioria dos casos, as vítimas se sentiam amparadas pelo que tinham de direito e terminavam coitados feridos duas vezes, na sua confiança no direito que sabia ter e na astúcia do homem formado a quem era depositada toda confiança. Autoridades Policiais, em campo tão minado não tinham condições de mudar o rumo que antes mesmo da existência da Força Pública, políticos, compadres de prestigio na Capital resolviam tudo a contento, merecendo então os votos necessários para conseguirem alcançar altos postos. O desespero do homem simples, mas forte e viril, com pequeno esclarecimento do direito que tinha, fez surgir o pistoleiro vingador que aceitava qualquer quantia ou um bornal de alimentos para permanecer de tocaia e matar alguns coronéis que matara para ficar com os bens(roças) do trabalhador ou então através de certa sagacidade, simplesmente lhe tomava a mulher, ou filha que o agradasse em formosura.
O surgimento de corajosos que assustavam alguns coronéis, os obrigou a criar segurança particular e os componentes desta segurança, agiam com violência contra muita gente simples, quer na Zona Rural, que nos pequenos vilarejos. Pau Brasil é testemunha da morte de três Delegados de Polícia, profissionais que não concordavam em ser serviçais de coronéis maldosos e violentos. Muitos dos que tinham o dever de defender a Lei, por covardia ou por merecer receber um simples pedaço de terra para também plantar e ser um pequeno produtor, para compensar o miserável soldo que recebiam do Estado, deixavam de amparar os menos aquinhoados pela sorte e fechavam os olhos às barbáries.Para evitar processos que possam ser requeridos por parentes de alguns personagens que queremos lembrar, contaremos o fato sem mencionar o santo, mas, muitos que ainda vivem sabem e podem contar a outrem, desta maneira, tais fatos não serão esquecidos e servirão de exemplo a futuras gerações, Os erros que cometermos, carecem de perdão porque como sabemos muitas das estórias, com o passar do tempo, podem ser manchadas como o velho retrato na parede, carece de retoques . Mas, preocupei-me depois de ouvir vários que tomaram conhecimento de uma forma ou de outra, em preservar ao máximo, o conteúdo. Conhecemos a cidade e pouco sabemos do seu povo. Muitos que ajudaram a construir o progresso destes CEM ANOS, eram pessoas simples que deram tudo de si, que foram empolgados em saber que poderiam como puderam dar aos seus filhos e netos uma Terra melhor de se viver. Queria me lembrar de tantos Pedreiros, Carpinas, mecânicos, pintores, chapistas, ferreiros , administrador rural, vaqueiros, empreiteiros, alfaiates, cabelereiros, costureiras, empregadas domésticas etc. Daí, como não podemos lembrar de todos, escolhemos alguns que conhecemos e vamos assim homenagear, esperando que o leitor julgue que efetivamente os mencionados mereceram esta homenagem. Muitos serão injustiçados porque, por maior que seja o esforço, vivemos em uma parte da cidade e outras partes que também tiveram pessoas que poderiam ser homenageadas
Infelizmente serão esquecidas. Procurarei, nesta homenagem que fazemos ao nosso centenário, lembrar de uma pessoa, popular muito conhecida de todos nós , dona OTACIANA PINTO, mulher caridosa por todos os títulos, foi responsável pelos partos de tantos que aqui nasceram até meados de 1960 ou talvez mais adiante. Parteira competente, seu nome é uma bandeira
Humana que talvez tenha sido responsável por um grande numero de partos aqui.. Quase todos temos uma palavra de agradecimento à referida senhora. Outras parteiras menos conhecidas mais de grande valor como DETE PARTEIRA, morava na Mangabinha mas atendia em toda cidade. Teve prática em hospitais de Salvador e aqui honrou o seu trabalho fazendo vir ao mundo por suas mãos, vários itabunenses. Outra que posso mencionar porque a conheci foi dona APOLÕNIA, vinda da zona rural, residia na rua Berilo Guimarães e não se furtava em prestar a caridade de socorrer as mulheres nos momentos mais lindos da vida. Acreditamos que com estas menções homenageamos estas benditas mulheres que nem só os menos favorecidos pela sorte, mas também às senhoras que não queriam expor-se ao médico parteiro, tinham vergonha de Médico, ou as vezes, o próprio marido, naqueles tempos, preferiam às parteiras aos profissionais da medicina. Depois de homenagear as parteiras que trouxeram com a ajuda de Deus muitos itabunenses ao mundo, devemos lembrar vários profissionais médicos como o Dr. Oscar Jesuíno, Dr. João Monteiro, Dr. Jonh Lehy, Dr. Benedito Wenceslau , Dr. Antonio Fontana, Dr. José Pinto Dr. Brim, Dr. Corbiniano Freire , Dr. Mário Peixoto,etc que atendiam a classe mais abastada. Os itabunenses depois de vir ao mundo, eram cuidados por esses esculápios e pelas Parteiras aqui mencionadas e tantas outras anônimas que me parecem apontadas pelo Divino Espírito Santo, para assistirem o nascer de mais uma vida. Assim como os Profetas,foram humanos com visões ampliadas pelo Sagrado, estas bondosas mulheres, devem ter recebido a graça de servir a tantas outras para que o Projeto Divino pudesse ser realizado. Mas, depois de nascer e tomar consciência, o itabunense carecia de instrução e nesta área importantíssima da vida é que lembramos aqui a primeira professora que muitos se esqueceram de mencionar em algum comentário sobre o nosso povo. Permitam-me com todas as honras que possam existir lembrar de Dona RUTE GRAVATÁ que lecionou na Burundanga, uma das ruas movimentadas antes mesmo da nossa independência. Infelizmente não conhecemos maiores informações da referida professora, mas, sabemos ser grapíuna, provavelmente oriunda do vizinho e amigo Estado de Sergipe, pois, quem custeava a escola , desde a fundação era o Sergipano José Henrique Alves dos Reis, fortíssimo fazendeiro, que depois de bem estabelecido aqui, mandou buscar vários parentes sergipanos que só nos trouxeram benefícios. José Henrique Alves dos Reis era homem de visão e nunca se furtou em ajudar, reunir outros fazendeiros, sempre perseguindo o sucesso da nossa antiga TABOCAs, como era chamada nossa cidade, então Vila do Município de Ilhéus. È bom que se comente que José Henrique Alves dos Reis, era independente nas suas resoluções, daí, existirem entre ele e José Firmino Alves, muitas discordâncias políticas, o que era natural, pois eram dois gigantes em sabedoria, quer política, quer capitalista e donos de opiniões que achavam convincentes, mas no momento de lutarem pelos nossos interesses, Itabuna estava em primeiro lugar. José Firmino Alves, que nasceu no interior do Município de Ilhéus, depois de sua família ter se firmado na fazenda, onde hoje está instalada a CEPLAC, na Estrada BR-4l5, que tem o nome de Jorge Amado, é o maior exemplo, pela luta que culminou com a nossa Independência.Sua família veio da Chapada dos ìndios, estado de Sergipe, cidade, hoje, chamada de Cristinápolis.Foi ele que garantiu doar quantos terrenos precisassem para instalação dos imóveis que se tornariam públicos, contanto que houvesse a independência do Município. O que este Líder Político pleiteou, conseguiu e o município divisava com Itambé, pois a então Vila de Itororó, hoje cidade com o mesmo nome, Rio do Meio, Firmino Alves, Ibicarai, antes chamada de Palestina, Itapé que antes chamava-se Itauna, Buerarema, antes chamada de Macuco e Jussari, formavam o nosso longo Município. Itabuna que muito lutou para se ver livre do jugo dos coronéis do cacau que viviam em Ilhéus e não aceitavam nossa independência, não criou dificuldade quando outras parcelas interioranas também exigiam independência e daí, foi libertando aos que também pediam independência. Hoje, somos um pequeno município em área, mas, ninguém compra mais cacau do que esta grande cidade.
Outras escolas surgiram com professores e professoras que até hoje, seus nomes permanecem em nossas memórias, sendo que um deles, Everton Alves Chalup, é sempre citado por muitos, do qual foi discípulo Lourival de Jesus Ferreira, que até tinha prestígio de fiscalizar a sala de aula, quando o professor precisava ausentar-se. Com as desculpas pelas omissões de alguns nomes, não podemos deixar de citar, a professora Otaciana Pinto que não era só parteira e mantinha uma escola nas proximidades da Caixa Dágua; Dona Leonor Pacheco; Dona Lindaura Brandão. É bom lembrar que muitos dos coronéis do cacau preocupavam-se de colocar seus filhos em Colégios internos, na cidade de Ilhéus –Colégio Piedade, por exemplo e outros, com alegação de que a qualidade de ensino já era provado etc etc. Outros ainda preferiam manda-los para a Capital do Estado, onde as crianças só retornavam sempre no final de cada ano.Mas nos idos de 1957 ou antes um pouco, muitos professores da Capital do Estado foram transferidos para Itabuna que passou inclusive a pensar em Estudo Superior, valendo-se aí, a impetuosidade e dinamismo da Professora Dona Amélia Amado que já nos beneficiava com a escola por ela instalada, Ação Fraternal de Itabuna. Daí para frente, entramos na era real da cultura, com a aparição de tantos outros escritores e professores, lembramos José Bastos, Adonias Filo, Telmo Padilha, escritor e jornalista, Plínio de Almeida, político, professor, Josué Brandão, político e professor, criador do (CISO), Maria Palma de Andrade, Dona Alda Pacheco Nunes, que teve escola própria, onde depois funcionou o Hospital Santa María Goretti, nascimento do Colégio Estadual de Itabuna, com professores especializados para atenderem ao grande numero de alunos de classe popular, quero lembrar de uma professora com o nome de família, DANTAS, dona da cadeira de Geografia, a quem me submeti a exame especial para concluir o ginásio e posteriormente cursar Contabilidade e ser depois nomeado para a Cadeira de Análise de Balanço. Abria-se assim mais espaço na cultura de Itabuna. Uma curiosidade daqueles tempos: quando inquirido pela professora do que eu entendia de geografia, lhe respondi que sabia tudo e ela retrucou:”eu sei quase tudo!. Ímpeto jovial dos meus vinte anos. Fui bem, mas devia ser menos prosaico. CURIOSIDADES que consegui com a ajuda de um proprietário de guincho: A mulher mais velha dos idos de 1960, chamava-se dona mocinha e residia no bairro caixa d água que nem sempre abastecia as locomotivas da estrada de ferro que passavam aqui, pois na maioria das vezes, estava seca; A rua do Zinco passou a ter este nome porque chama-se de zinco, o instrumento de trabalho rural, FACÃO, No alto do Cruzeiro que era a entrada da cidade para quem vinha a pés ou montado, ali se achava instalada uma casa comercial que tinha de tudo, inclusive facões, ou zinco, como chamavam os rurícolas. Daí passaram a chamar de rua do Zinco, onde se achavam facões. A rua da Lama era calçada, chamavas-se Rua Sete de Setembro, mas o calçamento só atingia a metade do seu comprimento. Paulo Nunes calçou o resto da avenida, porque construiu o Prédio do Cine Catalunha e da Rádio Difusora. Teria ele recebido com o pagamento de impostos. A rua Sete de setembro deixou de existir e passou a ser chamada Avenida do Cinqüentenário, no Governo de José de Almeida Alcântara quando foi ligada a Rua J.J. Seabra, sendo que alguns prédios foram cortados para se alinharem à largura do Avenida, ocorrendo aí, um desentendimento entre o Prefeito e um proprietário, saindo o prefeito ferido no rosto, que aproveitou-se da situação e fez propaganda política provocando o sentimento popular que lhe reelegeu. Triste sina da nossa principal artéria: tinha o nome de Rua da Lama. Assim que calçaram um pedaço passou a chamar-se Rua Sete de Setembro; Assim que calçou o resto da avenida passou a ser chamada Av. Cinqüentenário.. rua da jaqueira não havia nenhuma; jaqueira o COENTRO era o local de diversão popular mais visitado no bairro Conceição, trecho conhecido por Abissínia, pois era muito expressiva a quantidade de negros ali residentes. Junto ao local de diversão, havia antes o Cancelão, instalado para cobrança de impostos dos caminhões que passassem ali e fiscalização dos ônibus para que o fiscal verificasse se todos tinham passagens nos ônibus que seguiam para Buerarema, Camacã etc. Além da agencia de ônibus havia um grossa corrente atravessada de um lado ao outro da Av. Buerarema, hoje Hercília Teixeira, para ninguém passar sem autorização.Os bairros de ZIZO, PEDRO JERÕNIMO, SÃO PEDRO, FONSECA, NOVO FONSECA, ALTO DA CONQUISTA , SANTA RITA ou (CARLOS SILVA ANDARAY) todos surgiram devido a influência do SÃO CAETANO, que desenvolveu-se, forçando o surgimento de outras áreas habitadas. É de minha autoria um samba intitulado “EU CANTEI ITABUNA que diz o seguinte: Eu cantei Itabuna para Itabuna me sentir; Itabuna é caprichosa mas o meu canto vai ouvir! Me inspirei na Mangabinha, me entreguei no Conceição, na Praça de Santo Antonio, fiz a primeira canção; Praça Adami era o palco de minhas apresentações, dos saudosos carnavais, das marchinhas e dos lindos cordões; Cantei as tuas belezas tua alma teu rincão, fiz serestas no Berilo e machuquei o coração. Conheci o São Caetano, o ........No final todo poema será exibido.
POLÍTICA COM SERIEDADE
O Prefeito Miguel Moreira, era um daqueles homens que cumpria a palavra e levava a política com muita seriedade, daí, ter comprado com dinheiro do próprio bolso, como dizemos, o grande motor da usina de luz e força para servir a cidade, pois o existente não dava conta do recado e ele, chegou a nos presentear com mais energia elétrica, o que muito influenciou no nosso desenvolvimento.Em 1958, o cargo maior do município foi almejado por pessoas do seu grupo que teria sofrido algumas rupturas e outros nomes também almejavam o cargo, daí, concorreram, A. Rayol dos Santos, Padre Nestor Passos , José Doares Pinheiro, o Pinheirinho, todos considerados representante da elite política da cidade. José de Almeida Alcântara e MIMIA, proprietário de uma mortuária na cidade e que em muitos casos cedia gratuitamente o caixão quando as pessoas não tinham recurso para comprar o “envelope” pela segunda vez, tentava o mesmo cargo-maior, mas,no andar da carruagem sentiu que José de Almeida Alcântara que fazia grandes passeatas com a participação popular, ganharia, daí, reforçou a campanha de Alcântara, apoiando-ºNão deu outra, Alcântara ganhou as eleições, derrotando os representantes da velha política dos coronéis. No poder, ALCÂNTARA popularizou-se mais ainda, ao ponto de um eleitor lhe pedir o sapato e ele ter dado e ficado de pé no chão em plena rua. Conseguiu apresentar um candidato para lhe substituir e conseguiu vencer tratava-se do engenheiro Feliz Mendonça, que no final do mandato, apresentou Alcântara que elegeu-se novamente, morrendo no exercício do cargo de Prefeito de Itabuna. Seu enterro foi o maior que Itabuna viu, pois a Região inteira, veio lhe prestar homenagem fúnebre. Quando o caixão desceu à sepultura, prestaram-lhe uma homenagem com uma salva de tiros e muitas pessoas menos esclarecidas, começaram a gritar:”estão atirando na gente!!!” Daí, foi um forte corre-corre e muitos saíram feridos. A vitória de Alcântara ofuscou os líderes anteriores chamados de elite política de Itabuna. Nunca mais também se fez política com seriedade. Conseguiu-se gravar na cabeça das pessoas simples de que os ricos só queriam explorar o povo e que nada faziam e o povo correspondia votando nos chamados candidatos populares. Fernando Gomes Oliveira, desfraldou esta bandeira e foi eleito prefeito quatro vezes e três vezes Deputado Federal. Depois o senhor Geraldo Oliveira Simões, funcionário da CEPLAC, líder de partido chamado de esquerda, aderiu também ao populismo, chegando a pintar um jumento com faixas brancas e dizendo que era uma zebra, ganhou a Prefeitura e por duas vezes foi Prefeito.
A IMPRENSA ESCRITA DE NOSSA HISTÓRIA
Comenta-se que “A Platéia” teria sido o primeiro tablóide a circular nestas terras. Fazia campanha em favor da nossa independência, acredita-se que seus primeiros exemplares circularam em 1897. Um jornalista Pitágoras de Freitas e Júlio Paiva eram os heróis naqueles tempos em que se experimentavam a arma de fogo que se acabava de comprar, atirando-se com a mesma contra qualquer pessoa que passasse infelizmente naquele momento. Muitos homens rudes assim procediam.Um outro jornal antigo foi o LABOR que era escudado pelo Dr.Arthur Nilo de Santana que mais tarde seria Prefeito de Itabuna. Este jornal passou depois a responsabilidade de Flávio Batista de Oliveira, jornalista. O Jornal O Democrata apareceu em 1908, defendia as idéias e metas do Partido Republicano Conservador. Em l908, Olindo Leoni, na condição de Intendente, passou a ser responsável pelo jornal (Itabuna O2), já que outro Itabuna, surgiu e sumiu depois. Comenta-se que em l910 quando da nossa emancipação circulavam os jornais O Labor, O Itabuna e o Democrata. Muitos jornais surgiram depois da emancipação, sendo que muitos tiveram vida efêmera em 1922 com a força de Henrique Alves dos Reis, surge O JORNAL O INTRANSIGENTE que circulou até 1959, tendo o jornalista Otonni Silva, ainda entre nós, como o seu redator, durante muito tempo. Otonni Silva, foi tamb´pem responsável pela fundação do jornal DIÁRIO DE ITABUNA, com a participação financeira de Zildo Pedro Guimarães que também era parceiro na fundação e manutenção da Rádio Clube de Itabuna desde 1956. Neste período existia o SB-Informações e Negócios que tinha como redator Nelito de Carvalho. Outro Jornal de grande aceitação era o TRIBUNA DO CACAU que tinha o apoio da Usina Helvetia, fábrica de chocolate. Heliés Haum era responsável pela redação. Muitos jornalistas ainda hoje escrevendo em periódicos atuais escreveram no TRIBUNA DO CACAU, inclusive seu criado. Manoel Leal, foi o fundador do jornal A REGIÃO, José Adervan e Ramiro Aquino, fundaram o JORNAL AGORA, o repórter Waldenor Ferreira, que militou no rádio local comigo, fundou o JORNAL DIÁRIO DO SUL, hoje com o nome de DIÁRIO BAHIA. Tiver a idéia de aproveitar a impressão do computador e imprimir toda semana notícias, piadas, através de um pequeno tablóide que intitulei de O BACURAU, deixando esclarecer nas entre-linhas de que a imprensa como a conhecemos, com alta despesa para impressão pagamento de altos salários aos funcionários tem seus dias contados, pois as novas impressoras de computador podem revolucionar e facilitar, barateando os jornais. Mas, tive que recuar, por falta de apôio, mas ainda devo ter lançado uns setenta números com artigos diversos. Adeildo Marques, presidente do Clube do Poeta do Sul da Bahia, é responsável pelo Jornal dos Municípios , que circula em varias cidades e temos ainda outros jornais que fazem denuncias fortes, principalmente contra Prefeitos e outras autoridades públicas. Ninguém pode nos calar. Antes e depois de nossa Independência, somos um povo livre, que apenas, no período das revoluções de 1930 e 1964, tivemos cuidado no que anunciávamos com a censura implacável que foi estabelecida. Queria poder lembrar tantos nomes de jornalistas e escritores que passaram por nossa Terra, mas faço uma homenagem a todos eles, os anônimos, homenageando o jornalista MANOEL LEAL, de garra espetacular que divulgava sem temor os fatos, daí ter sido vítima de morte num crime até então não bem esclarecido. Parabéns companheiro. Você sacrificado que foi, coroou o nosso trabalho de informar, mesmo com o risco da própria vida. Não posso esquecer este grande batalhador da imprensa local EDUARDO ANUNCIAÇÃO, WILLY MODESTO, o historiador ADELINDO KIFURI e tantos militantes que engrandecem esta honrosa profissão.
ESPERO QUE MEU CORPO FIQUE AQUI!
Este pedido eu fiz a Itabuna, numa das minhas composições, esta de nome EU CANTEI ITABUNA, na qual, em rítimo de samba, eu menciono todos os seus bairros, fazendo apologias a algumas singularidades dos mesmos. Eu, cantei Itabuna para Itabuna me sentir, Itabuna é caprichosa mas o meu canto vai ouvir.Me inspirei na Mangabinha, me entreguei no Conceição, na Praça de Santo Antonio, fiz a primeira canção. Praça Adami era o palco de minhas apresentações dos saudosos carnavais, das marchinhas e dos lindos cordões; Cantei as tuas belezas, tua alma teu rincão, fiz serestas no Berilo e machuquei o coração, conheci o São Caetano o Lomanto e o Sarinha, Santa Rita e Fonsequinha a Vila Anália o Paty e a feirinha; Monte Cristo Califórnia São Lourenço, Novo Horizonte. Do Jardim que é Primavera, todos nós somos amantes, Campo verde, Santa Inês, Urbis Quatro e Jorge Amado, Santa Clara, Bela Vista, onde eu tenho a morena do lado. Foi no São Judas Tadeu e Manoel Leão que uma mulher bonita me flertou e disse não. No seu Rio Cachoeira quando tinha maçambé, me esbanjei tomando banho e peguei até um jacaré; No Corbiniano Freira e no bairro São João, Pontalzinho, Caixa dágua e no Juca que é Leão, Lá na Nova Califórnia, Novo Fonseca, Novo São Caetano, já quiseram me casar, mas confesso que foi por engano; O Castália e o João Soares Góes Calmon e Zildolândia, Maria Pinheiro São Roque, Alamar e Jaçanã, Avenida Itajuípe, Vila Zara Mutucugê, Caneco, Rua de Palha, Pedro Jerônimo estou com você; Fui a Itamaracá com Mutuns e o São Pedro, O Antique Jardim Vitória e Ferradas Pioneira, Banco Raso Nova Ferradas e saí na Burundanga, passei no nova Itabuna e acabei na Bananeira; O Nossa Senhora das Graças Fernando Gomes e Novo Paloma, Taverolândia ou Odilon, com o Cordier setenta e cinco se somam, O largo dos Eucaliptos, Daniel Gomes e bairros centrais, que não entram nesta lista, mas garanto que tem muito mais;Gogó da Ema, Lomanto Junior, Sinval Palmeira e Morumbi, bairro de Zizo, Alto da Conquista a vista é bela dali, Jardim das Acácias, Jardim Grapiúna, Bananeira de Cima, Góes Calmon Florestal, esta é a minha cidade, a Rainha do Cacau. As senhoras lá do centro, exemplo de invejar, no comercio eram bem vistas, porque tudo iam comprar, seus maridos poderosos tinham o peso do cacau e a religiosidade, fez a grande catedral; Disse numa melodia que nada aqui me faz mal. Criei raízes profundas, sou parte deste cacau. Tenho orgulho de ter uma família pra ti. Itabuna espero que aceite que meu corpo fique aqui.
OS JORNAIS QUE DEVEM SER LEMBRADOS
Porque se falou de tantos outros jornais, é bom Lembrar do SB INFORMAÇÕES E NEGÓCIOS, fundado por ALBERTO NUNES e Editado por NELITO DE CARVALHO
Propriedade da EPAN, gráfica editora Panorama Ltda, funcionava na Rua Ruy Barbosa 146. Um Tablóide FLASH, que era editado por MILTON MENEZES, os seus primeiros artigos Milton dava-me a honra de corrigir; CORREIO DOS MUNICÍPIOS, ainda em circulação com ADEILDO MARQUES enfrentando as dificuldades de manter um jornal que atende a todos os municípios da Região. Já falamos de A TRIBUNA DO CACAU de Eliés, O INTRANSIGENTE QUE Otonni Silva até 1959 deve ter carregado, pois em 20 de outubro de 1960, ele, juntamente com Zildo Pedro Guimarães e outros, fundavam o DIÁRIO DE ITABUNA, com o primeiro linotipo da cidade, Os jornais mais modernos AGORA liderado por José Adervan de Oliveira e A REGIÃO do grande MANOEL LEAL, em vista dos anteriores mencionados são novos, porém bem edificados. A respeito deste último escrevi o seguinte poema:
LEÃO DA COMUNICAÇÃO.
Era leal o Manoel
Soube fazer o seu papel
Itabuna não esquece
Leão da Comunicação
De todo mundo era irmão
Homenagem ele merece
Era um apaixonado
Da notícia informado
Nada deixava passar
Compromisso com leitores
Os seus maiores amores
Aos quais sabia informar
Nos deixou por força do ofício
Pois era o seu grande vício
Sentir a humanidade
Um herói de cultura bem armado
De nós ele foi tirado
Porque não tinha maldade.
RIO CACHOEIRA
Formado logo após a cidade de Itapé, pelos rio Colônia e Salgado, surge o nosso Rio Cachoeira, Este importante curso dágua, nos idos até 1930, servia de escoamento de grande parte da produção de cacau, através das grandes canoas que carregavam até sessentas(60)sacas de cacau com seus dois remadores. As canoas subiam e desciam conduzindo as nossas riquezas até à baía do Pontal, quando, em muitas das vezes eram colocadas em grandes barcaças, dentro das quais eram as sacas repesadas e conduzidas aos grande navios. As sacas, já seguiam marcadas com os nomes dos compradores, firmas importantes existentes aqui em Itabuna. A fiscalização da Coletoria Estadual se dava através de seus prepostos, na maioria das vezes, nas próprias barcaças, outras vezes, descarregava-se e depositava-se nos armazéns do cáis do porto até a chegada de navios que podia demorar de quinze dias a um mês. Para não voltar vazias, as canoas traziam mercadorias diversas, principalmente Xarque bacalhau, Kerozene, velas, farinha de trigo, sal, óleo comestível, ferraduras e outras ferragens louças em gerais, tecidos, tudo que precisávamos. Graças ao bom calado do nosso rio, as mercadorias chegavam a contento. Vários remadores eram destaques, porque demonstravam heroísmo quando o rio recebia qualquer “cabeça dágua” e ficava mais difícil de subir a correnteza, sendo que em muitas das vezes, outros homens, pelas margens usassem de cordas amarradas nas canoas para faze-las subir. Para descer, não havia necessidade desse expediente, era só controlar. Algumas canoas possuíam velas, largas que se enchiam de vento e fazia a propulsão rio acima. As pequenas canoas, não tinham problemas, eram leves, não obstante conduzirem bem menos peso. É bom lembrar que muita gente usava tais canoas para chegarem a Ilhéus. Religiosos, madames, com certo conforto, sentadas em poltronas especialmente preparadas. Sabe-se até de um certo religioso que morreu afogado quando encaminhava-se através do rio para assumi a sua Diocese. Foi através deste nosso rio que muito aprendemos com os índios que habitavam esta Região, pois muitos deles rapidamente se adaptaram, aos costumes dos desbravadores e passaram principalmente a serem canoeiros pescadores, recebendo sua quantidade de sal, como presente, além de alimentos coma a jabá,ou charque. Na maioria, eram mesclados e ajudavam até a combater índios renitentes que viviam assaltando residências, matando mulheres e crianças e também sendo mortos. Dizem que foi dentro de uma canoa, que um “Frei” que indignado com um espancamento sofrido, mandado assim proceder por um coronel cacauicultor, pois se dizia às bocas=caladas de que a referida autoridade religiosa estava de “caso com a mulher do dito cujo”,teria jogado uma “praga”, na qual dizia que um dia o Porto de Ilhéus, seria ali, em Ferradas. A notícia da praga correu logo e muitos começaram a preocupar-se e sair da parte baixa do lugar e só construir na parte alta, por sinal uma avenida, larga com aspecto de cidade moderna. A verdade que jogando praga ou não, o religioso saiu de canoa, às pressas com receio do valente Coronel e nunca mais retornou a Ferradas, ao que se diz. Nenhuma prova existiu contra o religioso, mas, a notícia correu. E, na dúvida, o religioso preferiu se resguardar. Um coronel simples já matava muita gente, um coronel “promovido” deveria matar muito mais.
MOREIRA O MERGULHADOR
Era um pescador que bebia muito, mas, tinha muito fôlego e conseguia permanecer mais de um minuto submerso. Salvou muita gente que se afogara nas águas do Rio Cachoeira. Tinha facilidade de mergulhar e encontrar a pessoa. Tomava as primeiras providencias, colocando a pessoa de cabeça para baixo, apertava o abdomem etc., só não fazia respiração boca a boca, porque esta prática não era divulgada. Muita gente tinha alta consideração a Moreira, pois lhe deviam a prestação desses serviços. Cantando o Rio Cachoeira escrevi certa feita: AGORA É SAUDADE:
Certas lembranças nos acompanham pela vida inteira
Tenho saudade dos meus momentos no Rio Cachoeira
Acompanhado de alguns amigos fazia pescada
Nunca voltei pra minha casa sem peixe sem nada
Eu sou do tempo que o Cachoeira tinha jacaré
Robalos grandes,muita carapeba, piau e maçambé
As platibús pulavam das rêdes e davam cangas no ar
E foi assim que a minha juventude eu pude gozar
Assisti o Zito Mangabinha pegar peixe com a mão
O Moreira grande mergulhador fazer salvação
Construir um pequeno veleiro com o nome CACAU
Quando o vento ajudava vencia as malêtas ou grande caudal
O stand do Tiro de Guerra, perto lá do Sequeiro
Onde eu pescava com a Neide Prado dentro do veleiro
Na Burundanga o grande areiau atraía os casais
Agora á saudade porque aquele tempo não volta jamais
A BARRAGEM NÃO CRITERIOSA
O nome do nosso rio, deve-se a capacidade que ele tem de encher rápido e descarregar mais rápido ainda, como uma cachoeira. Esse fato não foi respeitado em 1959 quando da escolha do projeto para a barragem, construída no centro da cidade, para evitar-se a lama pútrefa que ficava às margens do nosso rio, provocando a atração de mosquitos e muriçocas que prejudicavam as modernas residências. Havia um projeto com COMPORTAS de aço para manter a água represada até a chegada das primeiras “cabeças dàgua” quando as COMPORTAS, automaticamente se abririam deixando a águas passar. Isso foi o que se comentou naquela oportunidade. O outro projeto é o que foi escolhido, por ser mais barato e está aí, todo de concreto sem nenhuma saída emergencial. Em 1961, ou antes alguns meses, concluiu-se a construção da nova ponte que liga a Praça Otávio Mangabeira ao Loteamento Góes Calmon. Naquele ano de 1961, houve uma cheia que represou rapidamente na barragem fechada, atingiu a nova ponte que também passou a servir de barragem e aí, toda parte baixa, rio acima, foi rapidamente invadida. Na minha residência, rua São José, l51, recebi um metro e setenta centímetros de água dentro de casa e os que moram na rua São Sebastião, receberam mais de dois metros e meio. Tudo, rapidamente, o que quer dizer, que não houve tempo para se retirar muitos móveis e objetos outros. Se a barragem fosse a de COMPORTAS, isso não aconteceria, pois a água acumulada, um metro e oitenta que ali permanece todo tempo, sairia com as primeiras “cabeças dáguas” e não teríamos prejuízo tão grande!!! Em 1967, a dose foi dupla, a água chegou em minha casa, três(3) metros, um palmo além da laje que construi sobre a garagem. Perdi um arquivo de tudo que havia escrito desde l957, dez(10) anos antes, sem condições de recuperação. Nesta enchente, tivemos dois metros e oitenta, em plena avenida do Cinqüentenário, uma vergonha. Vergonha maior é a de não ter nenhum prefeito, nenhuma instituição local, preocupada com o que ocorreu, que na época se falava da quebra de três grandes barragens, devido a insistência de chuva persistente durante uns três dias, que enfraqueceu as muradas de terra das referidas represas. Ora, já se passaram quarenta e três anos da grande enchente. Já se construiu no mínimo CEM BARRAGENS, se o fenômeno ocorrer novamente, possivelmente umas cinqüenta barragens devem quebrar-se e a água na nossa principal avenida deverá atingir, no mínimo de três, a quatro metros de altura, destruindo os estoque das nossas lojas e invadindo todas as residências que estejam próximas ao rio, contando-se até com a Rua Ruy Barbosa, av, Fernando Cordier, Av. Firmino Alves, além de toda parte baixa do bairro São Caetano que é invadida pelo grande canal, quando então a própria Prefeitura que é térrea e está em nível da Cinquentenário será invadida pelas águas e deverá ter seus arquivos molhados. Não sou nenhum guru, não tenho a menor intenção de criticar este ou aquele prefeito, mas, é que tenho conhecimento dos fatos por residir aqui e gostar das coisas daqui e só lamento não poder fazer nada a não ser correr pra não morrer e perder os meus pertences. O Rio Cachoeira é hoje, um largo canal, onde todos os esgotos de nove(9) cidades caem dentro dele e Itabuna, no centro da cidade, possui uma barragem para represar todos esses esgotos domésticos, diariamente, nos condenando a uma epidemia desconhecida que poderá nos atingir., As Estações de Tratamento de Esgotos, que não resolvia o problema no seu todo, estão sem funcionar, desde o último Governo do Senhor Geraldo Simões, passou pelo senhor Fernando Gomes e mais dois anos do atual Capitão Azevedo. Dez (10)anos portanto acumulando esgotos domésticos dentro de uma barragem, no centro da cidade.
SOLUÇÕES PRÁTICAS POSSIVEIS
De certa forma. Ao falar do meu Rio Cachoeira, estou fazendo uma crítica e o bom crítico deve ter sempre uma solução para apresentar. Permitam-me dizer que é fácil colocar-se as COMPORTAS, na grosseira murada de concreto que forma a barragem. Engenheiros especializados sabem coloca-las com rolamentos lubrificados pela própria água. Quanto as grandes cheias do Rio Cachoeira, podem desaparecer, se em combinação com a Prefeitura de Itapé, após um kilômetro acima da rio, antes de receber o Salgado, existe uma curva na pista asfaltada da BR415, por onde pode ser feito um desvio do rio, toda vez que ele alcançar mais de dois metros e meio de água, construindo-se uma ponte para dar passagem as águas, por debaixo da pista. O excesso correria no sentido do Rio Almada, prejudicando algumas roças de cacau, e permanecendo como braço seco do rio, o ano inteiro. Haverá despesas? Sim. Algumas indenizações? Sim. Mas o problema desapareceria e nosso Comercio e nossa gente livre deste grande prejuízo. O que se vê? A nossa cidade cheia de Faculdades; de novas lojas de atacado e varejo; lindos arranha-céus; muitas ruas asfaltadas; super-casas de luxo; novo tratamento nas calçadas da nossa principal avenida, mas, o esgoto pluviométrico da referida avenida não pode sofrer uma chuva mais forte que não tem para onde escoar, daí as águas invadem as lojas de luxo, o esgoto é antigo e deve estar com pouca função e o esgoto sanitário descarrega dentro da barragem que deverá nos trazer alguma doença a qualquer momento. A Prefeitura deveria exigir que toda casa fizesse FOSSA e criar empresa de recolhimento dos detritos com caminhões especializados mensalmente. Entre esse exigência que iria mexer com muita gente, muitos prédios de luxo,, mais fácil seria consertar as Estações de tratamento de esgotos. Só não pode é ficar como está. Meu Rio Cachoeira, permita-me chamá-lo com tanta intimidade, porque vivi minha juventude dentro do rio. Bebi a sua água, banhava-me sem nenhuma conseqüência, comia os seus peixes, por isso devo-lhe muito. Sei que sem a construção de uma grande barragem, que possa manter seu nível médio diário de um metro e meio cúbico, durante quatro meses, que é sempre o maior período sem chuva que acostumamos passar, você continuará morrendo, porque o seu mal, vem das grandes derrubadas de áreas incomensurável que os criadores de gado tiveram que fazer, sem nenhum respeito ao meio ambiente, que naqueles tempos não se dava importância. Tudo era farto, havia necessidade de criar pastagens. Alguns enriqueceram e todos nós estamos à mingua de suas águas. Se insistirmos em plantar suas margens (matas ciliares), apenas aliviaremos a sua dor, mas, não acabaremos com o problema daqui há trinta anos, quando as matas ciliares deverão atingir, todos os córregos que lhe servem como afluentes e fornecer ligeiras sombras. Para isso, sabendo nós, de que todos que estão nas posses das terras ainda não avaliaram o prejuízo que estão nos causando e as futuras gerações , deveremos pedir as autoridades competentes que, sem mais delongas, simplesmente criem grupos para executar este simples plano de plantar cinqüenta metros de largura em ambas as margens dos riachos e córregos desta Região, se possível, com grande quantidade de árvores frutíferas para atender a fauna tão necessitada e o próprio homem. É só o Governo decretar que tais extensões de terras ficam sujeitas a tais procedimentos e que se revoguem as disposições em contrário. O brasileiro ainda é um povo obediente e gosta do progresso com ordem.Tenha certeza meu Rio Cachoeira que esta campanha lhe salvará e a tantos outros seus irmãos. Conveniente que em meio as árvores se plante imediatamente bananeiras de todos os tipos, que segura a água no terreno e mata a fome de uma porção de irmãos com os seus frutos, em pouco tempo. Que Deus o abençoe Rio Cachoeira.
Sentimento Grapiuna Aos Cem anos
Parece ter sido ontem que desci na estação da estrada de ferro que ligava Ilhéus a “Poirí” hoje Aurelino Leal, passando por aqui, atingindo “Pirangi” hoje Itajuípe, Água Preta, hoje Uruçuca. Meu destino era Ilhéus. Nunca tinha ouvido falar de Itabuna, a não ser quando NÉCO”, motorista de Urbano “Cem Contos” pediu-me para entregar uma carta a um seu parente na rua do Berilo, perto da Mangabinha. Ensinou-me que assim que descesse do trem, esperasse uma marinete (ônibus) que trazia o nome Mangabinha e que antes de chegar no referido bairro, descesse na rua do Berilo para entregar a carta. Cumpri o que tinham me orientado de saltar da marinete na qual viajei de Jitauna até Ponte de Zinco, para pegar um caminhão que me levaria, como me levou até a cidade de ÁGUA PRETA(a nossa atual Uruçuca, onde eu poderia encontrar trabalho, como locutor, pois ali dois serviços de alto falantes, disputavam a preferência do povo.Tudo deu certo e ali, me instalei à noite quando cheguei, na PENSÃO MAIA, de um senhor de aparência respeitável, que me mentiu dizendo que só havia uma cama, num dos cômodos, onde um outro cidadão estava dormindo, mas que era gente da cidade e sua conhecida, podendo eu dormir despreocupado. Assim que penetrei no cômodo ou quarto da pensão, deparei-me com Agamenon, um velho e conhecido jogador de sinuca, com o qual me relacionava muito bem, em Jitaúna Distrito de Jequié, na época.Conversamos tanto que fomos chamados a atenção pelo dono do estabelecimento, pois estaríamos incomodando os outros hóspedes, mas na verdade, tínhamos que botar as novidades em dia. Contei a Agamenon que havia resolvido vir conhecer o Sul da Bahia, depois de ter tentado o Rio de Janeiro com um amigo vizinho de minha residência em Jequié, da rua Santo Antonio, cinqüenta metros acima da Praça Ruy Barbosa, ORLANDO NASCIMENTO DA SILVA, e que não encontramos nada fácil, chegando mesmo a passar fome, ser hospedado por oito(8)dias e por ordem do Serviço de Migração Social do Ministério do Trabalho, no ALBERGUE DA BOA VONTADE, na Praça da Harmonia, nos fundos da Central do Brasil. Lhe contei que chegamos ao ponto de pedir ajudas pelo meio da rua e conseguimos de um Pernambucano a ajuda de Dez Mil Reis, porque lhe dissemos que nosso interesse em estar ali no Rio de Janeiro, era para conhecermos lindas praias e suas mulheres lindas, além de trabalhar, mudar de vida. O Pernambucano nos ensinou que para chegar a Copacabana, praia que eu disse pretender conhecer, deveria pegar o bonde 5 ou 14 que passava no Tabuleiro da Baiana, por volta das sete da manhã. Que o cinco ia até o Leblon e o catorze, até o Leme, todos dois, cobravam duas passagens, uma ali, no Tabuleiro da Baiana e outra passagem no Túnel Velho. Ficamos muito felizes e retornamos para o Albergue da Boa Vontade para dormir e no outro dia, depois do café da manhã que o Albergue fornecia, mas não fornecia almoço, rumamos para o local indicado e pegamos o primeiro bonde que apareceu, o CINCO, no túnel velho pagamos a outra passagem e lá vai o bonde. Como demorasse, perguntei ao condutor, o que cobrava, já que o motorneiro não dava informações, atencioso ao seu trabalho. O condutor me disse que já estávamos perto do LEBLON e já que eu queria chegar em Copacabana, deveria descer ali, dirigir-me até Ipanema e seguir em frente até Copacabana. Isto feito, assim procedemos e alcançamos a Linda Ipanema, que é uma praia retilínea e por sobre seu longo passeio andamos no sentido de Copacabana, pois perguntávamos aos passantes se ali se seguia até Copacabana, sempre recebendo resposta positiva. Em certo momento, a Avenida acabou e apareceu um monte de pedra e uma plca dizendo:”Forte Copacabana-entrada poibida. Tivemos de tomar novas informações e penetrar em uma linda avenida, Francisco Otaviano que nos levou até a linda praia, onde pequenos barcos de pesca, pé de amendoeira e muita areia, saltavam aos nossos olhos. Andamos na areia, ainda era por volta de nove horas da manhã e poucas pessoas ali estavam, principalmente senhoras, muito maduras com seus respeitáveis maiôs, o que contrastava com o que eu queria ver, moças bonitas de biquíni. Um pouco decepcionado, resolvi tomar meu primeiro banho de mar. Mas, antes fiquei decepcionado com esgotos que corriam a céu aberto, na praia, principalmente no Posto Seis, onde permaneci. Sabia nadar mas nunca havia tomado banho de mar e enquanto meu companheiro-amigo, permanecia na areia, em resolvi tomar o banho e como o elástico do calção estivesse quebrado, rasguei o pano e dei um nó, entrei na água e inexperiente procurei me aproximar de vários rapazes que se banhavam bem distante da praia. Uma onde de bom tamanho me jogou na praia e permaneci tonto durante algum tempo e quando despertei, meu amigo estava rindo de mim e uma linda mulher com um maiô azul com efeites de metal de pombas, no maiô, o mesmo ocorrendo num óculos escuro que usava, estava com uma das suas pernas sobre a minha cabeça, visto encontrar-se a praia, cheíssima. Não tinha mais lugar para ninguém. Enquanto meu amigo ria-se de mim, em cheguei a dar uma risada também, oportunidade em que a referida mulher com muita autoridade perguntou-me:”quem é o senhor?” Ao que ababalhoadamente respondi: “sou um pau de arara transformado em Carioca minha senhora”. Logo em seguida desconfiei que pudesse ser aquele mulher, esposa de um general ou coisa que o valha, saí do local e convidei o meu amigo a fazer o mesmo, retornando ao albergue da Boa Vontade, mas desta feita nos dirigimos até o túnel velho, onde pegamos o bonde para só pagarmos uma secção de passagem. Naquela oportunidade, um pequeno avião quando saíamos da práis, jogava boletins que nos falavam do perigo do Partido Comunista querer tomar o poder, o que pouco nos importava na situação em que nos encontrávamos. A chegada no Albergue foi tranqüila. Tenho sempre ajudado alguns indivíduos que se encontram na situação em que estive no Rio de Janeiro para pagar ao favor recebido daquele pernambucano.
CARREGUEI UM CARTAZ
Na véspera de voltar a Bahia com passagem de trem do Governo, estávamos eu e meu amigo Orlando, na Praça defronte da Central do Brasil, quando fomos convidados a ganhar algum dinheiro fazendo propaganda de bonecas. Nos oferecia Vinte Mil Reis a cada um e topamos a parada, pois a fome incomodava. No Albergue só tomávamos café pela manhã e jantávamos à noite quando chegávamos para dormir.Reunimos-nos com um grupo que tinha à frente, segundo dizia-se um policial vestido de mulher, vestido azul,com um boneco nos braços, ninando-o, enquanto um italiano, com sotaque bem característico, cantava uma música de ninar. O rapaz que nos convidou, um carioca, batia uma caixa, instrumento de percussão , meu amigo e companheiro de viagem, batia um surdo e eu carregava um cartaz onde estava escrito: bonecas de todos os tipos, avenida Presidente Vargas, no. 1009 ao que me parece . O cortejo percorria toda a Praça da República, trechos da Presidente Vargas e invadia a zona do porto, onde vários bares com seus letreiros luminosos obrigavam-me a ter cuidado com o cartaz, pois o vento ali, penetra, vindo do mar e por umas duas vezes fui chamado a atenção pelo policial `à paisana, vestido de mulher, para que tivesse cuidado. Terminado o trabalho que não passou de duas horas, nos foi pago corretamente o combinado e eu e meu amigo, procuramos comprar algo para comer, no interior do trem no dia seguinte. Compramos farinho de mandioca e carne de jabá, pois sabíamos que a viagem seria longa. Pela manhã da terça-feira, não me lembro a data mas era mês de dezembro do ano de 1954, chegamos no Rio no dia 13, feriado de Santa Luzia e depois de uns três dias procurando trabalho, foi que o serviço de migração nos mandou passar oito dias no albergue. Pela manhã, no horário combinado, lá estávamos na gare da Central do Brasil.Recebemos ordem para entrar em uma das classes e somente estando no interior do trem nos foram dadas as passagens . Formávamos um grupo de 42 indivíduos em uma das classes .
Revoltado porque estava voltando do Rio de Janeiro sem conseguir nada, pois, com a morte de Getúlio Vargas, só havia trabalho para menores, era o que se lia nos jornais, dei uma de nervoso e brincando coloquei meus pertences, uma maleta com algumas peças de vestuário no seu interior a coloquei sobre o banco de madeira para passageiro e disse para o meu companheiro de viagem: aqui só vai viajar, uma mulher bonita, em menos de trinta segundo apareceu na janela da classe do trem, uma linda mulher, de cor , branca, num lindo vestido azul que me perguntou se o local estava vago. Respondi afirmativamente, enquanto ela respondia que era para o esposo dela que ia até Belo Horizonte.Nada pude protestar e logo em seguida um cidadão corpulento, conduzindo várias gaiolas com passarinhos, pedia-me ajuda para conduzir algumas gaiolas e sentava-se ao meu lado Combinou comigo que assim que chegasse em Belo Horizonte iria precisar de ajuda para levar tais gaiolas até o bairro da Pampulha, onde morava e que me gratificaria. Tudo correu nos conforme e ao chegar em Belo Horizonte, num largo muito grande, onde o trem parou e nem vi a estação, só sei dizer que era muito grande o largo. Saímos do trem pegamos um ônibus elétrico, e fomos até a Pampulha. Lá o cidadão me ensinou qual o ônibus que deveria pegar para retornar e como lhe contasse que estava faminto, ele me ensinou o endereço do RESTAURANTE POPULAR, gratificando-me com Dez Mil Reis, informando-me mais de que o prato de comida no referido restaurante era apenas dois mil réis. Não tive dificuldade de retornar à praça da estação do trem que era muito grande e logo um pouco acima, numa rua lateral estava o restaurante do Estado, onde sentei, fui servido e só paguei dois mil réis. De barriga cheia, corri até o trem e dei a boa nova ao meu companheiro de viagem, mandando-o também ao restaurante, enquanto permaneci no trem olhando os nossos pertences. Mais tarde o companheiro retornou, também satisfeito e de papinho cheio.O trem demorou muito para prosseguir viagem e só por volta de quatro e meia das tarde, se fez movimentar. Assim que escureceu, uma surpresa. O trem parou, e a notícia era de que uma ponte estava quebrada e que teríamos que esperar outro tem que estava pras bandas de Montes Claros, na manhã seguinte. A ordem era de que todos deixassem o trem, pois não podia=se dormir dentro dele. A parada se deu em frente da estação de JANAUBA, na época me pareceu mais um vilarejo. Dois homens anunciavam dormida com café pela manhã, por dez mil réis, porém a maioria estúpida que viajava na nossa classe, não possuía esta fortuna e tivemos de dormir no chão da estação. O frio era muito forte, naquele fim do mês de dezembro e para me consolar, dizia em voz que meu companheiro de viagem pudesse ouvir: destá Janaúba, quando eu chegar na Bahia vou dar uma banana para o seu frio. O amigo ria demasiadamente e como tínhamos um ditado que usávamos muito: ”qualquer prazer me diverte”, passamos a lembrar dele naqueles momentos. E pegamos no sono, só acordando com os primeiros raios do sol da manhã seguinte. Por volta de dez horas da manhã ainda sem tomar nenhum café, chegou de ré, uma composição férrea com vagões para carga e nos foi dada ordem de entrar neles, que estavam sujos de fezes de gado, mas, diziam que era a única composição que estava na área e nos levaria até Monte Azul, o que foi realmente feito. Passamos em Montes Claros, quase sem parar e seguimos para Monte Azul, onde tivemos a notícia de que a estrada estava interrompida para Caculé, na Bahia. Ocorre que precisávamos de tocar um ofício da área Federal para que fosse-nos dadas outras passagens dentro do território baiano, o que o chefe da estação de Monte Azul, alegou não poder fazer, porque o trem não estava chegando ali e só em Caculé podiam serem trocadas as passagens. Nenhum de nós possuía condições para pagar a passagem de caminhão para chegar a Caculé. Daí, por falta de outro que chefiasse o grupo, me candidatei e com mais de quarenta pessoas em fila fui até o Delegado de Monte Azul, que me apontaram estar junto com outros senhores, junto de um caminhão que transportava passageiros que atendesse nossas condições, visto não se ter outro meio de transporte que atendesse nossas condições de miserabilidade. O Delegado inicialmente disse não ter nada com o assunto, mas, da multidão alguém lembrou que ele era proprietário de um dos caminhões e que se locupletava com a estrada quebrada. Daí eu gritei, vamos subir aqui e subir em um dos caminhões. O motorista deste veículo, mandou que descêssemos e subíssemos no outro caminhão que era realmente do Delegado. Sem nenhum protesto o veículo começou a se movimentar com esta carga fora do comum todos apertadíssimos, num “Pau de Arara”.
O TOQUE DA ONÇA
Uma estrada de chão, estreita cheia de curvas e enladeirada com mais de mil e cem metros de altura, chamava-se de Toque da Onça e era o caminho para chegarmos em Caculé na Bahia. O veículo atolou e fomos chamados a descer para empurrar, depois começamos a descer a serra, já era noite e os faróis do veiculo estavam defeituosos, sendo que apagavam e depois acendia, já à beira do abismo. Contavam que na parte mais alta da serra, havia uma cruz grande e cinqüenta e três pequenas, em homenagem a um Padre e seus romeiros que caíra no abismo. Sem nenhuma providencia poder tomar, pois não estava pagando, não podia reclamar e só havia àquele meio de transporte, deitei-me debaixo de um dos bancos de tábua e dormir, pois o corpo reclamava. Só acordei chamado por outras pessoas pois já tínhamos chegado a EstAção de Ferro de Caculé, onde estava o TREM MUCHILA . Alguns que já conheciam o meio de transporte dali, nois aconselhou a esperar o trem rápido que saía as sete da manhã, pois àquele que estava ali era o Trem Muchila e andava devagar demais. O Trem Rápido me decepcionou porque saltávamos dele, tirávamos umbu na árvore e retornava ao trem, sem problema. Chegamos a BRUMADO, onde resolvemos ficar, pois o meu amigo dizia que preferia ficar ali, para procurar uns parentes que residiam ali, segundo lhe disseram, ao invés de ir até Salvador, nosso destino final, onde , na certa passaríamos mais fome.Com poucas perguntas conseguimos descobrir à casa do avô do meu amigo Orlando que nos ensinou a casa de uma tia do meu amigo, onde fomos bem recebidos, tomamos banho num riacho que passava nos fundos das casas e nos alimentamos, tendo meu amigo, oportunidade de galantear uma prima quase chegando ao namoro.O avô do meu amigo, de quando em quando ao ouvir nossa história de falta de dinheiro, dizia:”agente se vale do que tem”. Entendi depois que na casa dele quando abrir minha mala, mostrei um terno brando que possuía e entendi que ele queria comprar, daí, vendi o terno para conseguir dinheiro e pegar transporte para Jequié, nossa Terra e foi o que aconteceu. Por Cento e Oitenta Mil Réis, vendi o terno ao avô do meu amigo e ficamos em condições de viajarmos. Um caminha, azul, carregado de tambores de gasolina que entrara no lugarejo com o produto, assim que estava para retirar-se, nos dirigimos ao motorista que nos tomou os cento e oitenta mil réis para nos levar até Vitória da Conquista, em cima dos tambores vazios. Ao sair da cidade, parou o caminhão mandou que descêssemos e entramos na cabine. Quando um peneu furava ou se precisava colocar água no veículo lá estávamos prestando o serviço, ao ponto do motorista ficar simpático à nossa causa e nos prometer levar até Jequié, nossa Terra, sem maiores problemas. Foi
Neste trecho da viagem que conheci o PF, pois o motorista se transformou em nosso amigo e pagou para nós o tal do PF, prato feito em um restaurante de beira de estrada. Este motorista chamava-se VALDEMAR, foi o que disse e destinava-se a Salvador. Alguns dias em Jequié e retornei a Jitaúna, de onde não deveria ter saído. Demorei-me ali, no mesmo serviço de alto falantes, com as mesmas regalias uns seis meses, quando resolvi vir conhecer o Sul da Bahia.
ITABUNA- NOVOS ARES
A surpresa foi grande quando ví Itabuna, acredito porque, ninguém me falara antes do seu progresso e importância na Zona Cacaueira. Onde eu vivia só se falava em Ilhéus. Ao saltar na estação o que mais me chamou a atenção foi o falar passimoniôso do locutor do Serviço de Alto Falantes A Voz da Cidade. Um projetor de som colocado num poste de iluminação pública, ficava ao lado de um morro baixo, onde se amarravam animais que vinham da zona rural. Era bem diferente o estilo de Aloísio Caldas, a quem vim conhecer posteriormente, pessoa de moral ilibada. Aproximava-se a hora da Avemaria e ele com seu falar lento, bem pausado deixou marcas em minha lembrança. Cheguei à rua do Berilo que o motorista do ônibus de José Ribeiro me informou, já escurecendo, perguntei a um rapaz de cor clara que posteriormente soube que atendia pelo vulgo de ‘CALAMBAU, se estavam precisando de locutor, ao que ele pediu que eu fizesse um teste e logo que anunciei um texto de propaganda, ele saiu correndo, dizendo que ´pia chamar o irmão. Era o senhor VENTURA, que só mais tarde comparecia ao Stúdium acompanhado de sua noiva, uma elegante senhorita, filha de um senhor proprietário do BOM MARCHÉ, uma casa comercial que existia na Avenida Garcia. Chamava-se VENTURA,o proprietário do serviço de alto falantes. Muito elegante, trajando terno branco bem engomado, tipo simpático, contou-me das dificuldades para manter o serviço, mas prometeu-me oitocentos Réis, ou cruzeiros, não me lembro bem a denominação da moeda na época. Acei pois estava procurando trabalho. Naquela noite fui acolhido na residência do pai do referido VENTURA, onde dormir numa rede, instalada na sala. No dia posterior me arrumei no próprio stúdio, aramando uma tarimba, dois cavaletes com três tábuas, e está criada a cama. Durante mais de um mês, não recebi dinheiro do referido senhor, mas lhe avisava da retirada que eu fazia da renda das DEDICATÓRIAS( oferecimento de músicas que as pessoas faziam a outras, por gostar das músicas, ou como propva de amor, namorados assim procediam naquela época. Custava dois mil réis e com este dinheiro eu comprava carne de jabá, dendê e farinha e quando começava a fritar, nos fundos do stúdio OTACÍLIO MONTARGIL e seu oficial de sapateiro, perturbado pelo cheiro do dendê, acorriam para provar a minha comida que era pobre, mas, cheirosa. As pessoas que admiravam meu trabalho, assim como em outras plagas, elogiavam-me e uma dessas pessoas, o NENGA DE DONA CUSTÓRIA, DA Avenida Garcia, que era motorista da Empresa São Jorge que fazia linha entre Ilhéus e Itabuna, sendo a empresa de WLISSES, propagou em Ilhéus e nos Stúdios da Rádio Cultura de Ilhéus a meu respeito, fazendo os maiores incômios, daí ter sido eu convidado a me submeter a um teste, na referida emissora, onde fui acatado, passando a perceber hum mil e duzentos cruzeiros, sendo o salário mínimo na época, 470,OO. Ali, encontrei uma verdadeira escola de rádio, fazíamos de tudo que as grandes emissoras do Rio de Janeiro. Nós, em Ilhéus com a direção de Robert Assef e Mirthis Pititinga, fazíamos novelas, programas de auditório mo Cine Teatro Ilhéus; criamos programa cazipira”Timbira e Engole Sapo, Romilton Santos e Alfa Santos, que ficamos muito conhecidos do público, porque fomos os lançadores do bujão de gás engarrafo que eram vendidos pela LOJA GENY, da rua Dom Pedro Segundo. Todos elogiavam a propaganda feita pelos caipiras referidos. De hora em hora tínhamos notícias de toda parte do mundo. As sete horas da manhã, noticiário geral e à noite antes da Voz do Brasil. As duas horas da tarde de segunda a sexta, tínhamos o programa AS SUAS ORDENS, que atendia as dedicatórias de pessoa para pessoa ou para aniversariantes, programa que dava boa renda à emissora. Fui repórter de beira de cais, sendo eu quem dei o furo jornalístico dôo naufrágio do navio Nossa Senhora de Lourdes, na entrada da barra de Ilhéus. O navio carregava mais de quinhentas cabeças de gado para Pernambuco, saíra do cais do porto de Ilhéus as dez da manhã e sete da noite se encontrava a deriva na entrada da barra., Fui eu quem tomando conhecimento de que um avião estava em perigo, rondando Ilhéus,insistentemente, passei a declarar a posição da cidade de Ilhéus, geograficamente e o piloto teria traçaçdo nova rota e chegou ao aeroporto de Salvador, ao que dizem com quarenta e nove passageiros, estrangeiros,m coisa que chamou a atenção. Fui eu que fui detido pelo novo policiamento conhecido por “Cosme e Damião e que barbarizava Ilhéus, ao ponto de colocar um adolescente sobre caroço de milho, no Pontal e porque os criticava, fui barbaramente derrubado de minha bicicleta, na porta da Rádio e levado à Cadeia Pública, onde um outro policial, alegando não ter recebido nenhuma alteração dos condutores, não me recolheu. Foi um escândalo em Ilhéus, porque também naquele período e no momento da prisão, estava me dirigindo para a casa da Vereadora Conceição Lopes, onde juntamente com outras pessoas da Sociedade local, ensaiava a peça CHUVAS DE VERÃO de Luiz Iglesias, tudo para ajudar a Maternidade Santa Izabel das Senhoras de Caridade de Ilhéus.A peça foi exibida no Cine Teatro Ilhéus e levei 45 minutos para sair do teatro, abraçado por tanta gente que não conhecia. Fui eu quem montado numa bicicleta, anunciava através de um cartaz ir à Brasília, saindo de Ilhéus e que chegaria com dezoito dias. Pedalei estrada à fora, mas ao chegar em Itabuna, a conselho do Titio Brandão e Lourival Ferreira, aqui fiquei.
A RÁDIO CLUBE DE ITABUNA
Admitido em l7 de abril de 1957, na primeira emissora de rádio AM de Itabuna, seis(6) meses após sua inauguração que ocorreu em 20 de outubro passado, tive farta chance de criar e apresentar vários programas, ALVORADA DO SUL, TATÁ TATINHO E TATÃO, ARRAIÁ DA BURUNDANGA, A HORA DA ESTRELA COM NEIDE PRADO, etc, além dos horários de propagandas comerciais.
TITIO BRANDÃO
O conheci na Rádio Cultura de Ilhéus, seu papel no rádio era corretagem de publicidade. Ele tinha por missão convencer o comerciante a patrocinar programas no rádio, combinava preços e assinava contratos. Era um homem muito simpático, de boa prosa, um pouco tímido e como dizemos no popular “puxava um pouco em algumas palavras”, as vezes se percebia mas conseguiu apresentar alguns programas, com a participação de Alfa Santos e de Romilton Santos. Lá em Ilhéus o programa tinha outro nome, mas aqui em Itabuna, por minha sugestão, aceitou Brandão que o programa tivesse o seu nome e eu era o apresentador; era o locutor que nos intervalos fazia as propagandas comerciais.O trabalho deste radialista foi muito importante para a radiofonia local, pois penetrou na contratação de grandes artistas nacionais e os trazia. Para os seus programas e pelo apoio que dava
aos artistas locais. Sempre me prestigiou.
LOURIVAL DE JESÚS FERREIRA
O conheci através de Eurípedes Lopes da Silva, que viria a ser o MARTELIN. Eurípedes assistiu meu trabalho no Serviço de Alto Falantes A Voz do Bairro, na rua do Berilo e me falou sobre a vinda da Rádio para Itabuna. Nosso encontro foi rápido naquela oportunidade. LOURIVAL, era Grande locutor de uma voz privilegiada, e técnico de instalação da aparelhagem da emissora, por isso foi o responsável pelas montagens das três emissoras AM de Itabuna., Ao meu ver, seu maior feito foi transmitir o discurso do Presidente João Goulart, diretamente da Lapa do Bom Jesús, num tempo em que tudo era muito difícil . Ocorreu na Rádio Difusôra Sul da Bahia, nos idos de 1962. Os meios que usou, eram válidos já que se tratava de ouvir a palavra do primeiro Mandatário da Nação.Hoje, desfrutando de uma aposentadoria merecida, vive, este baluarte do rádio, na Capital do Estado.
O ARRAIÁ DA BURUNDANGA
De todos os programas que criei e coloquei no ar, o Arraia da Burundanga deixou marcas. Ouvido em toda parte que a emissora podia penetrar, era um vício do povo. Inicialmente o apresentávamos as nove horas da manhã, mas uma comissão de fazendeiros procurou o Diretor Geral da Rádio Sr. Otonni Silva e pediu que o horário do programa fosse modificado para as seis horas da manhã, pois as nove como era transmitido atrapalhava o s trabalhadores que abandonavam a lida para ficar na sede da fazenda a fim de ouvir o programa e isto dava grande prejuízo. O pedido foi aceito e passamos a transmitir o referido programa as seis horas da manhã.
QUAL ERA O FUNDAMENTO DO PROGRAMA?
Era noticioso, humorístico, musical (com paródias) e retratava os costumes e a sabedoria da nossa Zona Rural. Eram dois caipiras, um tido como sabido, em que tudo dava nota e o outro curioso, querendo saber de tudo, sempre perguntando e ouvindo respostas. Com o linguajar caipira, todas as notícias eram dadas, de modo jocoso e o homem do campo ficava sabendo de tudo. O engraçado é que as pessoas das quais se falavam, no final achava engraçado, mas a notícia era transmitida. Quando algo despertava a opinião pública, os componentes usavam uma música, com uma letra cantando o fato era a paródia. Por exemplo; falando da situação do País na época em que o Movimento Militar tomava conta do Poder, dentre outras, usando uma velha música de Vicente Celestino, assim se expressava: Ó meu Brasil tu que é do Castelo Branco; não se esqueça de lembrar do Martelin; que depois de tanto a coisa endurecer; já não pode nem comer amendoim; o brasileiro já não come com a barriga, pois a comida custa caro pra danar; capitalista ta gostando dessa coisa; quanto mais ganha muito faz para ganhar. Este exemplo nós já ver por aqui mesmo; quem tem ôi, pode ispiá; nossos ricos se esquece que essa coisa; um dia pode virar. Ó meu Brasil, tu precisa é de um home; que não esqueça que nasceu de uma muié e que antes de subi já passou fome; só pra vê quí gostoso isso é. Dimanhãzinha não se pode comprar pão, pois essa coisa custa caro e é mandú. E o dinheiro da Nação os deputados;ganha todo, faz arrolha e mete no baú!!!
MAMÃE ( versão de uma música francêsa)
Minha barriga vai pocar, de tanto o cinto eu apertar, me compreenda ái Castelo! Ninguém agüenta isso não, arranje outra solução pra que agente inda acredite nessa tal dissolução! Batemo Parma prú sinhô pra resolver a nossa dô; mas tamos crente a essa artura que esse má não tem mais cura ái ái ! Vossa incelêiça quer acertar. Mas tem entrave pela frente lhe castigando, ái Castelo, admiramos seu pensar e também sua candura, não querendo a ditadura.....Avemaria!!!Há de saí, como entrou com ombridade e de pé; pois é nortista, é meu irmão, ama o Brasil, de coração ; hás de empossar os já eleitos, pela tal da indireta; são patriotas, são homens bão vão aprender a mesma lição; e jamais, jamais, jamais, dissolvição!!!
A enchente de 1967, atingiu a minha casa, onde ainda moro: rua São José, l5l, Mangabinha e o meu arquivo com milhares de paródias, foram-se com as águas, infelizmente, mas, de quando em quando me recordo de alguma coisa e volto a escrever. Por exemplo, quando o Prefeito Feliz Mendonça deu por aberta a Praça Camacan que tinha esse nome devido a grande quantidade de lama que existia no local o que imitava Camacan, onde todas as ruas eram cheias de lama, segundo se dizia, na mesma oportunidade se inaugurava o cinema MARABÁ, no térreo do edfício que tem o nome Teodoro Ribeiro Guimarães, que era conhecido por TEODORO RICO, muitos indivíduos sem dinheiro não podiam entrar no cinema e assim que o espetáculo começava, aproveitavam-se do local ficar vazio e ali mesmo namoravam, espetacularmente, pois não havia fiscalização. Martelo e Martelin, então, aproveitando-se de uma música da nossa MPB, fez a seguinte paródia que foi muito solicitada; “Oî nega ta gostoso pra dana, é somente o que se ouve em frente do Marabá. Um jardim que ali fizeram, ta mesmo uma sensação; quando o cinema começa, os casais cái tudo no chão e se esquecem da Puliça e só lembram do coração; A pracinha é muito grande e fica na beira do rio; os casais namoram tanto que nem chegam a sentir frio; quando é lá pra meio noite tomam banho e ninguém viu!!!
O nosso programa era escrito e lido na hora. As vezes quando um ou outro lia mal, o outro chamava a atenção dizendo:bota os óculos do compadre Timóteo aí menino e remendava-se o que tinha-se lido errado. Timóteo era um grande locutor, de voz muito bonita, mas usava um óculos de forte grau, os chamados fundos de garrafa. Morreu, apaixonado por uma ouvinte a quem ele passara a chamar de “minha cigana” , o programa de seresta que ele apresentava as nove horas da noite, era um lançamento que fiz ‘RETALHOS DE SAUDADE . Assim chamava-se .Era um grande e querido profissional .Todos nós cometemos erros quando estamos usando um microfone. Difícil àquele que nunca errou; Timóteo, certa feita quando apresentava o jornal falado, na Rádio Difusora, comigo e Hercílio Nunes,iniciou lendo a seguinte manchete:”animais soltos no campo de aviação!. Eu e Hercílio não vimos tal manchete, já que estava escrito: Ananias Lopes no campo de aviação. Tratava-se de um forte banqueiro, empresário de alta categoria que viajava muito. Animais soltos na pista era comum se anunciar, daí ter Timóteo acreditar que tratava-se de mais um anuncio para despertar o cuidado das autoridades. Nesta noite não houve jornal falado, mais, já que os risos no stúdio eram constantes, sendo que até o Manoel Dias o operador de som, também ria, de lá da técnica de som que a tudo comandava. O Lourival Ferreira passou a ter uma lambreta e era motivo de gozação de Martelo e Martelin, pois diziam ser Louival muito namorador. Daí, saímos com essa: Hoje, eu to quereno, brincar de esconde; mais só tem graça se for com você e que ninguém vá nos atrapalhar; hoje eu vou mandar desligar a usina; por sua causa ó bela menina; o povo todo vai sem luz ficar; quero ti carregar atraz de uma lambreta e vou comprar umas duas chupetas para nós dois, no escuro chupar; Ah, como quero sentir
Alegria também sentir toda toda magia; que um passeio de lambreta dá. (Entrava Martelin e completava. “Principarmente”...Se a lambreta for do Lourivá!!!}.
Todos os dias depois do programa tínhamos a obrigação de esperar certo tempo na sala de recepção, para atender o público reclamante pois havia uma secção de nome CAIXA DA MISERICORDIA no programa onde tudo era divulgado como o povo mandava. Era reclamação, notícias de vizinhos que não estavam agindo certo, dentro das normas; som alto; namoros escandalosos desrespeitando as famílias; era um verdadeiro fuxico e como tal carecia de resposta. Alguns se sentiam ofendidos pelo programa e procuravam a Direção da emissora etc. mas tudo terminava em paz com pequenos arranhões. Certa feita nos quiseram matar e já tinha o pistoleiro certo, conhecido por PATY, mas Fernando Dantas da Cruz, que era diretor comercial da rádio Difusora, entrou em entendimento com o dito cujo, e a notícia desapareceu, também o caso foi sério, pois uma carta do alto da Mangabinha, falava de um cachorro que era do convento e que mordera a mão de uma criança, gravemente e que o cachorro era dos padres e atendia pelo nome de Gileno. Ora tínhamos aqui, um prestigioso político com este nome e algum simpatizante deste político achou que se estava degradando o nome do grande homem. Então a Dupla passou a dizer que se a intenção teria sido ofender, a culpa era dos donos do cachorro que botara aquele nome . O Tenente RIVALDO, que prestava serviço à Polícia nos contou que um seu colega em Brasília lhe perguntou certa feita como era o Arraia da Burundanga e os caipiras Martelo e Martrelin e ele, tenente ,teria
Respondido ao seu colega de Brasília que era um arruado com vários coqueiros plantados, onde dois caipiras, sentados com suas violas enfeitadas de fitas verde e amarelo contavam as novidades e cantavam músicas sertanejas e paródias, divertindo o povo. Segundo o Tenente RIVALDO, o seu colega ficou impressionado e disse que ouvia o programa lá em Brasília. Para quem não sabe Rivaldo era o pai de Kleber Torres, jornalista nosso amigo.
O programa ganhou tanta repercussão que qualquer nota importante aniversário de pessoas conhecidas por muitos, tinham que ser divulgados no Martelo e Martelin , como chamavam popularmente. Certa feita o Diretor da Rádio Clube OTTONI SILVA pediu-me para fazer uma homenagem a um grande amigo dele que ia aniversariar no dia seguinte. Perguntei se ele gostava de pilhéria, se podíamos brincar com ele, e OTTONI disse que sim que era um amigo que gostava de pilhérias. Daí anunciamos o aniversário do amigo e contamos um piada velha conhecida de circos que dizia que o cidadão casou com um linda mulher mas quando foi dormir, ela começou a tirar tudo...a cabeleira, a dentadura postiça a perna de pau que possuía; as sobrancelhas postiças, que aí virou um homem Todos riram muito, mas, minutos depois o homem, o aniversariante estava na porta da rádio para reclamar, porque com ele, na vida real havia acontecido coisa parecida e daí ele teria deixado a mulher com a qual casou-se. A profissão tem disso. Eu não sabia e cometi o erro por engano.
AS LUZES VERMELHAS
O programa Arraia da Burundanga com Martelo e Martelin, deixou marcas, quando atendendo os reclamos da Sociedade, sugeriu que cada casa de prostituição, disseminada por toda a cidade, usasse uma lampada vermelha sobre a porta da rua, para que se destacasse das casas de família. Rapidamente as chamadas casas de mulheres livres, passaram a assim proceder e quem chegava na cidade à noite, ignorava àquele enfeite, mas, necessário. Imitava-se assim, aos tempos em que Jesus Cristo viu uma dessas casas de mulher livre, que seria de Madalena, e para se saber que ela estava ocupada, uma bandeira na porta estava hasteada. Quando a bandeira estava recolhida, ela estava livre para receber qualquer cliente. Martelo e Martelin deixou essa marca por muito tempo, até que um Delegado de Polícia, Capitão Horton Pereira de Olinda, muito respeitado na cidade, mandou acabar a prática. Coube a Martelo e Martelin também, batizar a Praça que homenageia o ex-Prefeito José de Almeida Alcântara, por JARDIM DO Ó, porque a praça é redonda e na época fazia-se uma crítica a respeito da praça ser redonda e os bancos feitos de concreto armado eram retos, como se ela fosse quadrada, daí a crítica ao Ilustre Engenheiro Feliz Mendonça, então Prefeito .Um novo Juiz chegou à cidade e mandou convidar a dupla para conhecer. Os caipiras ficaram apreensivos e depois de uma pequena espera na anti-sala da referida autoridade, ficou sabendo que apenas o Juiz desejava conhecer a dupla que conseguia falar tanto nesta Região(COMO É QUE VOCÊS CONSEGUEM FALAR TANTO NESTA REGIÃO?) expliquei a referida autoridade, que tudo fazia-mos com gracejos, criticávamos, mas, também elogiávamos, principalmente, quando sabíamos de quem estávamos falando. Nossa audiência foi rápida, com ligeiros apertos de mão e no outro dia, no programa, contamos para os compadres o que aconteceu e o Martelin, foi obrigado a confessar que teve medo. Tendo Martelo retrucado: “Toma Peste!”. Era comum, alguém no meio da rua dizer para outro, vou mandar lhe dar uma martelada. Ouça o rádio amanhã. Quando abríamos a CAIXA DA MISERICORDIA, um dos quadros do programa que atendia todo tipo de reclamação, aí estava a dor de cabeça, porque dizíamos o que o povo pedia ou cantávamos a paródia que pediam. O rádio me deu muita coisa! Uma moça de quinze anos, cantava bonitinho e eu era o apresentador. Elogios, apertos de mãos, comentários, culminou em aproximação maior e não sei porque cargas-dágua passei a fazer refeições no restaurante da mãe dela, uma simples casa da madeira no bairro Conceição proximidades da cabeceira da ponte , defronte do Bar de Afonso e do serviço de Alto Falantes SABÚ (na época passava nos cinemas um seriado onde havia um menino artista com este nome SABÚ. Alguém teria ouvido o Lourival de Jesus Ferreira falar no referido serviço de comunicação, mas ao que sei mesmo ele foi grande n o SRPC(serviço regional de propagandas comerciais,) que durante muito tempo, junto com o jornal O Intransigente, dirigido pelo jornalista Ottoni Silva eram responsáveis pelas notícias da cidade, pelos lançamentos das novas músicas; e foi aí que surgiram os locutores, Eurípedes Lopes da Silva que viria a ser o Martelin, no rádio, José Timóteo etc. Essa moça era muito observada por vários pretendentes ou simpatizantes, era um mixto de Dalva de Oliveira e Ângela Maria, cantoras que estavam na mídia naquela oportunidade e ela, uma morena de olhos verdes cabelos longos, despertava a atenção. Teria sido mandada para casa de parentes em São Paulo, para fugir do assédio de um tal VADINHO, que fazia refeições no mesmo restaurante da dona Estelita e queria a força namorar a moça. E como o Vadinho era muito valente e tinha algum dinheiro e influência com alguns empresários do ramo da pecuária de então, a família da moça pobre só encontrou essa saída e Lourival Ferreira que também refeições fazia no mesmo restaurante, fez uma carta de apresentação da nova cantora, que ainda era inexperiente, mas tinha uma voz bonita, e lá em São Paulo ela cantou na Rádio ABC de Santo André , na Rádio Independência de São Bernardo, porém parentes divergiram a respeito da menor idade que ela tinha e ter que aceitar cantar à noite e voltar para a casa muito tarde. As discussões culminaram com o retorno da cantora à sua Terra natal, e aqui se achava servindo no restaurante da mãe, porém tinha o prestígio do Lourival Ferreira, que a encaminhou para a Rádio Clube de Itabuna que já estava no ar. Segundo ela, a cantora NEIDE PRADO, eu Romilton era muito fechado, compenetrado e não lhe dava a atenção devida, daí, juntamente com uma amiga de nome ANA, que morava no Pontalzinho, juntava-se na porta da Rádio dificultando a minha passagem, só para que eu falasse com as mesmas. Resultado é que daí para diante entendi o recado e passei a dar mais atenção. De pronto a veia poética funcionou e soltei dentre as catorze músicas que fiz para o Carnaval de l958, esta marchinha que agradou muito, inclusive a ela: “ Eu tô doido pra pedir-te em casamento; mas não sei se vou casar; é você meu sofrimento; isso precisa acabar. Moreniuha tua vida é toda azul, moreninha tu cái bem aqui no sul. Eu amo teus retratos que enfeitam paredes, morena dos olhos verdes. Em seguida a composição seguinte que ela gravou e ganhamos o carnaval “Morrer Contigo” Eu quero ver você de sáia de samambaia quarta feira de cinzas; ficando abraçado com você pode até pedra chover que o papai não liga. Quero sentir teu calor; quero morrer contigo; quem não brinca neste mundo; no outro fica esquecido. Com estas duas declarações não havia necessidade de nada mais para dizer que a amava, mas, minha musa é muita bondosa e outras músicas surgiram, como: Eu vou prú céu no sputinick; vou me livrar disto aqui; carnaval lá não existe; mas levo o seu tamborim pra mim. No céu no se trabalha; eu lá posso viver; estando eu melhor de vida; virei buscar você !Lembro-me que a segunda parte dum samba daquele ano, eu dizia:”você é a santa dos meus sonhos; você é a chave do meu coração; você é a fonte da vida; fruto da minha paixão!!!” Até hoje ela não acredita que tal inspiração era ela. Lá vão cinqüenta e dois anos e ela ainda não acredita. É biza-vó de cinco(5) avó de nove(9) e mãe de quatro(4) é mesmo fonte da vida . Eu não estava errado.
PAULO NUNES FILHO
Existem pessoas que parecem programadas a participar de alguma forma da nossa vida, beneficiando ou prejudicando. No caso, PAULO NUNES FILHO eu fui beneficiado. Deixando de trabalhar na Rádio Clube de Itabuna, porque não aceitava mais ganhar Três Mil Cruzeiros, amigavelmente com o Otonni Silva resolvi deixar o rádio. Fiquei sem trabalho e comentei que retornaria à Jequié, pois já tinha família, mulher e filhos e teria que continuar sustentando-os. Paulinho como era chamado pelos íntimos, mandou-me chamar e ordenou que o seu escritório toda sexta-feira me entregasse Mil Cruzeiros e me prometia que eu seria locutor da Rádio Difusora Sula da Bahia que estava por inaugurar. Faltavam uns seis(6) meses. Passei a ter uma receita de Quatro Mil Cruzeiros, sem nada fazer, apenas aguardando a chegada da nova rádio. E como estava à disposição, em l5 de março de 1960, em caráter experimental, a minha voz foi a primeira a dizer ao povo da Região Cacaueira que um novo meio de comunicação estava no ar. Lourival Ferreira estava nos transmissores, regulando tudo para que em vinte e um de abril, inaugurássemos o mais novo veículo de comunicação, completo com auditório, rua calçada, que Paulo Nunes calçou para valorização do prédio que construíra e que nos serviu de instalação própria, bem acomodados. Dois anos após, quando da necessidade de reformar contrato, eu e Paulo Nunes Filho não chegamos a um denominador comum e fui obrigado a pedir as contas. Eu queria valorização, enquanto outros colegas estavam satisfeitos com o que percebiam e lá ficaram. Meu afastamento não acabou com a amizade que tínhamos, e conseguir um aval do referido empresário para garantir a compra de um jeep Land Hover, usado, com o qual passei a realizar tornées com a Dupla Martelo e Martelin e Margot Silva, uma cantora do rádio e que se acostumou no palco conosco. Ensaiamos dois programas para apresentar ao público e saímos de cinema em cinema nos apresentando, ganhando algum dinheiro e de quinze em quinze dias, retornávamos a Itabuna, para assistência as nossas famílias. Tudo bem, dava pra ganhar algum dinheiro, mas, havia o natural ciúme da minha esposa que não aceitava que eu andasse por este mundo de meu Deus acompanhado de outra mulher. Não entendia, que é natural, a convivência artística. Fiquei sem trabalho e resolvi conhecer São Paulo, valendo-me da existência ali de pessoas da família da esposa e lá em Santo André, na rua Adolfo Bastos, na casa da tia da Neide e irmã de Estelita, permaneci 16 dias quando entendi São Paulo e resolvi retornar. Na Rádio ABC de Santo André eu era tudo e me adulavam para que eu permanecesse, e na Rádio Piratininga, no centro de São Paulo, doze(l2) locutores aguardavam chance e eu passei a ser o décimo terceiro; na época estava ocorrendo uma greve. A categoria que ganhava Trinta e Um mil cruzeiros, exigia noventa e um mil cruzeiros . Estive com Brim Filho, um locutor baiano que dirigia a TV Exelcia onde fiz teste e passei, mas a greve atrapalhava tudo. O que mais me desestimulou foi ter que alugar uma casa atrás de outra para levar a família
E ganhar Trinta e Um, pagando vinte e cinco de aluguel. Tinha que ter dois empregos. Cheguei a conclusão que vendendo bananas aqui ganharia mais, daí, retornei, exatamente num período em que as roças de cacau estavam sendo queimadas, naturalmente, o sol estava matando tudo. Aqui chegando e sabendo que Carlito Barreto estava ligeiramente interessado em ser candidato à Prefeitura, me dirigi ao empresário e lhe pedi Cinqüenta Mil Cruzeiros emprestados para instalar um buteco, junto da minha própria residência num terreno ao lado onde eu construí um cômodo. Carlito tirou do bolso Quarenta Mil Cruzeiros e sem nenhum documento me entregou e eu comecei a vender bananas e cachaça, numa resposta às dificuldades que encontrei em São Paulo. Dei o nome de A GRAXA, ao buteco, porque na porta havia uma planta com este nome. Foi aí que Paulo Nunes Filho, me encontrou tentando sobreviver e perguntou se eu aceitava ser Escrivão de Polícia e que o Deputado Paulo Nunes, me nomearia no dia seguinte. Naquele tempo valia o prestígio do político e ordenou-me que me dirigisse até a Delegacia de Polícia , sito à rua Ruy Barbosa, e me colocasse à disposição do Primeiro Suplente de Delegado Sr. JOSÉ NUNES NETO. Realmente, no outro dia, saía a nomeação e eu fui convidado a comparecer em Salvador, para tomar posse. Tive a ajuda imensa do Dr. Eugênio Brandão, digníssimo Promotor Público local que me deu um volume do Código Penal e Legislação Complementar, do Dr. Floriano Aguiar Dias e aconselhou-me tomar os depoimentos, fazer um relato simples e endereçar para a Justiça. Foi o que passei a fazer, sendo que o Delegado em exercício a tudo assinava e assim estava tudo nos conformes. Nunca fiz mais do que isso e trabalhei com todos os Delegados que eram nomeados. Nunca quís ser mais que escrivão, daí trabalhar com todos que politicamente eram nomeados. Eu substituí a Abiezer Rodrigues, que havia substituído a “ZÉ Reis”, fabuloso escrivão do passado. Tenho um grande arrependimento de não ter conservado comigo, um grande livro, preto, com os registros de todas as pessoas que vinham para esta cidade e a bico de pena, ele registrava, fosse quem fosse. Os coronéis, os trabalhadores todos tinham por obrigação de se registrar na Polícia. Uma coisa neste livro me chamou a atenção é que a maioria dos q eu ali se registraram eram JORNALEIROS e durante muito tempo perturbou-me. Pois não havia notícias de muitos jornais aqui circulando, até que alguém me disse que naquela época, o jornaleiro era o que cumpria jornada de trabalho rústico. Era o trabalhador das fazendas. Mas os doutores advogados, médicos, todos estavam registrados na Polícia. Com as mudanças de Delegados, principalmente com o advento da Polícia de Carreira algum estúpido deu fim ao grande livro de registro de pessoas feitos pela Polícia de Itabuna, já que a Carteira de Identidade. Hoje substitui àquele registro.Mas era histórico, um grande retrato da existência dos nossos desbravadores, operários, comerciantes, etc.Eu me formei inicialmente em CONTABILIDADE e depois fui professor, nomeado pelo Governo Estadual. Fiz vestibular para Estudos Sociais e depois de três anos, recebia minha licenciatura curta, passando a ensinar História, Geografia, Organização Social e Política etc exercia a função de escrivão de polícia e já estava com um pé fora da segurança pública, quando o Dr.Luiz Artur de Carvalho, um Delegado Federal assumiu a nossa Secretaria de Segurança e melhorou os vencimentos da Polícia Civil, daí, disse para os meus botões: por que sair? Animei-me e parti para fazer Direito com a finalidade de fazer a Carreira de Delegado de polícia, o que consegui depois de um penoso concurso, um curso na Academia Nelson Pinto, em Salvador, onde fui o orador oficial da turma de maus de 70 Delegados. Tive a honra de ser o responsável pela recepção ao Cel. Durval de Mattos Santos, Secretário de Segurança, na condição de orador oficial da Turma, que foi contra a minha investida na condição de Delegado Regional de Itabuna, pois ele tinha outro candidato. Ocorre que as lideranças de Itabuna, na época: Calixto Midlej Filho, Manoel Leal, José Soares Pinheiro, Pedro Marques de Sá e outros firmaram posição ao meu lado e antes mesmo de concluir o Curso de Delegado, eu era o Delegado Regional de Itabuna, sendo dois anos após substituído pelo Delegado de Carreira Ezequildes Nunes, a quem depois substituí, mais dois anos e fui nomeado Delegado Titular de Canavieiras, onde permaneci quase dois anos. Convidado pelo Dr. Laranjeira, para instalar a 33 Divisão Regional de Polícia em Teixeira de Freitas, ali permaneci por mais dois anos, sendo convidado por Fernando Gomes, Prefeito de Itabuna para, pela terceira vez assumi a Regional de Itabuna, onde permaneci até a aposentadoria que requeri em 1992.No apagar do meu período de trabalho, depois de trinta e dois anos de trabalho, juntando cinco anos de minha vida na rádio difusão de Itabuna, sofri uma pequena tentativa de ferir minha conduta,com a prisão do carcereiro FRANÇA, que segundo notícia de jornais da Capital, aprendia veículos roubados e os guardava no Complexo Policial e os vendia. O carcereiro que perdeu o cargo, teria se indisposto com um Delegado de Polícia em Eunápolis, sofreu investigação e se deu mal, mas me garantiu que nunca cometeu os deslizes que lhe estavam atribuindo. Maldosamente uma reportagem, que sei de quem partiu, colocou o meu retrato em uma dessas reportagens, onde dizia ser eu o responsável pelo Complexo Polícia e chefe do carcereiro referido. Agradeci aos homens de bem, que existem na Polícia Civil e Secretaria da Segurança Pública e que conheciam o meu trabalho, graças a Deus até hoje reconhecido em meio à Sociedade que me acolheu e que eu tanto respeito.Continuo pobre, mas, tranqüilo. Um dia, em outra publicação, terei o prazer de escrever sobre o trabalho policial que presidi, os bons colegas de trabalho que também não viam os cargos como trampolin para riqueza e que procuravam cumprir a árdua missão com respeito e desprendimento. Nossas vidas estavam entregues à defesa da Sociedade enquanto os nossos soldos, não condiziam com o risco da árdua missão.
NUNCA ATENDI PEDIDOS POLÍTICOS
Pode ser uma inverdade mas não é. Eu tinha o cuidado de me adiantar as solicitações para soltar este ou aquele, detido, já que nunca entendi porque certas autoridades gostam de criar trabalho, trancafiando quem cometeu pequenos deslizes, abarrotando as celas e esperando um pedido político para posteriormente conseguir algum benefício.
SOCIEDADE E SEGURANÇA
Me dediquei, nas reuniões que procedia ou participava com o meu grupo civil e os militares, no sentido de fazer entender que o numero de policiais que tínhamos, era pequeno e que por isso deveríamos contar com ajuda da Sociedade e explicava como via a participação. Mas, sempre notei que cada um gosta de vender seu produto por bom preço e pára isso, necessitam mostrar que é um trabalho perigoso e que depende de muita especialização etc etc.Hoje, a bandidagem supera os nossos meios de combate e é uma vergonha o noticiário policial-nacional. Cheguei ao ponto de sugerir que nos fossem tirados alguns direitos, para que se combatesse a vagabundagem e o crime.Em todas as oportunidades que tive, e bati palmas ao Ilustre Secretário de Segurança Pública, Cel. Durval de Matos Santos, quando incentivou a nomeação do INSPETOR DE QUARTEIRÃO, um tipo de envolvimento da Sociedade na Segurança Pública. escolhendo-se homens de bem que não dependam de gorjêtas e que assumam o compromisso de zelar pela Sociedade, independente de perceber numerário do Estado, más que, ajudassem a manter a Polícia informada de todos atos criminosos ocorridos em seu quarteirão. Inclusive, podendo ter dois ou três informantes no mesmo quarteirão. Estas pessoas de ambos os sexos, manteriam o serviço de informação policial à par de tudo. Identificado apenas por um número, estes colaboradores policiais teriam seus nomes em segredo e só em casos especiais receberiam condecorações. Todo bandido, menor ou não tinham a Sociedade inteira como os olhos da Polícia e se esta ao ser informada aparecesse e tomasse as providenciais, todos estaríamos seguros.
DEMOCRACIA E ANALFABETISMO
Sou contra o ir e vir para quem não está preparado a gozar deste beneficio ; sou contra a falta de horário para o repouso, evitando-se a vagabundagem, nos momentos em que repousamos; sou contra a vinda pura e simples de pessoas que nunca viveram no nosso meio social, sem saber ler nem escrever, sem ter cuidado com condições higiênicas que possam trazer doenças para todos. Sou contra o estúpido direito de se dormir nas calçadas, famílias inteiras, porque os Direitos Humanos fecha os olhos, quando a Sociedade deveria, imediatamente providenciar o socorro , através de albergues. Sou contra fechar-se os olhos aos alcoólatras e drogados, que estão no meio das ruas matando-se e transmitindo doenças aos circunstantes, quando deveriam ser forçados a tentar uma recuperação.Que desgraça de democracia é esta, que proíbe cometer-se atanásia e deixa que o miserável assim proceda vagarosamente para provocar a nossa muda sensibilidade. Temos que mexer na nossa Carta Magna, sem paixão em nome primeiro da segurança do individuo; devolver aos pais a condição de educar sem medo os seus filhos, já que “pé de galinha não mata pinto” e é uma ofensa, ensinar-se às crianças que devem denunciar os páis, seja que crime for que eles cometam. Pai e mãe, têm que ser elevados como responsáveis pela formação da Sociedade, estando acima de denuncias menores. Cabe aos Órgãos responsáveis pela Segurança dos Menores, a investigação com segredo de Justiça até que em verdade algum crime esteja sendo perpetrado. Existe um grupo. Ultimamente que vêm agindo escandalosamente em nosso País, criando Ministérios que oneram mais A Pátria e penetram facilmente em todas as áreas de nossas vidas. A visão geral é derrubar o capitalismo com o qual nos acostumamos desde o berço. Até o curso de Organização Social e Política que era ministrado em nossos colégios, fizeram desaparecer, para que o brasileiro, nada aprenda sobre o assunto e delicie-se apenas com a capoeira, o jogo de futebol a excessiva liberdade feminina e ultimamente com a expansão desvairada dos TÓXICOS, com gastos espetaculares e perdas de muitas vidas. Estamos caminhando rapidamente para o buraco sem fundo e somente Deus que temos no coração poderá iluminar algum cérebro. genuinamente brasileiro, para dar outro GRITO DO IPIRANGA Temos que abrir mão de muitos direitos, abandonar o sofá, mandar às favas certas regalias, e só assim mudaremos certas Leis e garantiremos nossa subsistência. Não é possível que a Nação assista passivamente a insegurança que o nosso País está submetido. Ninguém está seguro e se não há segurança, nada mais persiste.
oficialmente. Participei de muitos atos políticos partidários, atos públicos em favor do cacau, atos religiosos de muito fervor; estive ao lado e marchei com José Soares Pinheiro, Nestor Passos, Dirceu e Adélcio Benício, Washington Setenta e Weldon Setenta, Otonni Silva, jornalista de alta categoria, Mario Padre, Valdelice Pinheiro, Poetisa e política lutadora pelas coisas da Terra; Plínio de Almeida”Grapiuna” de origem Santamarense, Dona Professora Amélia Amado, responsável pela grande luta de trazer para Itabuna, os primeiros Cursos Superiores, aproveitando-se do prestígio de seu idolatrado esposo Doutor Gileno Amado, que na verdade tinha prestigio junto a todos os Governadores de sua época, chegando até ser nomeado certa feita Secretário Sem Pasta. Estes homens e mulheres nos empolgavam com seus discursos de conteúdo, com frases que lembravam os grandes nomes da cultura brasileira, Ruy Barbosa, Castro Alves, Monteiro Lobato e um punhado de grandes brasileiros que deixaram marcas indeléveis em nossas lembranças, pelo patriotismo que deixaram para toda a posteridade. Respeitei toda e qualquer oposição da época, mesmo criticando-a, apresentando meus pontos de vistas que não eram só meus e sim do grupo que eu assistia e entendia, e que apresentava a melhor ordem para o nosso povo, o futuro grandioso que esperávamos. Em verdade, a filosofia política do grupo que abracei, não foi muito feliz em várias oportunidades, pois a oposição sempre abraçada com as chamadas “Forças Populares”, conseguia através de frases de efeito de cunho populistas angariar a maioria dos votos da gente simples que, inclusive acatava usar contra a classe média e rica, a pecha de inimigos dos pobres, ganhando ressonância que sempre levava a oposição ao Poder do Município, para muito pouco realizar. Os dias atuais provam isto. Mas, nascemos para ser o Centro desta Região e sempre tivemos que lutar contrariando interesses de outros políticos de outra cidade e mantivemos o prestígio que naturalmente nos foi dado.Quando da nossa Independência em 1910, dois anos antes do nascimento do grande escritor Jorge Amado, que em conseqüência é itabunense também, não obstante ter vivido sua juventude na vizinha cidade de Ilhéus da qual Itabuna desligou-se para ser a potência econômica regional que é. Jorge Amado viveu Ilhéus no apogeu do cacau, conheceu melhor do que ninguém a vida ativa das grandes propriedades produtoras de cacau, a vida que levavam os Coronéis de patentes compradas do Exercito brasileiro que vendia patentes para comprar armas e materiais bélicos e esta forma de vender patentes, naquele período nos garantiu a existência desta Força que une todo País, respeitando e fazendo respeitar nossa fronteiras e Autoridades Constituídas.
\Jorge Amado, o itabunense que vivia em Ilhéus, na época conhecida como a cidade mais importante do cacau, se relacionou com várias culturas que aqui chegava para tentar a sorte, e foram muitos Sírios Libaneses, Árabes, Italianos, Franceses, todos atraídos pelos frutos de ouro, cuja propaganda de lavoura riquíssima corria mundo. Jorge Amado viveu este tempo e conheceu cultos e analfabetos, ouviu estórias e criou histórias que o mundo conhece, através de mais de trinta e seis línguas, ao que se diz. O bairrismo da época fazia com que muitos como ele se declarassem filhos de Ilhéus que era o grande centro, enquanto sua Terra Natal-Itabuna, ainda perseguia as veredas do progresso que um dia alcançaria, como alcançou. Daí, em seus livros Jorge Amado ter falado muito pouco da terra na qual nasceu, já que as Histórias que poderia lançar mão, era da Sociedade Ilheense, de alta mistura, desde o caboclo que assim como os SERGIPANOS, (permita-me usar de letras maiúsculas para dizer da grande importância desses nossos brasileiros que aqui viveram a saga do cacau. Nenhum outro povo teria a coragem o destemor e a certeza do sucesso da nosso lavoura, sustentáculo perpétuo desta grande Região) até muitos doutores do sul do País e estrangeiros, formaram a Nação Cacau. Mas tudo isto o itabunense já sabe, seria infadonho de minha parte, repetir o brilho de tantos outros escritores que falam de nossa Terra. Ao completarmos Cem Anos de independência, achei por bem de contar nestas linhas fatos e pessoas que passaram por nós, viveram e deixaram rastros neste chão e não quero preocupar-me com os já enumerados doutores e grandes políticos e sim de muitos populares que preencheram certos vazios da vida itabunense. Quando queremos saber das primeiras civilizações do mundo que conhecemos, temos dificuldade devido o longo período em que tais civilizações chegaram a deixar marcas de sua passagem, mas de Itabuna, podemos colher um punhado de informações, através das estórias de pessoas que ainda hoje estão entre nós e que se não presenciaram muitos fatos, ouviram de seus pais e afins que viveram ou souberam por ouvir dizer. Como testemunho dos últimos cinqüenta e cinco anos conto que pela primeira vez que vi a cidade dos meus filhos, minha mulher, meus netos e meus bisnetos, foi no dia dezoito de dezembro de mil novecentos e cinqüenta e cinco, ao saltar na gare da estrada de ferro que servia parte desta Região e que infelizmente o Movimento Revolucionário de 1964, resolveu acabar com a alegação de que dava prejuízo. O trem que saía de Ilhéus e chegava até POIRÍ, defronte de Ubaitaba, Passava antes por várias localidades como Castelo Novo, Aritaguá, Sambaituba, Urucutuca Banco do Pedro, Mutuns e Boa Lembrança; Rio do Braço, Itabuna, Pirangi (Itajuípe) Uruçuca e finalmente Poirí, hoje, Aurelino Leal. A estrada de Ferro teria sido projetada para seguir até Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, mas não sabemos porque cargas dágua não foi adeante. Alguns comentam que nossa Região não tem costume de votar nos candidatos daqui e que por isso nunca conseguimos ter uma bancada de deputados, quer estadual, quer federal e por isso tais grandes obras nunca foram realizadas e outras regiões se locupletam com os votos do nosso povo que tem um costume muito antigo de votar no candidato que o patrão, fazendeiro, indica, aponta, e como quase todos que aqui vivem, viemos de outras plagas, daí esquecermos que vivemos aqui e votamos nos candidatos de outros lugares, de onde viemos ou que alguém desses outros lugares nos pedem muito carinhosamente , daí ainda arranjamos outros votos e satisfazemos os pedidos de amigos de outras Terras e esquecemos de nós. Faltou-nos liderança política para que não se acabasse o grande meio de comunicação barata que tínhamos que era a estrada de ferro, que ao contrário de acabar, deveria multiplicar-se, atingindo outras cidades da nossa proveitosa zona do cacau de onde muitos vieram tirar proveitos até hoje O Senhor General Juarez Távora, foi o Ministro dos Transportes que ordenou a retirada dos trilhos da nossa estrada de Ferro Ilhéus Conquista e ganhou um presente de Itabuna, no bairro São Caetano existe uma rua que tem o seu nome. Por certo uma homenagem por ele ter acabado com o meio de transporte barato que possuíamos. Enquanto o General Mario Andreazza que brigou com os políticos de Minas Gerais e passou a ser criticado insistiu e construiu a BR-101 que nos trás grande progresso. Este não mereceu os cuidados que o Juarez Távora conseguiu. Um dia ainda prestigiaremos o Cel. Mário Andreazza, por nos ter dado este instrumento importante que é a BR 101. Assim como um dia teremos a Estrada norte –sul, o novo porto e um aeroporto internacional, que há dois anos o nosso eminente Presidente da República anunciou, numa pomposa festa na cidade de Ilhéus; ultimamente assinou uma ordem de serviço para inicio dos trabalhos que segundo um outro político disse através da televisão de que nem projeto aprovado existe, como poderia ter inicio as obras? Mas estamos num ano político e tudo é válido. Alias os bravos sergipanos que criaram esta grande economia do cacau, eram pessoas simples, muito nem conheciam o alfabeto e nesta área do conhecimento humano, eram ludibriados com as promessas incomensuráveis e até hoje dá pra sentir que o que possuímos, pelo tempo que existimos, se analisarmos com carinho veremos que o pouco que o Estado faz por nós é insignificante pelo quanto já o sustentamos, durante longo período com a renda do cacau que em certa oportunidade respondia por 65% das despesas do Estado da Bahia, que sempre teve uma Capital de luxo, da rua Chile, tudo imitando o viver francês daquela época, idos de 1940. Hoje, mendigamos e não somos atendidos na conclusão de um Teatro e um Centro de Convenções, necessários para atração turística e grandes eventos. Um dia um homem de visão, quando a nossa renda do cacau era alta, eleito deputado federal, tentou criar o Estado de Santa Cruz, nos separando da Capital do Estado de altos gastos e pouco sentimento. Tivemos muita oposição por causa do sentimento de ser baiano, mas não fomos ajudados quando da infestação da Vassoura de Bruxas, nas nossas plantações que desempregou nossos irmãos que cuidavam da nossa produção até então de prestígio mundial. Naquela época tínhamos condições de sucesso. Hoje, de cuia na mão, só nos resta a humilhação. Tudo porque não acertamos e só votamos em pessoas de fora da nossa área que conseqüentemente aprovam outros projetos que não o nosso. Nos chamam até de tabaréus. Que chamávamos quem não entendia nada e seguia a vida pelas cabeças dos outros. Esta é uma pagina triste de nossa vida política, irrecuperável. Deus há de nos dá juízo para que acertemos nas próximas vezes. É questão de tempo e como o grande Senador e Governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães pregava: “O erro de um dia, representa o atraso de quatro anos” temos que tirar o chapéu àquela figura importante que tanto nos governou e cujas obras deixadas aqui, marcam o seu dinamismo que sempre representou no Governo do Estado. A intenção deste pequeno histórico é deixar para a posteridade, nomes de populares que passaram nesta Terra e deixaram marcas. Fatos que são do conhecimento de muitos que estão desaparecendo e conseqüentemente desaparecerão, já que não constam dos anais oficiais. O que o povo guardou de longos tempos passados, glosaram com atos de vários coronéis que tinham dinheiro, tinham até sabedoria, mas não eram cultos, capazes de acompanharem o desenvolvimento de então.. Louve-se que eram na sua maioria homens simples, de poucas letras, como dizemos, más preocupavam-se com o futuro dos filhos e por isso quase todos fizeram questão de que seus descendentes fossem formados, doutores, professores, pois não admitiam que filhos de coronel não tivessem um anel no dedo. Cometeram o erro de não influenciarem nos seus filhos, que se doutorassem para o cultivo da terra, a fim de que os pudessem substituí-los na velhice com muito mais competência, administrando a grande riqueza que souberam com muito sacrifício formarem no umbérrimo seio das terras
desta Região bendita. Ocorre que de onde provinham os nossos desbravadores, a admiração recaía sobre o doutor advogado, por isso quase todos formaram-se em Direito e a quantidade foi tão grande que um celeiro destes honrados profissionais se criou por aqui, sendo que muitos chamados “caxixeiros”, desonraram o juramento que fizeram quando da diplomação e enveredaram pelo lado criminoso, com conhecimento de causa, alguns até levando de roldão homens honestos a cometerem crimes, com a assistência de que tinha obrigação de orienta-los para o bem da convivência honesta e pacífica. É daí que se alastra em toda Região, o sindicato do crime. Qualquer autoridade policial nomeada para servir em várias cidades, tinham que compartilhar com os erros dos chamados coronéis, que davam as cartas e mantinham sob seu jugo a tantos que não rezavam em suas cartilhas. Que desde o início da implantação das nossas roças de cacau, havia violência, quebra de direito alheio, todos sabemos que sim; dos contratos que só davam direito ao patrão e quando chegava ao fim o trabalhador era convidado e receber o dinheiro dependurado na boca de uma espingarda, ou por muitas das vezes, recebia o dinheiro e era expulso da fazenda imediatamente, sendo que na estrada era assaltado e perdia a quantia recebida que tornava ao bolso do patrão, tudo isso se sabe, porque foram muitos que se queixaram, quando não eram mortos e sepultados debaixo dos cacaueiros. Ocorre que a nova violência com o apoio do doutor advogado foi mais cruel ainda, porque na maioria dos casos, as vítimas se sentiam amparadas pelo que tinham de direito e terminavam coitados feridos duas vezes, na sua confiança no direito que sabia ter e na astúcia do homem formado a quem era depositada toda confiança. Autoridades Policiais, em campo tão minado não tinham condições de mudar o rumo que antes mesmo da existência da Força Pública, políticos, compadres de prestigio na Capital resolviam tudo a contento, merecendo então os votos necessários para conseguirem alcançar altos postos. O desespero do homem simples, mas forte e viril, com pequeno esclarecimento do direito que tinha, fez surgir o pistoleiro vingador que aceitava qualquer quantia ou um bornal de alimentos para permanecer de tocaia e matar alguns coronéis que matara para ficar com os bens(roças) do trabalhador ou então através de certa sagacidade, simplesmente lhe tomava a mulher, ou filha que o agradasse em formosura.
O surgimento de corajosos que assustavam alguns coronéis, os obrigou a criar segurança particular e os componentes desta segurança, agiam com violência contra muita gente simples, quer na Zona Rural, que nos pequenos vilarejos. Pau Brasil é testemunha da morte de três Delegados de Polícia, profissionais que não concordavam em ser serviçais de coronéis maldosos e violentos. Muitos dos que tinham o dever de defender a Lei, por covardia ou por merecer receber um simples pedaço de terra para também plantar e ser um pequeno produtor, para compensar o miserável soldo que recebiam do Estado, deixavam de amparar os menos aquinhoados pela sorte e fechavam os olhos às barbáries.Para evitar processos que possam ser requeridos por parentes de alguns personagens que queremos lembrar, contaremos o fato sem mencionar o santo, mas, muitos que ainda vivem sabem e podem contar a outrem, desta maneira, tais fatos não serão esquecidos e servirão de exemplo a futuras gerações, Os erros que cometermos, carecem de perdão porque como sabemos muitas das estórias, com ao passar do tempo, podem ser manchadas como o velho retrato na parede, carece de retoques . Mas, preocupei-me depois de ouvir vários que tomaram conhecimento de uma forma ou de outra, em preservar ao máximo, o conteúdo. Conhecemos a cidade e pouco sabemos do seu povo. Muitos que ajudaram a construir o progresso destes CEM ANOS, eram pessoas simples que deram tudo de si, que foram empolgados em saber que poderiam como puderam dar aos seus filhos e netos uma Terra melhor de se viver. Queria me lembrar de tantos Pedreiros, Carpinas, mecânicos, pintores, chapistas, ferreiros , administrador rural, vaqueiros, empreiteiros, alfaiates, cabelereiros, costureiras, empregadas domésticas etc. Daí, como não podemos lembrar de todos, escolhemos alguns que conhecemos e vamos assim homenagear, esperando que o leitor julgue que efetivamente os mencionados mereceram esta homenagem. Muitos serão injustiçados porque, por maior que seja o esforço, vivemos em uma parte da cidade e outras partes que também tiveram pessoas que poderiam ser homenageadas
Infelizmente serão esquecidas. Procurarei, nesta homenagem que fazemos ao nosso centenário, lembrar de uma pessoa, popular muito conhecida de todos nós , dona OTACIANA PINTO, mulher caridosa por todos os títulos, foi responsável pelos partos de tantos que aqui nasceram até meados de 1960 ou talvez mais adiante. Parteira competente, seu nome é uma bandeira
Humana que talvez tenha sido responsável por um grande numero de partos aqui.. Quase todos temos uma palavra de agradecimento à referida senhora. Outras parteiras menos conhecidas mais de grande valor como DETE PARTEIRA, morava na Mangabinha mas atendia em toda cidade. Teve prática em hospitais de Salvador e aqui honrou o seu trabalho fazendo vir ao mundo por suas mãos, vários itabunenses. Outra que posso mencionar porque a conheci foi dona APOLÕNIA, vinda da zona rural, residia na rua Berilo Guimarães e não se furtava em prestar a caridade de socorrer as mulheres nos momentos mais lindos da vida. Acreditamos que com estas menções homenageamos estas benditas mulheres que nem só os menos favorecidos pela sorte, mas também às senhoras que não queriam expor-se ao médico parteiro, tinham vergonha de Médico, ou as vezes, o próprio marido, naqueles tempos, preferiam às parteiras aos profissionais da medicina. Depois de homenagear as parteiras que trouxeram com a ajuda de Deus muitos itabunenses ao mundo, devemos lembrar vários profissionais médicos como o Dr. Oscar Jesuíno, Dr. João Monteiro, Dr. Jonh Lehy, Dr. Benedito Wenceslau , Dr. Antonio Fontana, Dr. José Pinto Dr. Brim, Dr. Corbiniano Freire , Dr. Mário Peixoto,etc que atendiam a classe mais abastada. Os itabunenses depois de vir ao mundo, eram cuidados por esses esculápios e pelas Parteiras aqui mencionadas e tantas outras anônimas que me parecem apontadas pelo Divino Espírito Santo, para assistirem o nascer de mais uma vida. Assim como os Profetas,foram humanos com visões ampliadas pelo Sagrado, estas bondosas mulheres, devem ter recebido a graça de servir a tantas outras para que o Projeto Divino pudesse ser realizado. Mas, depois de nascer e tomar consciência, o itabunense carecia de instrução e nesta área importantíssima da vida é que lembramos aqui a primeira professora que muitos se esqueceram de mencionar em algum comentário sobre o nosso povo. Permitam-me com todas as honras que possam existir lembrar de Dona RUTE GRAVATÁ que lecionou na Burundanga, uma das ruas movimentadas antes mesmo da nossa independência. Infelizmente não conhecemos maiores informações da referida professora, mas, sabemos ser grapíuna, provavelmente oriunda do vizinho e amigo Estado de Sergipe, pois, quem custeava a escola , desde a fundação era o Sergipano José Henrique Alves dos Reis, fortíssimo fazendeiro, que depois de bem estabelecido aqui, mandou buscar vários parentes sergipanos que só nos trouxeram benefícios. José Henrique Alves dos Reis era homem de visão e nunca se furtou em ajudar, reunir outros fazendeiros, sempre perseguindo o sucesso da nossa antiga TABOCAs, como era chamada nossa cidade, então Vila do Município de Ilhéus. È bom que se comente que José Firmino Alves, era independente nas suas resoluções, daí, existirem entre ele e José Henrique Alves, muitas discordâncias políticas, o que era natural, pois eram dois gigantes em sabedoria, quer política, quer capitalista e donos de opiniões que achavam convincentes, mas no momento de lutarem pelos nossos interesses, Itabuna estava em primeiro lugar. José Firmino Alves, que nasceu no interior do Município de Ilhéus, depois de sua família ter se firmado na fazenda, onde hoje está instalada a CEPLAC, na Estrada BR-4l5, que tem o nome de Jorge Amado, é o maior exemplo, pela luta que culminou com a nossa Independência.Sua família veio da Chapada dos ìndios, estado de Sergipe, cidade, hoje, chamada de Cristinápolis.Foi ele que garantiu doar quantos terrenos precisassem para instalação dos imóveis que se tornariam públicos, contanto que houvesse a independência do Município. O que este Líder Político pleiteou, conseguiu e o município divisava com Itambé, pois a então Vila de Itororó, hoje cidade com o mesmo nome, Rio do Meio, Firmino Alves, Ibicarai, antes chamada de Palestina, Itapé que antes chamava-se Itauna, Buerarema, antes chamada de Macuco e Jussari, formavam o nosso longo Município. Itabuna que muito lutou para se ver livre do jugo dos coronéis do cacau que viviam em Ilhéus e não aceitavam nossa independência, não criou dificuldade quando outras parcelas interioranas também exigiam independência e daí, foi libertando aos que também pediam independência. Hoje, somos um pequeno município em área, mas, ninguém compra mais cacau do que esta grande cidade.
Outras escolas surgiram com professores e professoras que até hoje, seus nomes permanecem em nossas memórias, sendo que um deles, Everton Alves Chalup, é sempre citado por muitos, do qual foram discípulo. Lourival de Jesus Ferreira, que até tinha prestígio de fiscalizar a sala de aula, quando o professor precisava ausentar-se. Com as desculpas pelas omissões de alguns nomes, não podemos deixar de citar, a professora Otaciana Pinto que não era só parteira e mantinha uma escola nas proximidades da Caixa Dágua; Dona Leonor Pacheco; Dona Lindaura Brandão. É bom lembrar que muitos dos coronéis do cacau preocupavam-se em colocar seus filhos em Colégios internos, na cidade de Ilhéus –Colégio Piedade, por exemplo e outros, com alegação de que a qualidade de ensino já era provado etc etc. Outros ainda preferiam manda-los para a Capital do Estado, onde as crianças só retornavam sempre no final de cada ano.Mas nos idos de 1957 ou antes um pouco, muitos professores da Capital do Estado foram transferidos para Itabuna com a incumbência de se iniciar aqui, os Estudos Superiores valendo aí, a impetuosidade e dinamismo da Professora, Dona Amélia Amado que já nos beneficiava com a escola por ela instalada, Ação Fraternal de Itabuna. Daí para frente, entramos na era real da cultura, com a aparição de tantos outros escritores e professores, lembramos Telmo Padilha, escritor e jornalista, Plínio de Almeida, político, professor, Josué Brandão, político e professor, criador do (CISO), Maria Palma de Andrade, Dona Alda Pacheco Nunes, que teve escola própria, onde depois funcionou o Hospital Santa María Goretti, nascimento do Colégio Estadual de Itabuna, com professores especializados para atenderem ao grande numero de alunos de classe popular, quero lembrar de uma professora com o nome de família, DANTAS, dona da cadeira de Geografia, a quem me submeti a exame especial para concluir o ginásio e posteriormente cursar Contabilidade e ser depois nomeado para a Cadeira de Análise de Balanço. Abria-se assim mais espaço na cultura de Itabuna. Uma curiosidade daqueles tempos: quando inquirido pela professora do que eu entendia de geografia, lhe respondi que sabia tudo e ela retrucou:”eu sei quase tudo!. Ímpeto jovial dos meus vinte e poucos anos. Fui bem, mas devia ser menos prosaico. CURIOSIDADES que consegui com a ajuda de um proprietário de guincho: A mulher mais velha dos idos de 1960, chamava-se dona mocinha e residia no bairro caixa d água que nem sempre abastecia as locomotivas da estrada de ferro que passavam aqui, pois na maioria das vezes, estava seca; A rua do Zinco passou a ter este nome porque chama-se de zinco, o instrumento de trabalho rural, FACÃO, No alto do Cruzeiro que era a entrada da cidade para quem vinha a pés ou montado, ali se achava instalada uma casa comercial que tinha de tudo, inclusive facões, ou zinco, como chamavam os rurícolas. Daí passaram a chamar de rua do Zinco, onde se achavam facões. A rua da Lama era calçada, chamavas-se Rua Sete de Setembro, mas o calçamento só atingia a metade do seu comprimento. Paulo Nunes calçou o resto da avenida, porque construiu o Prédio do Cine Catalunha e da Rádio Difusora. Teria ele recebido com o pagamento de impostos. A rua Sete de setembro deixou de existir e passou a ser chamada Avenida do Cinqüentenário, no Governo de José de Almeida Alcântara quando foi ligada a Rua J.J. Seabra, sendo que alguns prédios foram cortados para se alinharem à largura do Avenida, ocorrendo aí, um desentendimento entre o Prefeito e um proprietário, saindo o prefeito ferido no rosto, que aproveitou-se da situação e fez propaganda política provocando o sentimento popular que lhe reelegeu. Triste sina da nossa principal artéria: tinha o nome de Rua da Lama. Assim que calçaram um pedaço passou a chamar-se Rua Sete de Setembro; Assim que calçou o resto da avenida passou a ser chamada Av. Cinqüentenário agora, fala-se que está sendo reformada para ganhar o nome de ªAvenida do Centenário. rua da jaqueira não havia nenhuma; jaqueira o COENTRO era o local de diversão popular mais visitado no bairro Conceição, trecho conhecido por Abissínia, pois era muito expressiva a quantidade de negros ali residentes. Junto ao local de diversão, havia antes o Cancelão, instalado para cobrança de impostos dos caminhões que passassem ali e fiscalização dos ônibus para que o fiscal verificasse se todos tinham passagens nos ônibus que seguiam para Buerarema, Camacã etc. Além da agencia de ônibus havia um grossa corrente atravessada de um lado ao outro da Av. Buerarema, hoje Hercília Teixeira, para ninguém passar sem autorização.Os bairros de ZIZO, PEDRO JERÕNIMO, SÃO PEDRO, FONSECA, NOVO FONSECA, ALTO DA CONQUISTA , SANTA RITA ou (CARLOS SILVA ANDARAY) todos surgiram devido a influência do SÃO CAETANO, que desenvolveu-se, forçando o surgimento de outras áreas habitadas. É de minha autoria um samba intitulado “EU CANTEI ITABUNA que diz o seguinte: Eu cantei Itabuna para Itabuna me sentir; Itabuna é caprichosa mas o meu canto vai ouvir! Me inspirei na Mangabinha, me entreguei no Conceição, na Praça de Santo Antonio, fiz a primeira canção; Praça Adami era o palco de minhas apresentações, dos saudosos carnavais, das marchinhas e dos lindos cordões; Cantei as tuas belezas tua alma teu rincão, fiz serestas no Berilo e machuquei o coração. Conheci o São Caetano, o ........No final todo poema será exibido.
POLÍTICA COM SERIEDADE
O Prefeito Miguel Moreira, era um daqueles homens que cumpria a palavra e levava a política com muita seriedade, daí, ter comprado com dinheiro do próprio bolso, como dizemos, o grande motor da usina de luz e força para servir a cidade, pois o existente não dava conta do recado e ele, chegou a nos presentear com mais energia elétrica, o que muito influenciou no nosso desenvolvimento.Em 1958, o cargo maior do município foi almejado por pessoas do seu grupo que teria sofrido algumas rupturas e outros nomes também almejavam o cargo, daí, concorreram, A. Rayol dos Santos, Padre Nestor Passos , José Doares Pinheiro, o Pinheirinho, todos considerados representante da elite política da cidade. José de Almeida Alcântara e MIMIA, proprietário de uma mortuária na cidade e que em muitos casos cedia gratuitamente o caixão quando as pessoas não tinham recurso para comprar o “envelope” pela segunda vez, tentava o mesmo cargo-maior, mas,no andar da carruagem sentiu que José de Almeida Alcântara que fazia grandes passeatas com a participação popular, ganharia, daí, reforçou a campanha de Alcântara, apoiando-ºNão deu outra, Alcântara ganhou as eleições, derrotando os representantes da velha política dos coronéis. No poder, ALCÂNTARA popularizou-se mais ainda, ao ponto de um eleitor lhe pedir o sapato e ele ter dado e ficado de pé no chão em plena rua. Conseguiu apresentar um candidato para lhe substituir e conseguiu vencer tratava-se do engenheiro Feliz Mendonça, que no final do mandato, apresentou Alcântara que elegeu-se novamente, morrendo no exercício do cargo de Prefeito de Itabuna. Seu enterro foi o maior que Itabuna viu, pois a Região inteira, veio lhe prestar homenagem fúnebre. Quando o caixão desceu à sepultura, prestaram-lhe uma homenagem com uma salva de tiros e muitas pessoas menos esclarecidas, começaram a gritar:”estão atirando na gente!!!” Daí, foi um forte corre-corre e muitos saíram feridos. A vitória de Alcântara ofuscou os líderes anteriores chamados de elite política de Itabuna. Nunca mais também se fez política com seriedade. Conseguiu-se gravar na cabeça das pessoas simples de que os ricos só queriam explorar o povo e que nada faziam e o povo correspondia votando nos chamados candidatos populares. Fernando Gomes Oliveira, desfraldou esta bandeira e foi eleito prefeito quatro vezes e três vezes Deputado Federal. Depois o senhor Geraldo Oliveira Simões, funcionário da CEPLAC, líder de partido chamado de esquerda, aderiu também ao populismo, chegando a pintar um jumento com faixas brancas e dizendo que era uma zebra, ganhou, por duas vezes foi Prefeito.
As alegrias de Itabuna
Esta Terra não é triste, pelo contrario aqui tem muita vida, como eu digo em uma das minhas composições: Itabuna cidade que tem muita vida, é nossa Terra querida, centro desta Região. Progressista amiga acolhedora, aqui não se faz escolha recebe-se toda Nação. Itabuna tem juventude sadia, o homem daqui todo dia seu pão consegue ganhar. As mulheres que Deus colocou nesta Terra, carinhosas , sedutoras, são mesmo de arrebentar. Se pegam na mão, faz o corpo estremecer e convidam para a vida pois gostoso é viver.
Uma mulher, bonita de Itabuna, MARIA OLÍVIA REBORÇAS CAVALCANTI, foi eleita MISS BRASIL. A notícia nos deixou cheios de alegria. Era 1962.Quando a nossa MISS chegou no nosso aeroporto, parecia que a cidade inteira lá estava para recepciona-la. Era Itabuna homenageando a sua mais líder mulher, a mulher mais linda do País, brancos, pretos, velhos e novos, todos chorávamos de alegria ao vê-la sobre um carro aberto com o cetro e a corôa, a desfilar pelas ruas da cidade. De cima de uma Kombi, eu e Hercílio Nunes, chorávamos e comentávamos todos os movimentos desde o aeroporto até à Praça Adami, onde ocorreu a recepção maior, com a presença das Autoridades, representantes de entidades, sociais e religiosas além do forte policiamento, grande queima de fogos, tudo para os ouvintes da Rádio Difusora Sul da Bahia e autos falantes em cadeia conosco para transmitir o grande acontecimento, SEMPRE NAS HORAS DE ALEGRIA OU DE TRISTEZA, A Região está presente em Itabuna e a grande massa que compareceu naquele dia, diz da forte liderança que nossa cidade detém. Uma prova que a recíproca é verdadeira, pois Itabuna sempre prestigia qualquer acontecimento das cidades que a cercam. Depois de ouvir os discursos de tantas autoridades. Importante é lembrar que sempre estes fatos que dependiam da descida das autoridades] no nosso aeroporto, a primeira recepção se dava na Mangabinha, pois todo movimento de veículos saídos do aeroporto passava no entroncamento das ruas João Mangabinha Filho e Getúlio Vargas, onde as autoridades sempre pararam em qualquer desfile para receberem os aplausos do povo da Mangabinha.Com Maria Olívia, não foi diferente. Eram vivas, queima de fogos e muito choro. Choravam homens e mulheres, todos felizes por ver uma filha da terra ganhar o título de a mulher mais bela do País. E lá vão quarenta e dois anos que o fato se passou e Itabuna espera outro acontecimento desta ordem. Ficou provado que não tínhamos apenas cacau, mas, também cultura e beleza.
O HEXA CAMPEONATO
Ao completarmos Cem anos, não podemos esquecer estes feitos que dizem bem alto da nossa luta esportiva. Itabuna quando do campeonato amador na Bahia, sempre se destacou com a fibra de seus atletas. E pela sexta vez seguida ganhávamos o campeonato municipal. Outra festa inesquecível foi o retorno dos nossos jogadores que pela sexta vez seguida ganhava o campeonato do interior da Bahia. E quase tivemos uma semana de festas, nos clubes da cidade, principalmente no Itabuna Clube que funcionava na Praça Olinto Leoni, onde hoje está construída a sede do Banco do Brasil. Os nossos componentes da Comissão de Futebol, foram carregados por vários jogadores e introduzidos na festa. FERNANDO BARRETO E CARLITO BARRETO, que todos sabíamos que eram os baluartes econômicos que custeavam a nossa Seleção de futebol,, receberam as devidas homenagens e os atletas, que deixo de mencionar nomes para não esquecer tantos bravos que souberam fazer tremular o nosso pavilhão em cidades outras para nos trazer tamanho título invejado por muitos. Neste dia faltou cerveja na cidade e vários veículos valeram-se de distribuidores de Ilhéus para de última hora atenderem os que desejavam festejar. Alguns cavaleiros em suas boas montarias, cavalas de raça rara, imitaram os coronéis do cacau do passado e deram banho de cerveja gelada nos animais que montavam e a festa amanheceu o dia com desfile no dia seguinte, porque à noite do dia da vitória foi só para comemorar, com música e dança. A Rádio Difusora Sul da Bahia tendo a frente das transmissões o Dr. Lourival de Jesús Ferreira, transmitiu todas as partidas até a consagração.Itabuna provou por seis(6)vezes consecutiva que era a melhor no futebol interiorano.
ITABUNA POLÍTICA
Todo movimento político desta Região sempre contou com a presença e o prestígio de Itabuna. |Possuíamos, nos idos de 1955 a 1980, um punhado de homens que gostavam de participar dos acontecimentos da Região, posso citar José Soares Pinheiro, o Pinheirinho e depois em menor escala seu irmão Antonio Soares Pinheiro “Tote”. Adelcio Benício, Washington e Weldon Setenta, Nestor Passos da Silva, grande tribuno, Chiquito Ribeiro, Dirceu Benício, Paulo Nunes, eleito Deputado Estadual duas vezes, Gervásio José dos Santos, advogado e bom tribuno, Dr. Ubaldino Brandão A. Rayol dos Santos, jovens estudantes que participavam da vida política da cidade, comparecendo aos movimentos que diziam respeito à nossa Região. Em todas as oportunidades que Ilhéus precisou do nosso apoio para construção da Ponte Lomanto Junior, lá estava Itabuna desfraldando a bandeira; quando Ilhéus precisou de fazer campanha em favor do novo porto de atracação na fim da avenida Soares Lopes, próximo ao Malhado, lá estávamos no meio da rua a gritar pelo progresso da Região, o porto sempre também nos interessou. Mas sempre tem alguma autoridade que não reza no mesmo caticismo e]foi assim que para atender os interesses de Ilhéus, um certo político meu colega de rádio na Cultura de Ilhéus, quando resolveu melhorar a operacionalidade do aeroporto de Ilhéus se esqueceu que o progresso de Itabuna também reclamava a presença do avião. Com as desculpas de que uma Portaria da Aeronaltica não permitia que o jato descesse a menos de cem kilômetros de um aeroporto para o outro, nos levaram também os aviões bimotores que tanto nos serviam e não eram jatos. Não se fez nada em favor de Itabuna, com a outra desculpa que eram somente trinta kilômetros a distancia entre uma e outra cidade, mas, nunca disseram que a estrada é cheia de curvas e as vezes está apinhada de veículos que dificultam a ultrapassagem, e se a necessidade da viagem for para conduzir um doente, a situação fica mais grave ainda. Ninguém viu o nosso problema. Temos a melhor pista e maior duzentos metros ao que estou informado; não temos nenhum obstáculo que dificulte o vôo, Aviões de 50 ou 60 lugares poderiam estar atendendo nossos médicos, nossos empresários que não podem perder tempo e precisa do transporte aéreo. Depois é Itabuna que é o centro e fica mais perto para as cidades circunvizinhas, Itajuípe, Ubaitaba, Buerarema, Camacan, que, com o novo aeroporto nas proximidades da Lagoa Encantada para servir aos empresários de Itacaré, ao que se anuncia, ficam amais prejudicadas. E ninguém vem reclamando, ninguém sabe porque, quais os interesses que estão em jogo. Se vamos ter um aeroporto internacional, parabéns. Mas não nos faltem com a aviação doméstica tão necessária e Itabuna, precisa, merece, como as grandes cidade de Minas Gerais e Goiás. Me perdoe mas me parece que está faltando homens, já que os mencionados aqui que brigavam pela nossa cidade e pelo preço do cacau, chegando a queimar cacau na praça pública, morreram. Acredito que uma nova leva de jovens que amam a terra, estejam preparando-se para preencher esta lacuna que o nosso progresso está a reclamar. Minha cidade centenária. Você com as companhias aéreas, Varing, Vasp, Cruzeiro, Real e Nacional ,nos ligava a todas as cidades do extremo sul da Bahia e as cidades do norte de Minas Gerais. Tiámos aviões todos os dias pela manhã, para o Rio de janeiro, Salvador etc. e à tarde estes aviões passavam de volta. Já nos bastou a retirada da estrada de ferro que passava aqui e nos ligava a Poiri-hoje Aurelino Leal e Ubaitaba, Uruçuca, Itajuípe, Rio do Braço, Mutuns, Boa Lembrança, Banco do Pedro, Urucutuca, Sambaituba, Aritagua, Castelo Novo e Ilhéus. Nossa população de parcos recursos, valia-se da estrada de ferro para conduzirem suas mercadorias e feiras que vinham fazer em Itabuna, fortalecendo o nosso comércio.. Quando da luta pela instalação da Universidade de Santa Cruz, lá estava Itabuna de braços dados com Ilhéus e juntou suas duas faculdades, a de Filosofia e de Economia e criou-se o que veio a ser Universidade de Santa Cruz, mas teve que ser instalada no município de Ilhéus. A Ceplac, teve que ser instalada no município de Ilhéus (CEPEC) além do escritório no centro da cidade. Ilhéus precisa participar mais um pouquinho em favor dos nossos problemas, já que tento fizemos até então. Uma Escola do Governo Federal que o presidente prometeu instalar nas cidades, pólo, está sendo construída dentro do município de Ilhéus quando Itabuna é que é a CIDADE POLO. Mas Itabuna não sabe votar e vota em deputado federal de Ilhéus. Desperta minha cidade, devemos caminhar juntos com Ilhéus, não só na iniciativa privada, más na busca das verbas públicas para atender a tantas das nossas necessidades em saneamento público, na construção da barragem para solução do serviço de água para mais vinte anos e na pavimentação de todas as nossas vias, pois não se admite mais ruas sem calçamento ou pavimentação asfáltica.
RELIGIÃO CENTENÁRIA
A nossa Religião Católica, nestes Cem anos, soube conduzir seus simpatizantes e crentes em Jesus, mantendo-se serena na crença certa de que o Criador ouve os nossos pleitos. Desde o inicio de nossa independência, o catolicismo, nos serve de base religiosa. Tínhamos a Igreja do nosso Padroeiro São José, no centro da cidade, nas proximidades da Praça Dr. Olinto Leoni, primeiro INTENDENTE, de Itabuna, cargo que equivalia, hoje, ao Prefeito, a Igreja desmoronou-se, fisicamente, dali da Praça Olinto Leoni, daí, uma mulher muito forte, Dona SENHORA, resolveu, com a ajuda de várias Senhoras de Caridade, construir outra Igreja, o que fez, pedindo sacos de cacau de vários fazendeiros, conseguiu construir a grande Catedral de São José, na Praça que hoje tem o sem nome SENHORA, LAURA CONCEIÇÃO, ou Dona SENHORA, como era carinhosamente chamada em vida. São tantas as pessoas caritativas de Itabuna que é difícil enumera-las, conhecemos A Dr. VANDA, advogada e dona de uma creche que atende a menores de ambos os sexos, ela é Presidente da Associação Umbandista de Itabuna e consegue reunir as pessoas que praticam a umbanda em nossa terra. É gente que não pode ser esquecida. Professora Dalavani,, religiosa católica que tem um carinho muito grande pela obra da professora Dona AMÈLIA AMADO, uma das maiores benéficas de nossa cidade, desde muito cedo criou a grande escola Itabunense, Só ela e o professor JOSUÉ BRANDÃO de porta em porta, pedindo recibos de energia elétrica que teriam que ser devolvido certa quantidade de crédito, e como era pouco para cada um e o pouco com Deus é muito conseguiu juntar muitos destes recibos de luz, captou o dinheiro e construiu, o CISO( Centro de Integração Social), quem o conheceu sabe da grande alma que ele possuía, foi vereador várias vezes e tinha sua fé, no filho do Deus Vivo, inarredável. Faz falta na comemoração do nosso Centenário. Bionor Rebouças Brandão, tem que ser lembrado, pelo enorme serviço que prestou e seu filho César Brandão continua atendendo pessoas de classe econômica que deixa muito a desejar. Carregou e seu filho carrega uma pesada cruz. As Senhoras de Caridade de Itabuna que fundaram e mantém o Abrigo São Francisco de Assis, não podemos esquecer que antes, o genitor do Dr. Adélcio Benício, fundou um albergue que muito atendeu no princípio da nossa independência a muitos necessitados, de preferência pessoas idosas que não tinham amparo e naquela oportunidade eram mantidas as despesas pelo próprio fazendeiro já que o Governo não tinha verba para isso. Foi um gesto que só Deus pagará a tão nobre coração. Quantas pessoas idosas foram atendidas, num tempo em que a miséria rolava solta e o Governo não tinha nenhuma intenção em amparar tais pessoas. Nestes Cem, anos, obrigado MARIA ALICE ARAÚJO PEREIRA, combatida politicamente, mas de um coração que só quem a conhece pode avaliar.Injuriada por alguns que não sabem do seu labor, é uma das mais caridosas que eu conheço, seu marido o português- brasileiro, é uma pessoa de uma paciência fora do comum e se orgulha de ser brasileiro, diz abertamente. Professora D. Alda Pacheco Nunes, que teve escola particular e apoiou tantas crianças que não podiam pagar, seguiu a mesma estrada da senhora sua mãe dona LEONOR PACHECO, uma das grandes professoras que educaram a geração presente. Professor Ewerton Chalup. Do mestre que construiu a pirâmide do saber de muitos itabunenses que não o esqueceram. Meus respeitos.
ITABUNA JÓIA RARA
Há passos largos Itabuna segue em frente
Marchando firme para o bem de sua gente
Acreditamos no futura da cidade
Daí amarmos esta Terra de verdade
Ser grapiuna e ter um gosto especial
Pelo progresso com respeito ao natural
És testemunhas de todos nossos labores
Mereces flores ó Rainha do Cacau
Vasculhando os teus lindos anais
Deparamos com histórias dos desbravadores lindas demais
Em que homens e mulheres criaram
Com a mãe natureza a nossa riqueza viveram e se amaram
Foram firmes em grande decisão
De plantarem a semente que nasceu pra ser centro da Região
Uma mãe que aos filhos ampara
És a jóia mais rara que brotou deste chão
NOVOS TEMPOS
Quem vê Itabuna, agora
Afirma comigo que ela mudou
Asfalto a tudo domina
Edifícios bem altos e a paz do Senhor=vem vê
Mulheres que a ornamentam
Branquinhas , mulatas queimadas do sol
Não deve nem pode negar
Que viver nesta Terra de Deus é melhor
O Centro Industrial ta aí
E o povo trabalhando
CEPLAC a lavoura, sempre renovando
Os homens do CNPC em assembléia geral
Representam a voz do cacau.
È ITABUNA
Itabuna, Itabuna é que é
Um pedaço da minha vida
Motivo da minha fé
Lembrança da minha infanc ia querida
Se estou distante de ti
Meu ser de ti não esquece
Teu povo e tudo de ti
São partes da minha prece
Sou feliz assim, sei gostar de ti
Sou amante que não esquece o ninho
Não conheço a dor, sei ti ter amor
Eu não vivo sem o teu carinho
Sou feliz assim sei gostar de ti
Sou amante de tua bandeira
Não conheço a dor, sei ti ter amor
Pedacinho da Terra brasileira
FORMOSA ITABUNA
Quando ti vejo ó formosa Itabuna
Compreendo que meus versos nem chegam a falar de ti
E la do alto admiro tua beleza
Vendo assim que a natureza nunca vai sair daqui
O Cachoeira namorando-te de perto
Em suas águas refletindo um céu azul
Vai espalhando por este Brasil afora
A fortuna e a beleza que nasceram aqui no sul
E o meu peito que do teu amor é feito
Vence mesmo algum despeito ao falar mais do que tu
MAJESTADE DO CACAU
Itabuna cidade feliz
Repleta de belezas mil
Meu coração é quem diz
O que há no teu céu cor de anil
Contemplando o teu progresso
Majestade do Cacau
Não penso no meu regresso
Se nada aqui me faz mal
Sonhando os sonhos teus
Eu beberei do teu mel
Terra querida de Deus
Hei de ser teu leal menestrel
ITABUNA MEU LINDO TESOURO
Itabuna, meu lindo tesouro
Com teus frutos de ouro, tens um lindo porvir
Ti amamos ó Terra querida
Que nos faz linda a vida com o teu existir
És um berço de fortes guerreiros
E tens nos cacaueiros tua fonte de luz
Os teus filhos bem cedo aprenderam
Palmilhar esta Terra com a força da cruz
És dadivosa que abraça toda gente
És o elo da corrente que forma esta Região
És bem fraterna fruto dos desbravadores
Que não sentiram temores e ti amaram meu rincão
A natureza ti fez este cantinho
Uma caixa com carinho
Fechando-te com duas chaves
Uma entregou ao Deus onipotente
A outra, inteligentemente
A José Firmino Alves
HINO DE ITABUNA (não concorreu)
Itabuna, cidade fraterna
Nasceste bem cheia de luz
O teu povo é a tua lanterna
Espelhada na força da cruz
És o elo da grande corrente
E concentras toda Região
Tu abraças com amor toda gente
És o sangue dum só coração
Tua liberdade fez surgir outras cidades
Teus filhos nobres já contaram tua história
Os pioneiros venceram dificuldades
Mas implantaram este Torrão que é uma glória
O Cachoeira ti namora com carinho
A fauna e a flora embelezam teu caminho
No futebol és a hexa-campeã
Um incentivo à juventude do amanhã
Tens Miss Bahia e também Miss Brasil
Um solo fértil e um céu da cor de anil
Dadivosa, progressista sem igual
És brilho forte que alavancas o cacau.
HINO DO CENTENÁRIO
Chegamos ao centenário
Itabuna és o nososo amor sentido
Nossa luta continua
Com a certeza do dever cumprido
O meu Ser de amor se inflama
Esse transforma no teu relicárioO meu peito todo se ufana
Nesta festa do teu centenário
Conquistas-tes procelas difíceis
E na luta ganhas-tes o bastão
Os teus filhos, grandes atífices
Tudo souberam tirar deste chão
São cem anos lado a lado com o cacau
Muita crença no futuro e respeito ao natural
Entrelaçada com toda cidade irmã
Marchas, com passos fortes pra conquistado amanhã.
QUEM ASSIM SE EXPRESSA, DIFICILMENTE ESTÁ MENTINDO. CONCORDAM ?
A DESPORTIVA ITABUNENSE
No espaço onde está construído o Centro de Cultura ADONIAS FILHO, era a Desportiva Itabunense, ou Campo da Desportiva. Ali realizavam-se os grandes embates esportivos; ali realizavam-se desfiles escolares, quando de algumas apresentações.Itabuna possuía um grande público que assistia aos clubes de futebol, JANÍZAROS, FLAMENGO, FLUMINENSE e outros apaixonavam uma platéia desde quando todo o campo era fechado com paredes de zinco.Um cidadão se destacou na construção do muro do stádio com tijolos. Ele fez rifas, listas de colaboradores e conseguiu numerário, aos poucos para que a nossa Praça Esportiva tivesse as condições de tantas outras. Este cidadão era D A N T I N H A S, gerente do Banco Rural, Caixa de Crédito de Itabuna. Era um sergipano de bom humor, inteligente, direito à toda prova, se dava bem com todos, com seu riso crítico, gostava demasiadamente de contar piadas, principalmente de caipiras e chegou a escrever livretos, um deles TROÇAS DA ROÇA, viveu como ninguém os fatos que aconteciam na cidade. DANTINHAS, espirituoso, era criador de contos que agradavam os que liam. Foi DANTINHAS, o responsável pela construção de todo muro que cercava o nosso campo de futebol, a DESPORTIVA, Ao aposentar-se viveu um tempo na Estância Hidro-mineral de Olivença.
HOSPITAL SANTA CRUZ
Em 1907, já estava em funcionamento em Itabuna, o humanitário Hospital, que é obra de grande entendimento de vários homens daquele tempo que sentiram a necessidade de construção daquele nosocômio, já que antes, todo atendimento de pessoas pobres só ocorriam em Ilhéus e eram grandes os sacrifícios para transportar o doente até à sede do Município. Pessoas de melhores condições econômicas reuniram-se e concretizaram o grande sonho. O espírito religioso se fez presente desde a sua fundação e um grupo de freiras passou a assistir aos doentes, após o atendimento médico.Depois da Santa Casa de Misericórdia, muitos dos nossos homens simples, passaram a ter um lugar para recuperação da saúde ou pra viver os seus últimos momentos. Teve o seu nome mudado para Hospital Calixto Midlej Filho, porque este itabunense com o apôio que tinha junto aos políticos na Capital do Estado, do Bloco Político do Dr. An tonio Carlos Magalhães, modernizou e aumento o hospital, transformando suas dependências antigas em apartamentos modernos, sem contudo abandonar as enfermarias, que continuam atendendo as classes mais simples da população, hoje, através do Sistema Único de Saúde (SUS);
Nossa cidade possui ainda os Hospitais MANOEL NOVAES, direcionado ao atendimento da criança, desde o nascimento; Hospital São Lucas, ultimamente também administrado pela Santa Casa de Misericórdia de Itabuna e o grande hospital de Base LUIZ EDUARDO MAGALHÃES, UM TIPO DE HOSPITAL REGIONAL QUE ATENDE A 103 MUNICÍPIOS. Itabuna é quem melhor desenvolve a medicina no interior da Bahia, sendo ultimamente capacitada para realizar intervenção cirúrgica no cérebro e no coração com equipes ligadas ao INCOR de São Paulo. Temos muitas Clínicas particulares que atendem a toda a Região, já que somos também do interior do Estado os maiores prestadores de serviços.
COISAS QUE SE FORAM
Com o baixo nível das águas do Rio Cachoeira, deixamos de ter uma vida aquática admirável, já que o desnível pequeno que existe entre Itabuna e o litoral, vários peixes da água salgada aclimataram-se dentro do nosso rio, daí, tínhamos muitos robalos, muitas carapebas, muitas tainhas, camarões diversos, inclusí0vel o nosso conhecido Calambau, que deve ser uma fusão do pitu de água doce com o grande camarão da água salgada; a maçambé que deve ter sido modificação da piaba marinha. Até siri invadia o nosso rio e aqui permanecia. O acari, é natural de corredeiras, continua entre as pedras e o pitu. Dizem que as tilápias são peixes produzidos em laboratório , e que, na última grande enchente de 1967, fugiram das represas particulares e passaram a reproduzir-se no nosso Rio Cachoeira. A tilápia em cada desova (reprodução), cada uma reproduz cinco mil de cada vez. Trata-se de uma multiplicação formidável. Outros peixes como o Tucumaré, também é coisa nova de 40 anos no nosso rio. Importante se comentar aqui, que os sequeiros que surgiram em nosso rio, com a baixa das águas, também pela construção da barragem de contenção dentro da nossa cidade, nos deram prejuízos nesta área, mas, na Fazenda Primavera, descendo o rio, encontramos os peixes que lamentamos ter desaparecido, e rio acima, principalmente em Itapé, ainda encontramos as maçambés e algumas outras espécies que conseguiram reproduzir-se nos chamados poços, ou peraus. É possível se achar tainhas e robalos em grandes profundidades, longe do perímetro urbano, quer de Itapé e de outras cidades que poluem nosso rio.
NOSSA MARIA FUMAÇA
Perdemos a Estrada de Ferro Ilhéus Conquista, que nos servia tanto! Um estúpido ato do Movimento Revolucionário de 1964, acabou com a nossa estrada de ferro, com a alegação de que dava prejuízo. O Ministro dos Transportes era o Cel. Juarez Távora, a quem homenageamos com uma placa numa rua no bairro São Caetano, en quanto o General MARIO DAVID ANDREAZA, responsável direto pela construção da BR 101, não teve o mesmo cuidado. Andreazza, teve que brigar contra a Bancada de Minas Gerais, no Congresso Nacional, pois o Estado de Minas era contra a nova ligação que poderia prejudicar o movimento incomensurável da BR 116, a conhecida Rio-Bahia que corta todo o Estado e que sempre garantiu a Minas Gerais, grande riqueza. Foi uma grande luta de um homem de palavra e que não via nada em sua frente e provou aos demais colegas de farda, que era importante a ligação para facilitar o deslocamento de tropas militares para o Norte do País. A Ponte Rio-Niteroi é a maior obra, caríssima, mas necessária como está provada. Acostumo elogiar muitas obras do Movimento Revolucionário de 1964, mas o extermínio, puro e simples da nossa Estrada de Ferro, foi um crime cometido contra várias povoações da Região Cacaueira e servir de UM PASSO ATRAZ NO NOSSO DESENVOLVIMENTO. Daí, fiz a composição que abaixo se segue:
DE PAI PARA FILHO
Meu filho queira ouvir esta história
Que o tempo não apaga e dá vontade de chorar
A nossa Região cacaueira
Em riqueza era a primeira
Com progresso e bem estar
Um dia foi colhida de surprêsa
Por um ato impensado
De um grupo sem sentimento
Que subiu à força no Poder
Acabando a estrada de ferro nosso desenvolvimento
Castelo Novo,Aritaguá, Sambaituba
Urucutuca, Banco do Pedro
Mutuns e Boa Lembrança
Rio do Braço a quem o trem tão abem servia
Não esperavam que um dia
Lhes roubassem a esperança
Itabuna se expandi graças ao trem
Antes das duas BRs era o centro natural
A força do seu comercio foi além
Concorrendo com o luxo que tinha na Capital
O porto de Ilhéus era a entrada
Se usava a estrada penetrando a Região
O trem ia até Ubaitaba
Uruçuca, Itajuípe, promovendo a união
De uma economia invejável
Que atraía estrangeiros
Nortistas, gente do Sul
Que aqui fincavam os seus destinos
Enfrentando desatinos
Amando este céu azul.
Ainda a respeito do TREM, tive o cuidado de falar da velha água Preta. Hoje Uruçuca, que tinha o meio ferroviário como a melhor comunicação . Vejam:
URUÇUCA
Você deve conhecer minha Uruçuca
A antiga água Preta de grande recordação
Quando o trem parava na estação
Era grande a correria pra pegar a condução
Que naquele tempo era o transporte
Que passava em Pirangí, Itabuna para Ilhéus
Ficou na história, nossa Maria Fumaça
Que era mesmo uma graça ao fazer grande escarcéu
Com seu apito a cidade despertava
Nossas moças bem vestidas não perdiam tempo não
Os bons rapazes todos bem almofadinhas
Procuravam as bonitinhas que estivessem na estação
As nossas ruas nossas praças dão exemplo
Do que foi este bom tempo que vivi a mocidade
Venham sentir o calor deste meu povo
Que vive um tempo novo e eu morro de saudade.
MATADOURO DE ANIMAIS
Até hoje, nosso município não foi aquinhoado com um moderno matadouro de animais, pois o que tem ainda não diz dos nossos foros de civilização. Nossos administradores do passado não tiveram certos cuidados nesse sentido. Sempre se quis construir um moderno matadouro que servisse as duas cidades Itabuna-Ilhéus, más alguns políticos de Ilhéus ainda com o ranço político do passado contraria os modernos empresários ilheenses e muitos dos benefícios que serviriam às duas cidades, deixam de existir. O matadouro moderno é um dos problemas que ainda não atenderam às nossas expectativas. Até os idos de 1970, produzia um terrível mau-cheiro na então pequena Vila de Ferradas , hoje um dos nossos bairros. Além de produzir o mau-cheiro, os restos das matanças eram simplesmente jogados dentro do nosso Rio Cachoeira. Daí, eu produzir para Martelo e Martelin uma PARÓDIA com a música de Beijinho Doce, que a Adelaide Chiozzo tão bem criou. Dizia assim:
Que coisa mais feia
A de Ferradas
Tem um matador
Com o maior fedor
E o povo não diz nada
Imundice tão grande
Ta pra existir
A coisa da nôjo
A todo vivente que passa ali
Uma grande imundice
Fedor de carniça
E o povo a cheirar
Criança amarela
Que nem na janela
Não pode ficar
Matador de Ferradas
Não existe não é nada
É um grande mandú
É uma casa feia
Onde só passeia o amigo urubú
As tradições da maioria dos nossos administradores oriundos na maioria da zona rural onde é costume o abate de animais sem as condições higiênicas reclamadas pelos novos tempos, não deixavam que outros órgãos ou instituições toassem à frente de tamanha imoralidade e até hoje nos ressentimos de maiores providências.
COMPANHIA VIAÇÃO SUL BAHIANO
Foi a empresa, de transportes coletivos, que servia a toda a Região.Teria sido uma das melhores promoções do Instituto de Cacau da Bahia, mas, ganhou administração própria e tornou-se mais poderosa que o Instituo, a ponto de atrair administradores, com influência política ; servir de cabide de empregos; de fonte eleitoral e de meio para enriquecimento de muita gente. As estradas de Ilheis e Itabuna, Itabuna a Camacan, Itabuna, Coaraci, todas foram abertas a mão de homens, com a picareta, para que as “marinetes” passassem. Os coronéis e suas famílias que tinham dificuldade nos deslocamentos a cavalos e boas éguas, tinham daí para diante um meio de se transportarem, melhores acomodados . Era uma festa quando o transporte coletivo chegava a alcançar certas partes da Região. Muitos doutores, muitos Prefeitos, foram filhos de funcionários da Sulba, principalmente àqueles que estavam na parte administrativa, ganhavam melhor e tinham condições de educarem sua descendentes.Para a população, os administradores da Companhia Viação Sul Bahiano, era um tipo Prefeito, tinha muita condição de ajudar as pessoas, principalmente com passagens gratuitas, para Salvador e cidades distantes. Muitos subordinados foram acusados de usar do prestígio da empresa para enriquecimento. Com as mudanças políticas entendeu-se que era melhor que se vendesse a grande empresa que muito crescia mas não apresentava as rendas devidas. Daí, a empresa Águia Branca, comprou e supriu nossas necessidades de transportes, pois a iniciativa privada, mais uma vez desbancou as iniciativa pública, que na maioria dos casos, quando encontra um condutor honesto, é sempre substituído por um político demagogo que usa do serviço público para conseguir votos para seus chefes. Hoje, não temos falta de meios de transportes terrestres, já que as empresas que aqui servem e são muitas, dão conta do recado. Mas, deixamos de ter um bem que era de todos desta Região.
AEROPORTO TERTULIANO GUEDES DE PINHO
Dentre as coisas que se foram, nenhuma sentimos tanto como o nosso aeroporto. A política de Ilhéus, que sempre achou que tudo deve ser na beira da praia, conseguiu, na oportunidade em que meu colega de rádio, sertanejo Luiz Prisco Viana(não confundir com o outro) que foi eleito Deputado Federal, mas tinha um coração ilheense, manobrou nos órgãos competentes e conseguiu tirar os aviões de Itabuna, para somente descer em Ilhéus, nos deixando sem asas.Ignoro se o projeto foi dele diretamente, ou se do grupo que quer tudo para Ilhéus. Como no Ministério da Aeronáutica existe uma norma que os aviões a jato, não podem descer em aeroportos de menos de CEM quilômetros de distancia um do outro, nós ficamos a ver, os aviões passarem a quilômetros de altura. Podiam ter mantido com outros tipos de aviões, as linhas que serviam a todo estremo sul e o norte de Minas Gerais, saindo e retornando por Itabuna, o que nos dava grande prestígio e éramos conhecidos em todo País, graças a malha aérea que dominávamos. Ilhéus nos tirou os grandes aviões que nos ligávamos ao Rio de Janeiro , São Paulo e Belo Horizonte e deixou que se perdesse, as freguesias que tínhamos anteriormente, com as pequenas cidade da Região: Canavieiras, Belmonte, Porto Seguro, Prado, Caravelas etc., |Nos tirou também o nosso Aéro-Clube que passou a funcionar em Ilhéus, dificultando que os filhos desta nossa cidade aprendesse a profissão de pilotagem. A Política quando quer modifica muita coisa e naquele período que nos tiraram o nosso aeroporto, estávamos politicamente por baixo. Quando era Governador o Dr. Antonio Carlos Magalhães, já de mãos dadas com Fernando Gomes, inaugurou-se a nova pista com mais duzentos metros do que a de Ilhéus, ao que se dizia, tendo um avião da Varing, que foi especialmente mandado para a inauguração, levantado vôo em menos de um quarto da pista, saindo da cabeceira da pista junto a rodovia BR 101 e elevando-se em frente à estação de passageiros, tirando os chapéus dos assistentes e quebrando os guarda chuvas dos que não queriam tomar sol . Foi uma brilhante festa em favor do nosso progresso.Mas aconteceu que com a mudança política no alta escalão, perdemos as asas. Acontece que Ilhéus não conseguiu criar linhas menores que servissem as cidades que dantes Itabuna servia. Vale aqui àquele velho ditado, “não brinca, nem deixa a gente brincar”. Sempre houve medo dos políticos de Ilhéus em evitar a nossa projeção que poderia ofuscar o seu brilho, mas, estão muito enganados, Itabuna, sempre quis crescer, mas sempre usando o nome de Ilhéus . Somos sem nenhuma dúvida o centro Regional, mas Ilhéus sempre se preocupou em fazer outras estradas para não passarem em Itabuna, como a Ilhéus Uruçuca e Ilhéus Buerarema. A Ilhéus Uruçuca tem pouquíssimo movimento, enquanto a Ilhéus Buerarema que nunca conseguiu ser pavimentada porque a Ilhéus Itabuna dá costa do recado. A Pontal Buerarema nunca saiu do que é uma estrada municipal sem condições de tráfego.Que não me tenham como algoz de Ilhéus, aliás muito pelo contrario, sou um dos maiores simpatizantes,s mas luta contra a burrice de alguns que não entendem que estas cidades são irmãs e não podem mais caminhar sozinhas. É de minha autoria estes versos que são musicados:
CIDADE AQUARELA
O paraíso nasceu aqui e foi o bom Deus quem criou
Desde a primeira vez que lhe vi, nasceu dentro de mim este amor
Suas práias seus campos seu povo amigo
A riqueza que existe no fundo do mar
Oferendas que lhe foram dadas por mãe Janaína
O cacau é o fruto da planta divina
A mulher desta Terra é gostosa de amar
De Yôyô a YáYá ,
De Nacib a Gabriela
Do Amado muito amor
Ilhéus você é a cidade aquarela
PRÁIAS DE ILHÉUS
Praias de Ilhéus são troféus
Concedidos a mim pela Deusa do Mar
Práias que alegres ao vento
E que a todo momento convidam a amar
Lindas morenas adornam
Malhado, Itaípe Marciano e Pontal
Sereias que brincam na areia
Fascinam os amantes deste lindo postal
Minha Itaípe sedosa
Mais linda que rosa
Ainda em botão.
Com toda sua magia
Me deu a eleita do meu coração
Ela brincava na areia
O mar ciumento zombava de mim
E apaixonado cantava
A sua canção sem princípio e sem fim
(ô, ô ô ô, ô, ô, ô.)
A ILHÉUS
Se viver, É amar e sofrer
Eu sofro sem temer
Mas a saudade é de matar
Se assim continuar
Pra bela Ilhéus
Eu vou voltar
Ilhéus tu és minha paixão
Ilhéus, prendeste o coração
Deste pobre trovador
Que vive, só por lhe ter amor....
VIVER EM ILHÉUS
Viver em Ilhéus
Bem juntinho do mar
É viver num pedacinho do céu
Que Deus soube amparar
Ilhéus, minha querida Ilhéus
Que me faz sonhar
Quem vive em teu seio
Se nunca amou, aprenderá um dia amar....
Provado está que adoro Ilhéus. Mas quero o progresso para as duas cidades e não abro mão disso. Vamos construir juntos para evitarmos que no futuro se crie uma área federal entre as duas cidades, separando-as. Não se esqueçam que um Órgão Federal de importância para a Região, está instalado, dentro do município de Ilhéus; a Universidade de Santa Cruz, também está ali; outros órgãos da área Federal estão sendo instalados ali, tudo levando a crer que pode aparecer um político desagregador que possa tornar a área em território administrativamente Federal. É possível. É bom seguir-se a Política de Itabuna que deixou a fábrica da Coca-Cola se instalar em Ibicaraí, sem nenhuma oposição; que deixou que um grande fábrica de embutido de madeiras, fosse instalada em Buerarema, só não dando certo devido problemas administrativos e políticos fora de nossa órbita.,Itabuna sempre quis crescer com as outras cidades, principalmente de Ilhéus que depende de suas lindas praias para o lazer . De Itabuna é a maior quantidade de residências que existem no litoral de Ilhéus, principalmente na área que nos leva até à divisa com o município de Uma e se para o norte litorâneo, até Serra Grande já no município de URUÇUÇA, Itabuna está presente nos grandes condomínios litorâneos, desde O Malhado, até o Pé da grande serra. Daí não se poder distinguir o que é de Ilhéus, o que é de Itabuna. Somos um povo, que se serve modestamente, mas, com amor. Que ninguém procure empanar o brilho desta ligação, pois estará prestando um péssimo serviço a Região.
GENTE DO POVO
PINICILINO =um cidadão que saía de porta em porta pedindo voto para vereador, dizendo que precisava de ajuda, etc, etc, e conseguiu eleger-se vereador, porém não deixou rastro de sua passagem na Câmara de Vereadores. Pertencia ao Grupo Político do Prefeito José de Almeida Alcântara. Se nada marcou, também não prejudicou ninguém.
JOÃO BODE, um senhor de idade avançada, negro, que insuflado por alguns rapazes de boa vida econômica, aceitou a sugestão de ser candidato a vereador e fazia discursos na via pública, dizendo que se eleito traria o mar para Itabuna. Era motivo de graça quando passava na via pública dizendo tais coisas. Era pacífico.
MIMIA, fazia questão de dizer que era gente do povo. Proprietário de uma casa mortuária, tinha sonhos de ser Prefeito de Itabuna, num período em que os Coronéis mandavam, não lhe dando nenhuma chance. Tinha seus simpatizantes, porque atendia muitos pobres que na dor, no sofrimento com a morte de um parente, o procurava e ele atendia com ou sem dinheiro. Apoiou José de Almeida Alcântara em 1958 e saiu-se vitorioso, mas Alcântara nada lhe deu. MIMIA era um homem de visão dentro do negócio que explorava e chegou a conseguir um veículo funerário para transportar o caixão com o morto até o cemitério, tudo condignamente organizado, o veículo possuía cortinas exteriores, parte aberta onde se colocava o caixão; catiças longos, tudo dentro da conformidáde. É dele, tais comentários, ditos publicamente: “ A Prefeitura de Itabuna é um grande favo de mel e muitos “guaxinins” vivem loucos para se alimentar dela.”
JEEP- outro popular que deixou lembrança. Rapaz de cor, branca, simpático, teria recebido promessa do próprio pai de que lhe daria um carro. Ocorre que este desejo nunca foi atendido e ele passou a imitar carros, com um volante na mão, lanternas laterais, no corpo, vivia correndo pelas ruas e rodovias, buzinando, imitando um carro. Era comum vê-lo em Ilhéus e outras cidades próximas à nossa Itabuna. Faleceu Jeep, no Albergue São Francisco de Assim, neste ano dos cem, anos de Itabuna.
MINELVINO, autor de várias histórias de cordel, escrevia, imprimia por meios próprios seus livretos e os vendia nas feira livres. Um seu filho continua desempenhando o mesmo papel.
GARAPA Um cidadão que tinha algum tipo de perturbação mental se toda vez que lhe chamavam GARAPA ele xingava os pais e partia para a agressão. Não se sabe onde conseguiu uma pistola e ao ser provocado atirou em um rapaz, por sinal filho de pessoas de boa situação econômica. Foi preso e levado a júri bem concorrido. O defensor de GARAPA, usou de um estratégia para defende-lo que até hoje é comentado nos meios jurídicos. O Advogado começou a cumprimentar o Meritíssimo Dr. Juiz, Meritíssimo Dr. Promotor Público Ilustre advogado de acusação; Senhores Jurados, Minhas Senhoras, Meus senhores. Repetiu estes cumprimentos, cinco vezes e conseguiu irritar o Presidente do Júri, que gritou com ele assim: diga logo o que o senhor quer. Só não pode é ficar aqui, repetindo estes cumprimentos melosos. Ao que o advogado de defesa, saiu-se com esta: vejam bem meus senhores, minhas senhoras, ilustres jurados. Eu apenas repetir algumas vezes estes cumprimentos de elogios e sua Excia., Pessoa educada, que alisou os bancos da ciência, não suportou. Já o meu cliente, rude, analfabeto que há mais de vinte anos, vem sendo enxovalhado pelas ruas da cidade diariamente sendo chamado de GARAPA, não tem o direito de rebelar-se e responder com os meios disponíveis naquele momento, como consta dos autos? Peço a absolvição do réu. GARAPA foi absolvido por 7 a 0 e ao sair, ainda na ´porta do fórum que na época era na rua Miguel Calmon, próximo à cabeceira da Ponte do Bairro Conceição, gritou: vou comprar outra arma e o próximo que me chamar de GARAPA, eu mato. Os moleques, ao vê-lo passar, escondiam-se atrás de alguma parede, postes ou automóveis e passaram a usar da seguinte estratégia: um gritava: água, outro gritava: açúcar; outro gritava limão. GARAPA, puxava de uma pistola de madeira que passou a usar e dizia que era uma arma de verdade e respondia: MISTURA AÍ FILHOS DA MÃE!!! Ninguém se encorajava em misturar pois, dava em GARAPA.
BIO E BERRO GROSSO
Eram irmãos e conviviam na Mangabinha. Trabalhavam, o BIO chegou a constituir família e deixou uma filha, do meu conhecimento. Foi engraxate muito tempo e depois de vários revezes na vida, teve um olho perfurado. Daí passaram a chamá-lo de “BIO-DOCA”, era muito conhecido porque fazia qualquer trabalho, contanto que recebesse. Ambos bebiam muito e as vezes divergiam: de BERRO GROSSO que era de pouca instrução ouvi esta expressão, quando alguém se despedia dele dizendo, “até logo!” ele acostumava dizer: ‘’ AS VEZES UM SIMPLES ATÉ LOGO, TEM O SIGNIFICADO DE UM ADEUS ETERNO”. Ouvia-se aquilo, mas não se dava muita importância, coisa de bêbado, diziam. Mas que na verdade ele tinha razão, sim.
JOÃO DOS CARNEIROS
Centenário cidadão que residia na Burundanga. Faleceu com mais de cem anos e conhecia a história de vários jagunços e Conviveu com Coronéis. Especializou-se no abate e venda de carneiros, daí o nome. Era genro de MASNOEL DOS SANTOS, que foi gerente do CINE GLÓRIA, que era instalado na Rua Ruy Barbosa, hoje, um colégio particular tomou conta das suas instalações. Naquela oportunidade eu era o gerente do Cine Itabuna, gestão de Paulo Nunes Filho e como a inflação era estúpida por aqui, sendo que cada dia se tinha preços modificados para cima, prejudicando a todo mundo, juntamente com PILÔTO, um operador da máquina que passava os filmes, tivemos os três, a idéia de realizarmos em Itabuna, O COMÍCIO DA FOME, que foi aconteceu na Praça principal da Mangabinha, que naquela época chamava-se Praça Getúlio Vargas .Anunciado o comício, convidada várias autoridades, Prefeito Felix Mendonça, líderes políticos como José Soares Pinheiro, Nestor Passos e outros, enchemos a Praça e no convite anunciávamos uma passeata para que a cidade tomasse conhecimento do que reclamávamos. Tudo bem, mas compareceu gente demais, inclusive um grande grupo da chamada ESQUERDA de Ilhéus, e fui comunicado das intenções de tal grupo que esperava fazer quebra-quebra. Estavam armados até de metralhadora, segundo o informante. Seríamos os inocentes úteis, daí, tivemos o cuidado de desistirmos da passeata, chamando a atenção das autoridades e policiais, deixando claro que nosso protesto terminava ali e que qualquer manifestação fora dali fosse reprimida. “pulamos um fogueira” como se diz na gíria. Um fato curioso lembrado é que certa noite, quase as vinte e quatro horas, quando eu e Manoel Santos, colocávamos uma grande faixa na Praça Adami que dizia:> FOME FOME-FOME -TUDO QUE NOS RESTA ! Fomos presos por um forte comerciante que era instalado no início da rua Ruy Barbosa próximo à Praça Adami e vendia secos e molhados. Fomes por ele e alguns empregados dele, levados à presença da Autoridade Policial, na época Capitão Horton Pereira de Olinda que estava residindo na rua do ZINCO e naquela alta hora da noite, não concordou com o que o comerciante estava fazendo. Disse o Delegado que era um direito nosso o de protestar, daí fomos liberados. Graças a Deus! Era resquícios do coronelísmo, que não encontrou ressonância na então Autoridade Policial.
OUTROS GRANDES AMIGOS DE ITABUNA
FERNANDO MINELVINO, figura lembrada por ter caído com um avião teço-téco e sofreu apenas quebra de uma perna, era o maior piloto desta Região. Itabunense bem instruído tinha inúmeros amigos e prestou muitos serviços a Comunidade da Região, pois era sempre quem atendia pedidos para conduzir pessoas doentes para Salvador em seu pequeno avião. Era muito competente. Mesmo acidentado nunca deixou de exercer a profissão.
GIOVANNI CONRADO DA SILVA, genro de João Mangabinha Filho, era comerciante e apaixonou-se pela aviação, assim como Fernando Minelvino, prestava muitos serviços à comunidade, sendo conhecido em toda a Região . possuía seu próprio avião e por último também um helicóptero .Giovanni foi candidato a vereador e eu era o apresentador nos palcos que instalávamos até Ferradas onde ele tinha também alguns amigos. O Prédio, na Praça Adami, esquina com o Fórum, foi de sua idéia e construção. Era amigo do nosso progresso, tendo sido também de sua iniciativa outro edifício de três pavimentos, na avenida Inácio Tosta Filho, onde manteve uma grande Casa de Peças de Automóveis.
MONCORVO, era um radiotelegrafista ( para os que não sabem, a comunicação rápida de tempos passados, o telegrafista que usava o Código Morse, com a melhoria das transmissões via-rádio passou assim ser chamado porque, tais sinais eram transmitidos através das ondas Hertzianas, que até hoje conhecemos através dos nossos aparelhos de rádio ) MONCORVO, MERECE UM COMENTÁRIO MAIOR, PELO QUANTO PARTICIPOU DA VIDA POLÍTICA E SOCIAL DE NOSSA CIDADE. Torcedor da seleção de futebol de Itabuna, organizou uma “CHARANGA”, composta de mais de oito músicos que davam vida alegre às partidas de futebol, na nossa DESPORTIVA, impulsionava os nossos jogadores e quando os gols nos favoreciam, a banda tocava mais alto ainda. Com apoio de MANOEL LEAL, jornalista e político, MONCORVO, passou a prestigiar todo acontecimento político que envolvesse o grande político Antonio Carlos Magalhães, sempre que vinha a esta Região e nas datas de aniversário do grande Líder, MONCORVO, deslocava-se até Salvador com sua CHARANGA, para acordar Antonio Carlos Magalhães, na porta da sua residência, executando o parabéns pra você e a música que firmou o prestígio do grande político que dizia:> A Bahia vai bem, como vai meu bem querer, A Bahia vai bem, obrigado a você..... Ou então a outra que dizia:Você se lembra de mim, eu nunca vi você tão só, ó meu amor, ó meu xodó, minha Bahia.... MONCORVO não tocava nenhum instrumento, mas, estava sempre à frente da CHARANGA, parecendo ser o maestro. Ele tinha o cuidado de selecionar grandes bons músicos, inclusive alguns de Canavieiras, que vinham especialmente para certas apresentações. Ficou na história.
JOÃO DE DEUS
Era um homem simples, com aparência de sertanejo, de muito boa estatura, surgiu na vida política de Itabuna, no período de José de Almeida Alcântara, participava das passeatas políticas. Com o sucesso de Alcântara, passou a ser cobrador de impostos num posto municipal na entrada cidade de quem vinha de Ilhéus, no local chamado de CANECOS. JOÃO DE Deus, era um homem de bons princípios, honrado e foi nomeado Subdelegado de Polícia de toda área do bairro do Cajueiro, hoje bairro de Fátima. A Subdelegacia ficava, defronte do prédio que cobrava os impostos municipais das mercadorias que vinham de Ilhéus. Dois fatos me lembrou João de Deus. Quando uma funcionária da CEPLAC que se dirigia para o CEPEC, perdeu o controle do carro que dirigia e bateu no prédio da Subdelegacia, próxima ao Posto Cachoeira, de gasolina, tal motorista toda vez que se falava que ela deveria comparecer na Delegacia do centro para prestar declarações, desmaiava, segundo se dizia. Foi João de Deus , com seu jeito, bem amigo que conseguiu acalmar a referida motorista. Ele tinha jeito para resolver várias questões, principalmente familiares, as que mais ocorriam nas subdelegacias. De João de Deus dizem que foi ele quem tendo compaixão de um cadáver de um homem de maior idade que foi achado à beira do rio Cachoeira, no local, teria mandado construir uma capela, dedicada a nossa Senhora das Dores. O homem teria sido um candonblezeiro de Itororó que fora morto com oitenta facadas, tudo por vingança. O pai de santo teria se aproveitado de uma virgem com problemas mentais filha de um forte coronel daquela região que fora levada para o PIGÍ dele a fim se ser tratada. Como vingança o pai de santo, recebeu tamanho castigo e João de Deus, tendo se compadecido com tamanha vingança, teria mandado construir a Capela que era muito visitada.
A MORENA DO TOPLEZ
Nem tudo são flores em nossa Terra. Problemas sempre existiram, fatos alegres fatos tristes. O assassinato da Morena do Toplez, assustou a Sociedade itabunense. Era uma moça muito bonita, morena clara, que namorava um filho de um milionário e passou a viver com ele, numa mansão da família dele, no bairro Góes Calmon. Acredita-se que ele era um viciado em drogas e sentia ciúmes da moça que fazia com facilidade a amostragem dos seus seios, sempre quando tomava banho de praia. Ela podia ser também uma viciada, conseqüência da ligação amorosa que tinha com ele, daí ter o gosto de mostrar os seios e muitos a elogiavam. Certo dia encontrou-se um saco boiando no trecho conhecido como FUNDÃO, onde existe uma velha ponte abandonada, pois uma nova foi construída cortando certo trecho da estrada, próxima à nova rodoviária de Ilhéus. O saco boiava devido o gigantismo do corpo na água salgada e a identificação foi logo conseguida e a perseguição ao acusado foi fácil, pois a moça era muito conhecida. O veio poético do autor destes contos a respeito do que soube assim se expressou:
O CRIME DA MORENA
Um crime terrível chocou a cidade
Pela brutalidade chamou atenção
Num bairro elegante foi esquartejada
A morena dos seios mais belos de então
O seu namorado, filho de um fazendeiro
Que tinha dinheiro e era pagão
Valeu-se da moça tão linda mais pobre
Dizia-se nobre e perdeu a razão
Na linda mansão onde ele morava
A moça viveu seus dias de fada
E acreditou na promessa ouvida
Sem desconfiar que perderia à vida
Ele usava droga e tinha carro bonito
Mas o seu espírito não era bom não
Matou a morena e num gesto esquisito
Num saco a envolveu e jogou no Fundão
POMBO CORREIO
Declaradamente foi assassinado por BELINHA, uma mulher que tinha ligação amorosa com ele, ao que se comentou na época. POMBO CORREIO, era motorista de caminhão e muito conhecido e querido em nossa cidade. Tratando-se de um simpático motorista, amigo de tanta gente, o fato estremeceu a cidade. A acusada alegou que sofreu espancamento dele e que por isso teria agido em legítima defesa. Mais um crime que ficou na história do trecho conhecido por TEXACO, um trecho bem movimentado comercialmente da cidade.
OLIMPIO FERRO VELHO- Talvez tenha sido o primeiro FERRO VELHO da cidade. Homem de visão era querido por muita gente e tinha ligações cordiais com o ex-Prefeito Francisco Ferreira da Silva, o “Ferreirão”.Sabia de tudo que se passava na cidade, desde os atos dos coronéis aos fatos recentes do seu tempo, na cidade. Era amigo e vizinho de negócios e trabalho de MANOEL LUZ, um grande mecânico que na época era muito solicitado.
FRANCISCO FERREIRA DA SILVA(Ferreirão) era também chamado de (Dr. Tatu) porque foi um dos maiores desbravadores dos bairros desta cidade, sempre com uma patrulha mecânica que abria sempre as ruas da cidade, rebaixava ladeiras, fazia calçamentos e esgotos. Era um engenheiro e foi eleito duas vezes. Sua administração ajudou muito o progresso de nossa cidade. Só não abriu mais ruas do que o Dr SIMÃO FITTERMANN. Este, sem condições de fazer outras obras importantes. Abrir ruas, quase todas do bairro Califórnia; grande parte do bairro São Caetano; bairro Pedro Jerônimo, bairro São Pedro, bairro Fonsequinha; parte alta do bairro Conceição, Nova Itabuna etc. Foi no Governo Simão Fittermann, com apoio do Dr. Antonio Carlos Magalhães que se construiu o CENTRO COMERCIAL DE ITABUNA, com áreas para comercialização de carnes, bovinas e de porco, carneiro, etc. além de parte especial para revenda de farinha, milho, feijão, arroz etc. Toda em forma de um grande guarda-chuvas, aberto, o centro comercial tem no centro um local próprio para venda de verduras e frutos, sendo um entre-posto destes artigos. Tenho conhecimento que o Governo SIMÂO contou com a ajuda direta de um vereador eleito na oportunidade, ORLANDO LOPES DA SILVA, que praticamente, cuidava mais dos assuntos da Prefeitura do que dos serviços da Câmara, não obstante estar sempre presente nas reuniões. Orlando Lopes da Silva, tomando conhecimento de que as máquinas de terraplanagem, tratores etc. estavam quebrados e a Prefeitura não tinha dinheiro para conserta-los, usou de sua amizade em Minas Gerais, de onde é natural e conseguiu financiamento para compra de peças de máquinas pesadas da Prefeitura de Itabuna . Foi um braço forte em favor SIMÃO. Que era médico e construiu postos de saúde, também, principalmente no bairro São Pedro. Pode ser considerado o maior desbravador dos bairros de Itabuna.
FERNANDO CORDIER
Sobrinho do Prefeito falecido no cargo, José de Almeida Alcântara, foi o primeiro político que conheci que prometeu algo e cumpriu como anunciou. Nos seus comícios, prometia que a primeira rua que calçaria no seu Governo, seria o calçamento da rua do Berilo. Tomou posse num dia e no outro o calçamento referido, começou a ser feito. Fernando Cordier foi o responsável pelas desapropriações de muitas casas que existiam à margem do Rio Cachoeira e pavimentou a paralelo, a avenida que leva o seu nome e que é uma continuidade da Av. Firmino Alves. Foi um mandato tampão, dois anos, mas, valeu a pena, porque ele fez um administração que chamou a atenção.Quis liderar politicamente a cidade, fazendo seu substituto na pessoa de “LITINHO” FONTES, um forte comerciante de revenda de peças de automóveis, na Praça Adami, mas, foi traído por um grupo que fazia questão de estar ligado às ordens de políticos da Capital.
JOSÉ ODUQUE TEIXEIRA, está na boca do povo que foi o prefeito que deixou dinheiro em caixa. Com a ajuda da CEPLAC conseguiu aterrar todo trecho da av. Francisco Ribeiro “Chiquito Ribeiro” que chegou a ser eleito Deputado Federal. Deu nova vida à Praça Olinto Leoni. Construiu um edifício para instalação da Prefeitura, prédio de cinco andares, onde hoje funciona a FTC- Faculdade. Foi um bom Prefeito que teve um grande Secretário de Obras, Fernando Gomes que viria depois substitui-lo e foi eleito por quatro vezes, marcando sua passagem com construções de viadutos, compra de duas usinas de asfalto, construção de muitos postos de saúde, escolas, asfaltamento de toda a cidade, sendo que muito deste trabalho não teve continuidade pelo Prefeito Geraldo Simões que lhe substituiu duas vezes, daí, hoje temos várias ruas que dantes foram pavimentadas com asfalto, hoje, esburacadas, estupidamente.
UBALDO DANTAS marcou sua administração com a acertada preocupação com o saneamento básico e instalação de postos de saúde. Médico, responsável, demonstrou o máximo de interesse em drenar vários córregos que prejudicavam vários bairros. Marcou com seriedade seu Governo. Até hoje é lembrado. Se demorasse mais no Poder, não teríamos a imoralidade dos esgotos que formam nossa represa no centro da cidade, uma vergonha!!!
GERALDO OLIVEIRA SIMÕES, prefeito por duas vezes, teve algumas dificuldades e no seu Governo deixaram de funcionar duas estações de tratamento de esgotos, passando os detritos a caírem no Rio Cachoeira, principalmente acima da barragem que acumula um metro e oitenta centímetros de água. Quando as chuvas escasseiam a água limpa dá lugar aos detritos residenciais e o mau cheiro é insuportável, principalmente para quem mora às margens do rio ou os que têm por costume praticar exercícios, quer pela manhã, quer pela tardinha. Geraldo Simões construiu a Praça Rio Cachoeira, no bairro Góes Calmon, onde também construiu uma quadra de esportes. Foi no seu Governo que surgiu o bairro Jorge Amado e recebeu dele, muito apôio. Na verdade, não demonstrou interesse em manter as ruas asfaltadas por Fernando Gomes seu antecessor e na verdade, as ruas foram asfaltadas às pressas na saída de Fernando Gomes do Poder, daí, não ter recebido a base necessária, daí, ter sido danificada muitas partes.São opositores os referidos senhores e a cidade perde muito com isso. Fez boa amizade, o Geraldo Simões e se elegeu Deputado Federal.Foi substituído por Fernando Gomes, que pela quarta vez foi eleito Prefeito. Os tempos eram outros, com a quebra da lavoura do cacau, a Prefeitura teve dificuldade de tocar as grandes obras para a frente e o Fernando Gomes, de destaque mesmo, construiu uma adutora, até Ferradas, para receber as águas que viriam de uma grande barragem que solucionaria o problema da água em Itabuna, para mais sessenta anos, segundo se divulgava. Construiu dois grandes grupos escolares, um no bairro Pedro Jerônimo e outro no bairro Fonsequinha. Conseguiu fazer funcionar os “Carrinhos da Saúde” 10 ou 11 veículos com médicos e enfermeiras que atendiam nos bairros. O resto, era o feijão com arroz, calçamentos de pouca importância, como a continuidade da Avenida Manoel Chaves, o que na verdade atraiu a iniciativa privada, a construir prédios altos e modernos no referido trecho. Fernando apoiou e ganhou as eleições com o Capitão Azevedo, que terá a honra de passar a ser chamado o Prefeito do Centenário.A iniciativa privada, sempre consegue fazer mais que a poder público daqui e os cursos superiores e as construções de muitos prédios de mais de 10 pavimentos, enchem os olhos de quem chega a Itabuna, ultimamente. Somos a primeira cidade do interior em construções de edifícios imponentes que atraem modestos agricultores desta Região, que vêem aqui a possibilidade de seus filhos crescerem culturalmente, quer freqüentando as Faculdades que aqui se instalaram, bem assim fazendo de Itabuna as residências dos que estudam na Universidade de Santa Cruz, que fica no município de Ilhéus, mas, os que vêm de outras cidades preferem Itabuna para viver, daí o impulso que vem ocorrendo no setor imobiliário.
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ
Foi construída inicialmente como F E S P I (Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna, várias Faculdades que eram instaladas em Itabuna, juntaram-se a outras que eram instaladas em Ilhéus. Somente muitos anos depois o Estado, enfim criou a Universidade de Santa Cruz que já existia em nossa vontade. Daí ter o presente escritor
Assim se expressado: UNIVERSIDADE DE SANTAS CRUZ, UM GRUTO TAMBÉM DOS CACAUAIS, ÉS DE TODA ZONA, LUZ E MENSAGEM QUE IRRADIA AMOR E PAZ, PROGRESSO VIDA E SABER, TENS A FORÇA QUE SÓ A CULTURA TRAZ, A JUVENTUDE EM TEU LOVOR, CANTA ÁS GLÓRIAS DOS NOSSOS ANCESTRÁIS - QUANDO O PRIMEIRO HOMEM NESTE CHÃO PLANTOU CACAU, TRAZIA O EMBRIÃO DE CULTURA SEM IGUAL.TÚ NASCES-TE NO MOMENTO DELICADO EM QUE A SEMENTE, NO FORTE MASSAPÊ GERMINAVA E ERA CACAU.
C E P L A C. Um capítulo à parte de nossa história. Se estamos completando um centenário de existência, a EPLAC, que aqui nasceu, já completou cinqüenta e três, tentando por todos os meios tecnicológicos melhorar a nossa produtividade de cacau e em outras oportunidades, diversificar a nossa lavoura que sempre esteve subordinada à Balança comercial de Nova York. Por vezes, o nosso Governo Central, que sempre teve bons resultados econômicos com a exportação do nosso produto, investiu dinheiro na lavoura, as vezes, perdoando algumas dívidas de agricultores, que certa feita devido os preços baixos do cacau, protestando queimou muitas arrobas de cacau na nossa Praça Adami . Foi um radicalização para obtermos melhores condições. Nessas lutas conseguimos acompanhar o Comercio Internacional, abandonando os preços que o Governo Central pagava ao nosso produto, sendo que em muitas das vezes, nos era prejudicial, pois comprava por preço baixo e tinha condições de espertar a melhoria da Balança Comercial estrageira eganhava às nossas custas, além dos impostos que nos dtiravam. Foram muitas lutas, muitos líderes surgiram nessa oportunidades, tanto em Itabuna,a como em Ilhéus e outras cidades da Região. A CEPLAC nos ajudou a protetstar, civilizadamente, nos ajudando a construir um prédio de cinco andares para as reuniões dos Líderes da Lavoura, formando assim o Conselho Deliberativo CONSELHO NACIONAL DOS PRODUTORES DE CACAU, QUE antes era CONSELHO CONSULTIVO DOS PRODUTORES DE CACAU, más a CEPLAC resolvendo tornar o Brasil em maior produtor, passou a plantar cacau em outras plagas e a respeitar os velhos cacaueiros do Amazonas, dando voz a todos esses produtores, daí, o Conselho passar a chamar-se Nacional Se ela não conseguiu nos fazer os maiores do mundo na produção do teobroma, fez com que a expansão Regional fosse uma realidades. Com patrulhas mecânicas, ajudou a construir ramais, pontes, escolas especializadas, sedes regionais, Centro de Pesquisas sobre o cacau. Passou a atender socialmente várias pequenas cidades e muitos dos seus empregados, mesmo os de nível médio, passaram a ter propriedades . A CEPLAC apoiou a instalação da Universidade, contribuindo diretamente, ajudou a implantar a seringueira, na Região. Quando de sua instalação as nossas roças de cacau estavam decréptas, com as orientações técnicas, adubação e vários conselhos, melhoramos ligeiramente a produtividade e a CEPLAC caiu no gosto dos fazendeiros de maneira geral. Depois da Vassoura de Bruxa atingir a lavoura, seus conselhos ainda são importantes e a luta continua em nome desta benção do Governo do Presidente mineiro Juscelino. Que além da criação e fundação da noiva Capital da País, nos transformou de tal maneira que qualquer um que chegue, hoje no topo do Poder, por mais analfabeto que seja, não terá condições de nos fazer recuar nas nossas pretensões de alcançarmos os meios de nos tornarmos a maior potência mundial dos bens que a natureza nos dá.
INSTITUTO DE CACAU DA BAHIA
Um Órgão da Região cacaueira quando da união dos grandes produtores de cacau que se concentravam na Região de Mascote. Dali partiu a i´deia e as primeiras ações, pois a lavoura de cacau, açi, era muito forte, com a aproximação da Fazenda Cubículo, onde se plantou inicialmente as primeiras sementes de cacau, já dentro do município de Canavieiras. Dizem que os primeiros pés ainda estão frutificando. O instituto de Cacau Ele antecedeu à Companhia Viação Sul Bahiano, que foi outra grande e luminosa idéia dos nossos pioneiros, Falar da Sulba e do Instituto é falar das grandes cabeças pensantes daquela época que usavam muito o meio marítimo, moroso e arriscado e quando sentiram que outras Regiões já se modernizavam com o meio de transporte terrestre, sendo uma região potencialmente rica, não titubearam e partiram para o uso da novidade, para servir ao povo . Era autônomo, mas, passou a receber influência do Poder executivo estadual e seus Presidentes passaram a ser nomeados pelo Governador. Muitos ilustres itabunense assumiram a presidência do Instituto de Cacau da Bahia, que além de manter sua sede grande patrimônio, na cidade de Ilhéus, possuía, grande instalação na cidade baixa em Salvador, talvez com mais brilho do que em Ilhéus. O Instituto de Cacau da Bahia, mantinha uma matriz em Itabuna, na Praça José Bastos, onde hoje funciona a CESTA DO POVO. O Restaurante Popular que está instalado também ali, é fruto do esforço do Prefeito Fernando Gomes e se encontra exatamente, onde antes funcionava a estação de embarques e desembarque da Companhia Viação Sul Bahiano. Dali partiam os ônibus para toda a Região e Salvador. Quando da mudança da estação de passageiros para a Rodoviária FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, com a ajuda de Manoel Leal, Calisto Midlej Filho e outros líderes da ARENA, PARTIDO POLITICO DA REVOLUÇÃO de 1964, ao qual os líderes políticos daqui, com a graça do Governador Antonio Carlos Magalhães, muita coisa conseguiam. Tudo que o Estado resolvia nos oferecer vinha através de PINHEIRINHO, CALIXTO MIDLEJ FILHO, MANOEL LEAL que eram os cabeças. Somente depois, Fermamdo Gomes passou a compor o quadro dos que se entendiam com o Dr.Antonio Carlos Magalhães, dantes inimigo político. Fala-se que a aproximação de Fernando com Antonio Carlos Magalhães, deveu-se à Política de aproximação de LUIZ EDUARDO MAGALHÃES, atraindo sempre muitos políticos para juntos do seu pai. Era considerado o maior conciliador do Congresso Nacional, enquanto foi Deputado Federal.]
ROTARY CLUBE, LIONS CLUBE, são clubes de servisos que de muito tempo congregam nomes importantes da nossa Sociedade. Estes Clubes de serviço são responsáveis por muitas campanhas caritativas, realizadas por outras agremiações, quer religiosas ou não. A Grande Loja Maçônica, participa da vida da cidade, agregando homens que aceitam a filosofia que prega há milênios.
RELIGIÃO. Nossa cidade professa dogmas, seitas, de toda espécie. Aqui se acredita em Deus, por vários cânones. Existiria, mais de trezentos templos protestantes, além de muitas Igrejas consagradas há vários líderes da Igreja Católica Apostólica Romana. O grande Templo em homenagem a São José, é o maior Templo Católico. Ultimamente a Igreja Universal do Reino de Deus, construiu um moderno Templo para seus simpatizantes. Tal obra. Embelezou o chamado JARDIM DO Ó, ou Praça Prefeito José de Almeida Alcântara. Os Batistas, são protestantes que também se sobressaem na nossa cidade, mantendo, inclusive, escolas, o que também fazem os Adventistas do Sétimo Dia, pessoas com suas crenças que só nos trazem o bem, o respeito às famílias, a educação dos nossos filhos. etc. Vários representantes do culto Afro-Brasileiro, se destacam com seus salões apropriados para as festas do candomblé, que pode ser criticado por muitas outras denominações religiosas, mas que nos parece, ser a representação mais antiga do conhecimento de Deus e das forças da natureza, que eles invocam e confiam, procedendo também a curas e fazendo caridade à maneira dos que praticam a Ubanda e a Quinbanda. Nossos índios, que são os verdadeiros -velhos posseiros destas Terras descobertas para a civilização européia por Pedro Álvares cabral praticavam culto parecido com o dos negros que foram escravizados e forçados a trabalhar na agricultura deste grande País.
SEGURANÇA PUBLICA
Da mesma maneira que em qualquer parte do País, aqui se pratica uma Segurança Publica, de espera. Isto é. A preventiva é pequena e só depois que o fato ocorre, as providencias são tomadas, mas, com o prejuízo de bens e vidas. Temos um bom número de policiais militares e CIVIS, vários Delegados, vários promotores, vários Juizes, Vários escrivãs, alguns veículos de polícia (TERCEIRIZADOS)ISTO É: O Estado paga aluguel mensal de cada viatura, na qual só coloca o combustível. Trata-se de uma maneira diferente que pela primeira vez estamos assistindo. O Estado deixar de ter seu patrimônio e passa a pagar aluguel de viaturas. Deve ser algo novo que deve diminuir despesas. Não sei informar qual é o aluguel de cada viatura, cada motocicleta. A verdade é que os velhos tempos em que se comprava um bem público, isso deve ter desaparecido e temos que nos acostumar com os novos tempos. Mas, quanto deve custar essa farra?^Deve ser muito dinheiro E se outro Governante não quiser tal sistema, teremos que ter dinheiro para comprar tudo de novo, como era? A verdade é que por mais esforço que as autoridades estejam fazendo, a violência avança de tal maneira que já era hora de se pensar em pedir às Autoridades competentes que nos dêem o direito de nos defendermos a nós mesmos. Já que não existe respeito pra nada; já que se mata montado numa motocicleta. quase que diariamente. Se invade domicílios, se fuma drogas abertamente e todos estamos recuando, com medo das encrencas que podemos nos meter e ter que gastar o que não podemos para nos defendermos. A brutalidade já é tão grande em meio aos que fumam drogas pesadas, não respeitam ninguém, a Polícia é de pequeno número de componentes e ainda somos obrigados a ouvir o seguinte conselho: NÃO REAJAM” quando devia se armar o cidadão de bem e autorizar: defenda-se, com dignidade e não COM essa COVARDIA DE MANDAR NÃO REAGIR, o que não está dando certo, pois os ignorantes assaltantes, não tem o menor senso de humanidade.
PENITENCIÁRIA, Ainda no Governo do Prefeito Fernando Gomes, o Estado foi obrigado a instalar uma Penitenciária em nosso Município, visto o grande número de indivíduos recolhidos à Cadeia Pública que tínhamos no Complexo Policial..Ademais, a Polícia Civil, começou a reclamar de que não era AGENTE PENITENCIÁRIO para assistirem a presos, trabalho para o qual o Estado tem outro pessoal. Ocorre que a penitenciária daqui já está para pedir aumento de espaço para atender condignamente os que cometeram erros estúpidos.
Há mais de cinqüenta anos que o Brasil já devia ter feito uma reforma em seu Código Penal e Código de Processo Penal. Ao meu ver, a Política deve ficar fora de qualquer opinião sobre o assunto, cabendo a uma COMISSÃO DE HOMENS E MULHERES ESCLARECIDAS E DE VÁRIAS CAMADAS DA SOCIEDADE, tomarem seis(6) meses de aulas sobre o assunto, inclusível tendo conhecimento do Direito de outras plagas, comparando-os com o nosso, erradicar de nossas Leis, as modificações que foram criadas por uma porção de deputados, quando sonobolizavam nas secções noturnas do nosso Parlamento Maior, criaram leis que convidam a prática de atos não condizentes com a Sociedade. Conhecemos o dedo que se infiltra nas nossas Instituições com intuitos perversos, fruto de derrotas políticas passadas, hoje, encontrando terreno fértil para se expandir, sem nenhuma oposição severa como dantes. Continuar como está não deve. Exigir um Regime de Força, não há ambiente. A Democracia é inteligente e deixa que seus indivíduos pensem e ajam em defesa dela mesma. Está na hora de pedirmos para que nos sejam tiradas algumas liberdades em defesa do que temos de melhor, as nossas vidas.
A MINHA CIDADE, Assim passei a chamar Itabuna, depois de receber o Título de Cidadão Itabunense, resolução no. O7 de 25 de novembro de 1981, por que? Aqui encontrei aconchego entre os primeiros amigos “Nenga” de Dona Custódia, Zito Mangabinha, um grupo expressivo de moças e rapazes da rua do Berilo. Depois, uma pequena menina de l5 anos, convenceu-me que devíamos criar uma família, aceitei, passados 52 anos, nos olhamos ultimamente e estamos certos de que nossa pretensão foi aceita pelo Divino Pai Eterno e já somamos, quatro filhos, nove netos e cinco bisnetos tivemos mais dois filhos (NEIDEMILTON E ROMILTON) nascidos da mesma placenta que infelizmente não sobreviveram depois de onze meses e onze meses e quinze dias. Quando um estava rindo, o outro chorava. Quando um estava rindo, o outro estava chorando. Ambos morreram sempre apertando o abdomem, como se sentissem alguma cólica, mas, o médico só receitava medicamentos para sífilis. Na verdade, não tive melhores condições econômicas para ampara-los, dependia de favores médicos, numa época em que não havia bastante assistência do Governo. Quando fui aconselhado a levar minha companheira ao Hospital Santa Cruz, na época, o fiz através da parteira DONA APOLÔNIA. Lá chegando foi obrigado a deixar a minha jovem esposa, futura mamãe de gêmeos na porta do hospital, sentindo dores, para providenciar o DEPÓSITO de três Mil Cruzeiros, quantia que ganhava por mês, na Rádio Clube de Itabuna. Foi generoso o meu patrão, na época OTONNI SILVA que me adiantou o dinheiro. Internada, minha companheira apenas foi examinada e tomou um café com biscoito na manhã seguinte e pagamos mais da metade do depósito, 1.600,00 para cobrir as despesas de uma noite que ela passou internada em SEGUNDA CLASSE e o competente esculápio, me informara que a criança devia estar morta, pois não conseguira ouvi-la. Maluco e sabendo que precisaria de conseguir mais QUATRO MIL .CRUZEIROS, para pagar o parto, menti descaradamente dizendo que queria a alta da minha companheira, pois a mãe dela era enfermeira e havia acabado de chegar de São Paulo. Nenhuma oposição, me deram o restante de 1.400,00 e a trouxe de volta ao lar, acreditando, com espírito forte de que tudo se resolveria com as forças da natureza. Lembrei-me da querida e inesquecível dona OTACIANA PINTO, parteira renomada e lhe coloquei a par das situação, conduzindo-a de jeep, táxi da época e ela examinou a parturiente, expressando inicialmente:”isso é caso para hospital”. Ignoro o que ela viu, más lhe disse: já vim de lá e não tenho condições de pagar o que eles querem. Cinco minutos depois, a mulher sentindo dores, assistida pela experiente parteira, ouviu-se o choro de criança. Perguntei. Nasceu? Ao que disseram afirmativamente. Perguntei em seguida: homem ou mulher? Responderam: homem!!! Saí correndo para comprar foguetes e bebidas, ou parece que já tinha e comecei a soltar foguetes. Em seguida, mais chôro e alguém comentou: outro ! Perguntei, homem ou mulher? Mais uma vez ouvi dizer, outro homem!!! Passei a soltar mais foguetes e a beber com os próximos. Mais de vinte minutos ocorreram para que eu pudesse entrar no quarto, onde tudo ocorria, enquanto eu bebia, soltava foguetes e agradecia ao Divino Pai Eterno. Nunca fui de bebedeiras, mas, naquele momento, todo vinho era pouco, a alegria era maior. Dona Apolônia a parteira mais próxima passou a assumir o comando, enquanto fui levar de volta dona Otaciana, gratificando-a dentro das minhas possibilidades e ficando muito agradecido. A vida de artista, como se sabe, nem sempre é faustosa como parece e não tive condições de pagar uma assistência médica melhor para os gêmeos, segundo acredito. Com a morte do último gêmeo depois de onze meses e quinze dias. Tive a brutalidade de escrever um poema que não deixei cópia e coloquei no caixão. Lamentava àquela situação de perder os dois filhos.
Em 09 de abril do ano seguinte, 1960, nascia o José Marcionílio Prado Santos, com seis(6) kilos e duzentos gramas, ao que me pareceu numa resposta ao meu poema colocado no interior do caixão do último gêmeo
A parteira que pegou o Marcionílio, o colocou em pé, assim que o tirou do ventre e ele era forte, como se uma criança de seis(6) meses.
HOJE SOMOS VINTE, minha bisneta NICOLE no mês que vem, agosto, estará completando treze(13)anos, o que, acredito, Deus me dará condições de ver nascer tetra-netos, o que para mim será muita alegria. O que contei aqui, é fidedigno e o faço para mostrar aos jovens pobres dos dias que estou escrevendo estas páginas, que tivemos uma mudança muito grande na assistência social no nosso País, coisa que vínhamos perseguindo há muito e que com o GOVERNO COLOR,
Se criou o SUS (sistema único de saúde), que se não é ainda o ideal, é uma proposta concreta em defesa de nossa saúde. Se Nada ao contrário qualquer contra-tempo, aqui devo desencarnar e já fiz pedido escrito, no meu primeiro livro, o Cálice de Cadiz, que não me sepultem com rezas, com luzes de velas, e sim com muita música, muita alegria. por isso fiz este pedido-poema
QUANDO EU PASSAR, TEM QUE SER SEM COVARDIA; SEM REZA SEM CONFRARIA; NÃO PRECISA MULTIDÃO; QUERO QUEM EU GOSTO, CANTANDO SAUDADE; RELEBRAR A MOCIDADE, E SE PRECISO UMA PAIXÃO. OBRIGADO.
ITABUNA, ESPERO QUE MEU CORPO FIQUE AQUI.
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