terça-feira, 24 de abril de 2012

UM POUCO DO QUE CANTO

                                                        SACO PESADO
                                                         Romilton Teles

Minha filha nesta grande cidade
O emprego que arranjei foi num armazem
Que é dirigido por uma senhora
Gente boa que me adora e que me quer muito bem

Só uma coisa não está me dando  certo
É pegar muito peso nesta minha idade
Quando é hora de fechar o expediente
Tenho que pegar um saco que é pesado de verdade

Que fica fora prá fazer a amostragem
Do produto principal que vende no armazém
É nesta hora que tenho dificuldade
Pois o saco é pesado e sem ajuda de ninguém

Tenho que botar o saco prá dentro
Muitas vezes arrastando sobre o bom liso cimento
Pois a senhora não deve o  saco pegar
Que lhe sujaria às mãos de carne para salgar

Tenho que botar o saco prá dentro
Só depois eu fecho à porta e encerro o trabalho
Não vejo a hora de abandonar o emprego
Não sou de pedir arrêgo mas com o saco me atrapalho



                                                   GOSTO BAIANO
                                                     Romilton Teles

Minha Bahia do vatapá
Do carurú, do munguzá
Xinxim de bofe feijoada e acaçá
Muqueca de peixe e de carangueijo
De siri mole e de badêjo
Arráia ao molho de camarão é o meu desejo

O manauê, a cocada e a queijada
O acarajé e o abará
Carne de sol com pirão dágua à degustar
O meu apêgo desde menino
às tuas festas e tradições
Tudo me envolve r provoca sensações

Vê tudo, que aqui tem, é mistério profundo
Tú és o pedaço de vida mais lindo do mundo
Te amo tanto que nem sei mesmo explicar
Minha vida inteira é feita prá te amar

Se um dia eu tiver de morrer bem distante de te
Já tenho no meu patuá terra boa daqui
Um só pouquinho mas que dá para embalar
Todos meus sonhos distante do meu lugar.


                                             CONSTRUTORES DA NACIONALIDADE
                                                                     Romilton Teles


Foi o norte e o nordeste
Que juntos fizeram a força do sudeste
E estão presentes de oeste a leste
Mesclando costumes e formando a Nação

Foram os sertanejos
Que sempre migraram poor terras bravias
Enfrentando feras em todos seus dias
Amando esta Terra com o coração

O frio, a chuva o calor de várias regiões
Lhes deram coragem e sentiram muitas emoções
Famílias inteiras trilhavam e criavam cidade
Foram grandes construtores da nacionalidade

Chamados graciosamente de cabeças chatas
de Sertanejo forte e de cabra da peste
Mimguém ama mais do que eles estes campos, estas matas
Brasil pode sempre contar com o norte e o nordeste.


                                                 O QUE ELE QUER SER
                                                          Romilton Teles


Quando ele passa com a mulher mostrando as pernas
Ele diz o que quer ser, é bonito de se ver
E se o decote for daquele bem moderno
Dá porá entender o que ele quer ser

Cada sujeito tem um gosto diferente
Uns preferem ser prudente
Outros não ligam prá nada
A mulher que é bonita e sorridente
Não pode levar a culpa poius está acompanhada

Até parece que ele quer apresentar
A mulher prá outros homens que ficam a invejar
O monumento que ele ganhou nesta vida
Mas que poder perdida se ele não souber cuidar



                                                            A VIOLÊNCIA DOMINA
                                                                      Romilton Teles


Se souber fique prá você, onde se gastou o dinheiro
Que o estranjeiro comprou as estatais
Já que não se conhece nada
Foi gente desempregada, sofrimento, nada mais

Se amortizoiu os juros,nossos dias são mais duros
Só por causa do ladrão
Tudo tinha que dá certo
Mas não se foi esperto
E ninguém está na prisão

A violência domina
E nos tira toda estima e respeito à autoridade
Que a lei tem que resguardar
Mas não pode é descuidar da nossa tranquilidade

Com direito exagerados
Muitos se sentem armados
E nada vêem pela frente
É preciso dá um freio
Mesmo que haja esperneio
De quem violência não sente.  


                                                             SOCIEDADE FERIDA
                                                                   Romilton Teles


Que pena o que fazem com o meu Rio de Janeiro
Que foi sempre o primeiro Carro Chefe da Nação
Uma Sociedade ferida na grande verdade
Que o Sistema se completa com apôio ao cidadão           Ô

A brutalidade já derrota a Autoridade
Que só sabe e pode agir dentro da norma legal 
De surpresa, povo e policiais
Cada dia sofrem mais, nesta linda Capital

Oque está ocorrendo depende de pulso forte
Que demonstre Autoridade evitando-se tanta morte
Do João Hélio e do bom trabalador
Que enfrenta com amor, prá viver tem que ter sorte

Nossa Lei maior fala de intervenção
De situação intestina de amparo da União
Que de camarote vê o meu Rio descer
Com ágfuas turvas e revoltas pouco faz prá proteger..


                                                                BRASILEIRO NO EXÍLIO
                                                                        Romilton Teles


Mamãe, eu não sei do meu futuro
 O papai sempre deu duro mas não pôde arranjar
As condições prá melhorar as nossa vida
Hoje até nossa comiga está dificil de ganhar

Mamãe me perdõe se eu não consigo
Encontrar algum amigo que me dê algo pra fazer
Alguma coisa que não venha envergonhar
O modesto e honrado lar que o papai fez com você

Mamãe eu tenho tanto me esforçado
Prá arranjar qualquer trabalho que não seja o de ladrão
Más, em toda porta que bato
Me consideram um chato e diz\em não, não e não

Alguns amigos me chamam prá terra estranjeira
Onde se acha trabalho
Dizem que se eu passar a fronteira e não for ferido à bala
Posso enfrentar o malho


É doloroso mamãe se crescer acreditando
Que o País é muito rico e pode ajudar seu filho
Mas o que se vê é a fome campeando
Grandes homens roubando e o brasileiro no exílio,

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