Romilton Teles Santos
Prematura juventude e já estava eu escrevendo versos. Na verdade muitos são pessoais, coisas de mim como confessei ao rio São Francisco, ao vê-lo pela primeira vez. Lhe disse que eu e ele somos apaixonados.Eu, por coisas do meu coração e ele por não ter ação de exigir ser bem tratado. Dizem que poeta é aquele que escreve por linhas mais tortas que as que Deus escreve e ao contrário da Entidade maior, escreve errado quando canta o amor, a singeleza do átomo, o arrebol matinal, porque na verdade é um místico, mesmo não querendo aceitar. Toda vez que admira o que lhe atrai ,principalmente a rica e exuberante natureza, ele entra em transe inconsciente e dos seus versos, mormente algo é explicado de maneira sutil, mas com sapiência de tal maneira que não podemos entendê-lo como apenas o homem que faz , mas, o homem que vê, sente e transmite sentimentos. Deus teria sido para nós o maior poeta quando inspirou a tantos sábios os Salmos que conhecemos, que como o vinho, por mais velho que seja é digerido com prazer e sentimento. Por isso é que eu canto.
"O meu apego desde menino às tuas festas e tradições, tudo me envolve e provoca sensações". Aqui, falo da Bahia com especial atenção para a cidade do Salvador e o Recôncavo.Neste pedaço do Brasil, existe vida, calor humano que sentimos no simples tocar do solo. Tudo muda, menos a sensualidade da baiana, a graça da vendedora de acarajé, o presépio que representa os subúrbios de Salvador. Desde menino participando dos acontecimentos festivos, ficou em mim algo que queria dizer e o faço em duas composições, diretamente quando falo da culinária e da fé, nas músicas Gosto Baiano e Mistério baiano, além de da menção que acho correta em afirmar na música Expressão Mais Nata, que a baiana vendedora de acarajé chama a atenção com sua saia rodada; que no andar ocorre a magia de agregar, simpatia muita sorte, muita paz e com o chave de ouro afirmo que ela com seu torço, seu chale, sua sandália de salto e de prata, a Bahia nela está representada, por isso é que é chamada daqui a expressão mais nata. "Que assim seja", por isso é que eu canto. Itabuna-Bahia, dezembro de 2006.
O QUE PUDE CANTAR 04
Fugindo do trivial que à mídia exige,canto minha Região do Cacau com uma mensagem para cada cidade, costumes, fatos relevantes, desacertos econômicos do nosso principal produto que é de exportação e que há mais de 60 anos era a economia que sustentava o Estado da Bahia, com mais de 65 por cento do erário público saídos daqui. Por isso era muito grande a nossa participação na vida e no luxo da capital baiana. Hoje estamos nos recuperando da adversidade de pragas e procurando por todos os meios descobrir novos líderes para exigir oque realmente merecemos por nossa participação como município membro. Como tudo se acaba, muitos dos nossos líderes que queimavam cacau na praça pública para serem ouvidos pelas autoridades maiores, subiram ao céu e não deixaram substitutos a altura, o que é lamentável. Mas um novo ciclo se inicia com a industrialização e com maior consciência na produção do cacau, chamado de fruto de ouro. Menção é feita criticando o encerramento das atividades da estrada de ferro que nos ligava á várias cidades, promovendo o progresso, ato do chamado Governo Revolucionário que entendeu que o empreendimento dava prejuízo e não achou outra solução senão acabar com aquela peça tão importante para o nosso desenvolvimento, de uma riqueza que atraía, estrangeiros, nortistas, gentes do Sul que aqui fincavam seus destinos, enfrentando desatinos, amando este céu azul. Falo das mulheres desta Região do cacau, espetacularmente bonitas. Uma mistura de árabes, sírios-libanezes, ingleses, francêses, com sergipanos, nortistas de modo geral, muita gente do Sul do Brasil e os nossos nativos de pele da cor do cacau fermentado, produziu uma raça admirável. Os coronéis do cacau atraiam mulheres do mundo inteiro. e como era muitas, sobravam para os capatazes e até trabalhadores comuns que formavam famílias que hoje embelezam as grandes cidades e o nosso interior . Por isso é que eu canto-itabuna-Bahia dezembro de 2006 .
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