sábado, 24 de março de 2012

PASSAREI SIM!

                                                        O QUE SEI
                                                      Romilton Teles


Passarei, tenho certeza disso
Não lamentarei porque ví outros passarem
Não entendi a necessidade de vir, já que tinha que voltar
De onde prá onde não me disseram
A verdade é que aqui estou e não sei quando sairei
Por favor nada reclamem quando indo eu estiver
Cantem músicas de alegria num lindo coral de mulher !



                                                     LADRÃO NOVO
                                                      Romilton Teles


Aos meus amigos eu preciso confessar
Os novos tempos não dão prá segurar
Os desgraçados que nunca enfrentaram o malho
Sem fazer força vivem do nosso trabalho

Chamam PIRATAS esses pseudos ladrões
Tão imorais sanguesugas de porões
Dizem ter fome e estrangulam nossa arte
Sem que a Justiça levante nosso estandarte

Ladrão Novo, ladrão novo
É quem copia minha arte e vende barato para o povo          BIS

Minha arte é barata porque o meu povo é pobre
Não faço parte da nata, minha família não é nobre
Mas não sou de fugir de uma briga
O PIRATA malandro está aí prá acabar
Com o trabalho de todo poeta que tem que criar para poder ganhar
O sustento da própria família, mas agora existe um novo  ladrão
Que lhe rouba toda sua arte e vende na Praça por qualquer tostão.



                                                   NÃO ME ASSUSTE DOUTOR
                                                                   Romilton Teles


Doutor você não me assuste, doutor tenha compaixão
Com este dedo tão grande não fale em exame não
Doutor eu não tenho mêdo do que possa acontecer
Mas é que com esse dêdo qualquer um deve temer

Com esta modernidade já morreu todo pudor
O cabra que é muito macho não vai nessa seu doutor
Só mamãe foi competente para me examinar
Quando eu era bem pequeno mas teve que talco passar.


                                                                  SENTIMENTO PAULISTA
                                                                           Romilton Teles


Cruzei a Ypiranga com a São João, nada aconteceu com meu coração
Asfalto e arra-céus não me inspoiram nada, daí foi que eu parti para outra jornada
No Bexiga, amigo e no Tatuapé, o sentimento paulista é prá quem vier
Vim ví e vencí, porque seu jeito de ser, logo entendí
Aqui faço bem o meu trabalho e nunca preciso que me quebrem o galho
Dignidade, cortesia e vibração, amar São Paulo tem que ser de coração
É Capital deste grande continente, lugar gostoso que acolhe toda gente.



                                                             ANJINHOS DE LUZ
                                                                  Romilton Teles


Sou pequeno, sou futuro, amanhã serei você
O presente me despreza, mas meu sonho é vencer
Tenho fé tenho esperança o meu Deus está em mim
Eu sou a sobra que faltava que desamparada vida à margem, sim

Sou criança abandonada que perdí meus pais que vivo na rua
Luto prá sobreviver, sem  você saber sem ajuda sua
Beem poucos ouvem meu lamento, pois meu sentimento e minha piedade
Não conseguem penetrar o coração de ferro da Sociedade

À noite se o tempo está frio , varre-me um vazio cá dentro do peito
Abraço-me a algum amigo que também comigo sofre desse jeito
Compartilhando um porquinho esse calorzinho que o corpo produz
Nos sentimento por momento ser do firmamento Anjinhos de Luz.
                      ôôô,ôoôô !



                                                            ME DÊ O TRECO
                                                             Romilton Teles


Ela não quer mais fazer o treco. O treco é um pirão gostoso
Com açafrão cheira a bacalhau e é muito bacana prá quem é idoso
Agente cresce comendo essas coisas depois inventam tanta explicação
Me dê o treco, só assim é que eu quéto não se nega essa coisa para um ancião

Estou vivido mas ainda tenho gosto, estas rugas no meu rosto não querem nada  dizer
Eu quero o treco porque sei que é reforço, todo idoso fica moço e pode tudo fazer
Me dê o treco e só assim eu me alimento, todo homem tem momento de comer o seu pirão
A vida é boa quando tem bom alimento e o carinho bem sedento dentro de um coração.


                                                                          MASCOTE
                                                                        Romilton Teles


Eu sou de Mascote de São João do Paraíso
Com carinho lhe aviso tenho história prá contar
Eu sou de Mascote e assistir a debandada
Quando a estrada foi firmada bem distante do lugar

O Jacarandá o distrito mais brilhante
Era muitoi importante, casas bancárias tinha seis
Compradores de cacau se encontravam
Nas esquinas do distrito a procura de freguês

Prá Canavieiras era passagem obrigatória
Ainda guardo na memória o vigor de nossas festas
Muitos artista marcaram aqui suas histórias
Sou do tempo que as donzelas eram loucas por serestas.



                                                               A R A T A C A
                                                               Romilton Teles


Arataca onde a luta foi guerrida
Frente às adversidades, ó minha terra querida
hoje canta toda glória de um povo
Que pode fazer de novo, tudo que lhe dar vida

Venceu no calor do cacau
Fadada está para o bem
Armou-se contra o desigual
Por isso pode ir mais além

Seringa, café a certeza
Que aqui lindo é trabalhar
Benção que a natureza
Em todo momento lhe dar.



                                                                MELÕ DO IDOSO
                                                                  Romilton Teles


O ditado de que todo idoso já está no caroço, mas é muito gostoso
tem sentido porque a vida é assim todo gosto do prato só se sente no fim
Cheguei na idade sem sentir às tais sequelas, hoje só vivo pra elas tendo muito amor prá dar
Elas me dizem que eu sou que nem o vinho, que não há melhor carinho do que eu sei lhes dedicar

A experiência faz o idoso paciente
Pois conhece a corrente se ela é do bem ou mal
Um passo em falso lhe consome o dia a dia
Mas a aposentaria lhe dá força e novo astral.


                                                                     JUSSARI
                                                                 Romilton Teles


Se você não me encontrar aqui
Pode crer com certeza que devo estar lá em Juçari
Um recanto da minha paixão
Onde eu sinto o amor catucando bem forte no meu coração

O nome da jussara derivou
Jussari, meu amor o calor do seu povo é fundamental
Para o progresso que lhe agita
Minha terra bonita e grande potência do cacau

Vasculhando a sua história estão nos seus anais
O trabalho, as lutas que muito tiveram nossos ancestrais
Em que homens e mulheres guerreiras tiveram a ação
De planterem esta grande cultura, nossa redenção.


                                                    FAZ BEM AO IDOSO
                                                          Romilton Teles


Faz sempre bem ao idoso saudosista
Manter os nomes na lista dos amores que viveu
Tudo é saudade, mas a vida continua
É como as pedras da rua mas o passado não morreu

As pedras vivem o tempo todo sempre a procurar
Um bom aconchêgo ou algum lugar
São pisoteadas, não reclamam não.
O idoso, está nessa fase mas é diferente
O que ele viveu sempre está presente
Gravado nas paredes do seu coração


                                                           A I Q U A RA
                                                           Romilton Teles


Aiquara a terra do bem
Aqui não tem quem não ti ame de coração
Aiquara que guarda saudade de grande amizade
Que não se esquece não
Aiquara teu povo é de luta
E muito labuta com uma força sem igual
És jovem e bem progressista
Fazes parte da lista dos que amam o cacau

Olho para o céu e vejo estrelas
Que se fundem com outras tantas que em teu chão estão brilhando
Tens o teu futuro iluminado pela tua juventude
Que alça, estudando. 



                                                        J I T A Ú N A
                                                       Romilton Teles


Por onde anda Dagmar
De olhos da cor do mar
Que reinava em Jitaúna
Por onde anda dona Iba
Mulher de fibra e linda
Tudo guardei numa urna

De grande recordações
Dos meus tempos de ilusões
Quando havia a urbanada
A política era forte
Com ameaça até de morte
Mas a paz boa reinava

O Rio de Contas que ainda corre no seu leito
Munca foi um rio estreito como o Preto e o Prissiúna
Todos serviam de laser aos namorados
Todos eles  encantados
Com tamanha formusura

 Ense, Iba e dôso tinham amor ardoroso
 Mais faziam oposição
As decisões que Urbano sempre tomava
Mas no fundo demonstravam ter amor no coração.      


                                              

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