Eu vi. Infelizmente quem não teve a oportunidade. Ela saiu da praia da concha em Itacaré e caminhou por várias ruas do aprazível lugar. Era um dia de sábado á tarde quando o mormaço contrasta com a brisa que vem do mar e invade toda cidade.
Pareceu-me que ela não era vista por outras pessoas, senão por um cidadão, aparentando ser afor-descedente que olhou me de soslaio e pigarreou, quase deixando externa um assobio e tentou imitar o seu andar, malemolemte que só a baiana tem, pois esta copiou do coqueiro e do balanço da jangada, como afirmo em uma das minhas composições sobre á mulher soteropolitana.
Aquele monumento com aproximadamente um metro e oitenta e cinco centímetros de altura, noventa e cinco, aparentemente de busto, quarenta e dois de cintura e cento e quarenta de quadris, deslizava quase planando sobre a calçada e seguiu em direção ao terminal rodoviário de Itacaré, para onde eu tambem dirigia-me. Ali ela penetrou em um ônibus, naquele sábado á tarde dia dezenove de março por volta de quinze horas e trinta minutos, com destino a Itabuna.
Era um dia de São José. As águas de março já ameaçavam o verão tão querido por tantos! Tive a preocupação de procurar ver se alguém admirava àquela linda mulher que desfilava prazeirosamente, mas fiquei encabulado porque pareceu-me ser algo só para os meus olhos e compenetrei_me..
Ela penetrou no ônibus no qual eu também ía viajar.Quando entrei no veículo, do lado dirieito de quem sái, ela estava, na poltronaa da janela, verdadeira jóia do Atlântico. Orgulhosamente, sentada, vestida num short azul, com tenis da mesma cor, blusa combinando com o shorte, tudo contrastando com sua cabeleleira loura, tipo "rabo de cavalo", usava óculos escuro e tinha na mão esquerdaa um litro plástico azul, de água mineral, que usava quase que constantemente. Entendi que estava reindratando-se. Pessoas entravam e saíam do ônibus sem despertar a atenção para aquela fantasia qu enchia meus olhos.
Um detalhe interessante é que ela sentava-se numa poltrona junto à janela e ninguém ousou sentar-se junto dela, onde havia uma bolsa, pequena, de cor, preta, com alça.Várias pessoas estavam de pé dentro do ônibus, mas não viam o lugar vago junto à moça.Ela deixava exalar um olor como que de alfazema, por´´em mais acentuado. A verdade é que esse olor fez várias pessoas adormecerem, e o trajeto não é tão grande assim. O veículo parou várias vezes paraatender passageiros de distritos de Uruçuca e de Ilhéus além dos que saiam das práias e retornavam as suas casas, como eu.
Ao descer a Serra Grande, descortina-se uma linda paisagem das práias da zona norte de Ilhéus e todos aproveitam para olhar, mas a deusa permanecia ali sentada, imóvel, dominante, como se nos chamasse de idiotas ou tabaréus. Demostrava que tudo aquilo estava sob os seus pés, seu domínio.Repito, ninguém ousou sentar-se ao lado dela. Certo jovem foi mandado pelocobrador de passagens, para sentar-se na poltrona ao lado da linda mulher, mas ele não conseguia entender se a poltrona estava vazia ou não, chegando, inclusive a discutir com o cobrador. A força do império da beleza da moça, impedia qualquer um de drntsr-dr so dru lado.
Em certo momento ela deu um pequeno suspiro e o ônibus pareceu flutuar, sem contudo sofrer qualquer movimento brusco.Pareceu uma nave espacial deslizando no infinito. Quando o veículo taxiou no Terminal Rodoviário de Ilhéus, uma luz azulada, ligeiramente verde assomou todo o veículo. Ela havia levantado-se da poltrona e caminhava para sair do ônibus. Sua cabeça aproximou-se do teto do ônibus, as passadas não eram notadas e o motorista que recebe as passagerns dos que deixam o ônibus teria notadoi algo, pois a passagem desprendera-se da mão da diva, mais de vinte centímetros da mão do motorista, não havendo o cointacto físico de mãos. Um ar, puro e perfumado naquele momento invadiu todo o ônibus quando ela pisou o chão. Caminhou tranquilamente em direção ao táxi, no pátio própio do terminal.
Como curioso espectador tudo fiquei a olhar, sem palavras poder dizer, pois as palavras fugiam da minha boca, como se eu fosse obrigado a somente olhar, sem poder comentar, falar, ao contrário da boca linda daquela mulher, a minha boca estava seca, enquanto a dela estava hidratada com tanta água mineral que usou no trajeto..
Na estrada BR-415, em direção a Itabuna, despois de alguns minutos do veiculo ter saído do terminal, no interior do veiculo, sobre o painel, como se uma tela de cinema ali instalada , apareceu àquela mulher, penetrandoo nas águas do mar ao lado da Catedral de São Sebastião. Ai não tive dúvida:"Yemanjá viajara no mesmo ônibus qu eu também viajei.
O seu uso exagerado de água mineral, bem verdade, numa tarde quente, despertou-me a atenção; seu pisar que flutuava sem deixar ruidos e à distância na estrega do bilhete-passagem ao motorista, deixavam-me desconfiado de que algo fulgurante, belo e encantador, estava a completar àquela tarde, minha primeira viagem a Itacaré, ao conhecimento da estrada ecológica e tantas belezas que só a natureza dá e que todo vivente tem que sentir essa presença natural com uma visita em qualquer tempo da vida .a tão lindo paraíso .
Fiquei meditando, se Yemanjá está satisfeitas com a construção da estrada ecológica, a ponto de deixar seus lindos palácios no fundo do mar e viajar de ônibus?Perguntei a alguns passageiros se viram tal mulher, se sentiram o perfume ou se viram a tela tipo cinema no interior do veículo, mostrando ela linda entrando nas águas do mar, mas só disseram do perfume que sentiram. Concluir que àpenas a mim foi dado ver tamanha maravilha, só não posso sentir, mas espero ainda poder quando nada carregar o seu litro de água mineral, como súdito obediente e impressionável. Ainda terei oportunidade de falar-lhe tudo que queria dentro do ônibus, mas não me foi dado esse diireito, ainda, já que ela existe e ninguém sabe do dia de amanhã.
Minha mulher e minha neta Franesys, viajavam numa poltrona depois da minha e não pude chamar a atenção delas, para o que eu via.Minha neta rapidamente lembrou-se da mulher bonita que viajava na poltrona que mencionei. Ainda esgotado, graças ao forte calor daquele dia de praia em Itacaré, na poltrona da sala de minha casa, adormeci e sonhei.Yemanjá me fazia um pedido.
Até quando podemos controlar os nossos sentimentos, a respeito do que vemos ou sentimos? Haveria um limete? Devemos ou não transmitir o que nos foi contado, divulgar o que assistimos ou sentimos? Teria eu errado ao deixar exteriorizar a emoção que senti, sem ter nem de leve provocado? De que me serveria; que valor teria se permanecesse só para mim àquele momento? Ela não gostou do meu procedimento. Sei que não devo tudo que vejo comentar, mas no presente caso, a emoção foi muito forte. Tenho por costume elogiar as coisas que acho bonitas, esparramo-me em elogios com os qualificativos que lembrar no momento, se algo me enche a retina; se me impressiona, e nada mais impressionante que ver uma mulher bonita, que me perdõem as que não possuem este atributo. Por isso e que sou escravo de uma. Mas não interessa a ninguém os detalhes que só a mim, pertencem.
Volto a afirmar que Yemanjá viajou comigo no mesmo ônibus de Itacaré à Ilhéus,cujo destino do ônibus era Itabuna. Perfumou todo o ônibus, individualizou-se numa das poltronas, saltou no terminal rodoviário de Ilhéus, onde pegou um taxi, fuginfo aí da minha percepção, para depois aparecer-me dentro do ônibus, como se fosse numa tela de cinema, mostrando-se entrando no mar, nas proximidades da Catedral de São Sebastião. Se tudo foi ilusão, meu cérebro, naqueles momentos descortinaram algo que antes não me era perceptível. Se não foi verdadeiro o aconbtecimento que acabo de narrar, entendo que sou diferente dos demais.
SONHEI COM YEMANJÁ
Ela pediu-me para levar flores e me fez ameaças. Uma doce ameaça. Acredito, pois entendi que ela, não sei de que jaez deseja aproximar-se mais deste insigne mortal, pois me pediu para levar flores, de preferencia, brancas, na mesma Práia da Concha, próximo ao farol, entrar n água do mar até à cintura e ali entregar o presente
dizendo as seguintes palavras"conder monde render", que não sei o resultado e escrevi à minha maneira. No sonho era a mesma figura que impressionava pelo simples voltear do rosto candido e lindo. A ameaça disse que se eu não atender o pedido de retornar a Itacaré, levar flores, de preferencia, brancas e próximo ao farol, entrar no mar com água até à cintura, nunca mais eu passaria do kilômetro 88, ignoro, por que. Na certa é ela quem manda na estrada ecológica construída pelas mãos dos homens e que lhe agradou, de tal maneira que ela resolve passear de ônibus e a ameaçar a quem faz pedidos.
Prá ser verdadeiro, estou com medo e impressionado. Se dependesse apenas de levar as flores e joga-las no mar, nas proximidades do farol, não sentiria eu nenhuma dificuldade, retornar a Itacaré é um prazer incomensurável, mas, entrar no mar, no local indicado, com água até à cintura, impressiona-me, da-me um calafrio terrível. Estou disposto encontrar alguém que cumpra parte do pedido, entrando na água, entregando as flores em meu lugar. Vou pagar caro. pois tenho a impressão que ela possa me atrair para o conforto de seus palácios submarinos e suas estradas luminosas no fundo do mar, encantar-me e fazer com que esqueça tudo que consegui neste espaço seco, onde vivo. E o que direi a minha mulher?Sinceramente estou numa sinuca de bico. Um amigo aconselhou-me a procurar algum cabalista, ou esp´´irita, ou umbandista, pessoas que tratam e entendem desses mistérios, que não é dado vulgarmente. Conheci uma entendida, Dona Maria Senhora do bairro Pedro Jerônimo, mas os conselhos que me deu, assustou-me ainda mais. Garantiu-me que se eu não atender ao pedido como fora feito,ela Yemanjá virá buscar dentro de casa casa o que pediu e me levará para cumprir o solicitado.Disse que eu fui escolhido e que é uma grande honra poder servi-la. Alegou que , com a entidade não se brinca. Me disse mais que não sentirei a viagem, pois o eletro-auto transportável, um sistema usado poor ela, tem a capacidade de deslocar-se, na terra firme e na água.Eu vou ter de pagar e nem sentirei o momento, pois tudo ocorrerá sem a minha participação sentida, mas o deseja dela, será cumprido por mim, sem eu perceber, esclareceu mais que eu terei compensações, pois quando ocorre esta vontade dela, é porque tem presentes para dar e pode ser de várias formas, inclusive, conservação da saúde da pessoa. Muitos conseguem comprar, fazendas em ilhas, e outros pedidos poderão ser atendidos com mais facilidade. Quando ela quer ajudar a pessoa, tudo torna-se fácil, na vida material e o beneficiado torna-se proprietário de embarcações, ilhas e passa a ter influência da energia que ela transmite.A pessoa passa aconstruir, plantar, cresce economicamente e transforma-se numa entidade que irradia simpatia, capitando muitas amizades, daí, todo político ter um pouco dela. Concluiu Maria Senhora wue com as obrigações a que eu terei para o resto da vida, ser eterno cavalo de Yemanjá. E explicou-me: toda vez que ela quiser visitar parte da terra que ela goste, como no caso, a estrada ecológica, você será o receptor oara a transfiguração dela em pessoa para sentir os prazeres terrenos que ela sente faltana moradia linda que possui. a Isto chamamos de cavalo.Nada tendo no contexto da palavra como a conhecemos. Interessante que você será apenas o receptáculo, mas Yemanjá é individualiza, desta vez agirá sozinha, sem queisto lhe mude a condição de macho, de homem.Não nos é dado saber porque isso acontece a certos fluidos com os quais somos constituídos, porque as civilizações que nos antecederam não deixaram rastros para uma investigação confiável, pelo que ocorrer no tempo dos tempos, com o desdobramento do cobertor cosmico que a tudo mantém.Me dei por satisfeito e prometi que amanhã mesmo vou entrar no mar, sentir Itacaré e seja o que Deus quizer, por issoeu canto esta música de minha autoria que diz um pouco do aprasível lugar:" Que vou fazer com o mar de Itacaré
Se você não está bem perto
Só prá ver que lindo é !
Seus olhos verdes
Nesta água cristalina
Um postal que bem combina
Com você linda mulher BIS
Dona sereia fica sempre enciumada
Toda terra encantada
Quando ve o seu clarão
Você é luz que transforma o ambiente
Itacaré é sempre quente
E não tem poluição
Se Deus me der
Mais de cem anos de vida
Lhe garanto minha querida
Mesmo assim serei um forte
Pois nestas águas
E no ar que respiramos
Estou certo não me engano
Vou viver noventa e nove
MAR DE ITACARÉ
Lambada
Romilton Teles Santos
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