quarta-feira, 7 de março de 2012

RIO ALMADA


                                                         Romilton Teles Santos
Poucos sabem que este rio que é uma das fontes de riqueza da Zona Cacaueira, não existia, até ocorrer a grande modificação no lugar conhecido por PEDRA LASCADA. O nome que lhe foi dado já deixa claro sua ligação com o sobrenatural. Num dos meus contos sobre o mesmo rio, “seu Marcionílio” um bruxo, de existência desconhecida e que conhecia a história das modificações geográficas ocorridas no local e contar toda história de uma jovem que amava um jovem e não o conhecia e quando este sofreu o acidente que o levou à morte nas águas do referido rio, preferiu morrer ao lado dele, implorando por isso. Difícil entender que DINA e DÊ que nunca se encontraram, se amavam, ao ponto do sacrifício dela: morrer ao lado do seu amado. A história nos fala de uma ocorrência meteorológica ocorrida a não sei quantas, no hoje município de Barro Preto, local que até hoje guarda a água mais pura desta Região. Foi nestas águas que surgiu DINA, depois de um forte temporal, com descida de elementos estranhos do céu, aparição que já era esperada por um chefe-cacique da tribo “Burú” que já usava tanga e criava nomes para definir objetos, plantas animais e assim esclarecer sua comunidade a respeito de muitas coisas. O chefe cacique anunciava há muitos anos que a chegada da referida mulher ocorreria, naquela área, mas ignorava, como. Foi numa tempestade com fortes raios e ventos, que a grande montanha partiu-se e dela, passou a correr uma límpida água (que até hoje existe) e DINA que era transportada pela correnteza, foi recolhida pelo cacique, em missão cordial. Mulher muito bonita e de perfume angelical, não deixou dúvida tratar-se da esperada modificação que o próprio cacique anunciava. Toda tribo ficou perplexa com o fenômeno ocorrido. E depois de um longo diálogo que somente ela e o cacique exerceram, a ordem da mulher foi imediatamente cumprida, ou seja, um corredor foi aberto entre as matas, formando uma grande estrada que a levou até o local onde, hoje, corre o Rio Almada, nas proximidades do Bandeira do Almada. Mistério maior se deu com a chegada dela, naquele local, pré-determinado, quando as águas começaram a correr, para cima e para baixo, numa festa imponente para os olhos dos que assistiam, sendo que por mistério, as águas que subiam foram formar a nascente principal, à distância, incrível. Estava formado o rio Almada que diferente de outros, não tinha vida aquática, que só ocorreu com a chegada de DINA ao mar. DÊ, o que amava a DINA, sem antes saber, sem conhecer. Depois das maravilhas que DINA fez, o que demonstrava ser uma pessoa fora do comum, chamava a atenção dos que a seguiam sendo que o mais esclarecido era o cacique que a servia, nos momentos iniciais e muito tempo depois. Como o rio recém criado não era piscoso, toda alimentação da misteriosa  mulher era captada na Pedra Lascada e conduzida até o Rio Almada, onde o cacique, com sua sabedoria, dava nomes aos peixes e animais. Aos camarões ele chamava de” Calambaus”, ao  acará, peixe conhecido hoje, em todo território brasileiro, ele chamava de “ Beré”, a nossa conhecida taínha ou curimã, ele chamava de “platibú” e ainda chamava a piaba   nossa conhecida, de Massambé. Tais nomes ficaram gravados nas memórias de nossos caboclos, oriundos daqueles primitivos. Interessante é que o Rio Almada já foi implantado com a largura que conhecemos, porém suas águas eram mais profundas e não havia, em suas margens, árvores de grande porte. DINA conviveu com a gente nativa durante muitos anos, criou várias formas de vida, inclusive serpentes com as quais se divertia. Ela foi a criadora do nosso macaco Jupará que tem por meio de vida, comer o fruto do cacau e defecar as semente, que em consequência, nascem espalhadas pelas matas. Um dia o cacique morreu e DINA passou a ser atendida e servida pelo velho Marcionílio que conhecia todo o seu segredo, inclusive sabia do final de sua existência terrena, mas não comentava. Marcionílio não era um homem comum, pois ninguém lhe conhecia a idade, tinha modos estranhos e uma existência de dar inveja. Talvez tenha sido pessoa criada desde o princípio do mundo e com sua paciência e perseverança, a tudo conquistava e tudo sabia, mas só declarava nos momentos oportunos. Em certa oportunidade em conversa com DINA, deixou entender que era sabedor da ligação dela com DÊ, em alguma parte do universo, coisa que ela não tinha mais na mente. Ele teria dado algumas chaves do conhecimento, que podemos chamar de hermético cosmo, vez que foge à nossa percepção de homem terreno, que vive sob uma pressão atmosférica espetacular, como ocorrem outros meios de vida em outras partes do cosmo. Se ignoramos  tão simples coisa, não vamos entender, quando nada por enquanto como eles se amaram em outras galáxias ou em buracos negros, desconhecidos. Mas, em verdade  existem outros meios de sentimentos não conhecidos pelos terrenos. DINA e DÊ, devem ter se locupletado de  sentimentos superiores, e, independente de se conhecerem se amavam e sentiram falta um do outro, quando da separação. Não se sabe quando DÊ chegou ao nosso planeta nem como se adaptou, mas DINA foi anunciada e deixou uma semente descendente, criou parte da fauna e demonstrou ter ligação com as águas. Era apadrinhada pelo velho Marcionílio, sem contudo ter maiores ligações. Ele demonstrava ter os mesmos poderes, mas deveria pertencer a grupo diferente da grande abóboda.
                                              DINA CHEGA AO MAR PELO RIO ALMADA
Com uma comitiva de mais de cem homens e algumas mulheres já existentes na tribo, DINA, fez o percurso até o mar, criando paisagens que conhecemos do nosso amado rio e quando ela chegou a encontrar-se com a água salgada, ocorreu uma chuva de luzes irradiada desde o  horizonte até as  praias, parecendo naquele momento que o céu ficou mais próximo, mas, muito próximo, daí vários peixes terem penetrado rio acima e o nosso grande curso dàgua tornou-se piscoso. Más existe um tipo de peixe que alguns chamam de cabeça de ferro, que um deles, até hoje conduz uma carapaça fortíssima, na qual deve estar gravada mensagens que só podem ser lidas, por elementos especiais da própria fauna aquática e reproduzidas para os viventes nossos especiais que são difíceis de serem identificados.
                                              NÃO CONFUNDIR DINA COM A MÃE DÁGUA
A mãe dágua pode ser uma criatura criada por DINA, mas não possuímos elementos de prova. Mas, pelos atos impressionantes por uma e por outra praticados, não ignoramos que não sejam da mesma descendência. Há até quem afirme que uma descende da outra. Ocorre que a própria  DINA, morreu ao lado de DÊ, quando do infortúnio deste nas águas do referido rio que DINA criou.
                                                           A PEDRA LASCADA SECARÁ
A previsão é do senhor Marcionílio, que por incrível que pareça ainda vive à beira do Rio Almada, transformado em pescador, morando em casa de barro, coberta de palha, levando uma vida mais do que simples, vivendo de pequena plantação e comendo caça e peixe. Marcionílio, comentou que viverá até este dia, quando lhe será aberto um caminho para o astral. Homem muito silencioso, vive do Rio Almada e sabe da sua criação pela DINA, ele informa que sempre viveu ali, onde tem a seu casebre: que é fruto de um recuo de uma grande batalha travada entre dois mudos diferentes mais que se atraíam e se detestavam. Que não tem a menor ideia de quando foi jogado no lugar onde se encontra e nunca poderá sair até quando a Pedra Lascada não secar para que seu caminho seja aberto. Lembra ele de várias paisagem do seu lugar, mas não se lembra das características do povo, do modo de vida, nem de autoridades mandantes, como aqui, porque ao que está lembrando, lá todos são independentes, não havendo necessidade de ninguém mandar em ninguém. Seu Marcionílio. Sempre deixa escapar alguma coisa que está empregnada no seu cérebro e, entre uma prosa e outra, parece que algo  lhe está traindo o desejo de nada dizer, mas diz.
                                                         QUEM É DINA?
Milenar senhora das bordas do tempo, espírito venusiano, captadora dos desejos de Urano desde a grande refrega com Júpiter, em que saiu vitoriosa. Possui o dom da transformação, podendo, em consequência, invadir espaços cósmicos independente de qualquer meio de locomoção, senão sua própria vontade. Seria ela responsável pelo charme feminino que conquista aos homens, teria ela comentado que de todas as dificuldades que teve que enfrentar, em todo tempo, esta arte, lhe foi a mais difícil, a mais penosa, pois teve que sofrer até humilhação, para tamanha conquista. Não conhece o passar dos tempos; ignora o sofrimento, que nunca lhe foi dado conhecer, graças a Urano que lhe presenteou com “o não sentir,” para isso tudo pode, sem ter que medir consequências. Comenta-se que ela teria o espírito da Eva antes da desobediência, mas, fontes não reveladas dizem ser algo superior e que não sofreu a influência da carne em nenhuma oportunidade. É hálito celestial, criada quando da formação do todo. É espírito vivificante, não desaparece nunca e que pode ser contactado, dependendo a frequência em que esteja o pesquisador.
                                                       Como encontra-la, é trabalho profundo!

                                                                       Romilton Teles Santos                     

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